segunda-feira, 30 de abril de 2007

UEE avança a construção da Bienal da UNE em Minas

Em reunião com o Secretário Estadual de Esporte e Juventude, governo de minas mostrou apoio à realização da Bienal da UNE em Ouro Preto. "Estamos nos empenhando muito para vencer a disputa da cidade-sede da próxima Bienal. Se depender de apoio, a Bienal já tem lugar", afirmou o presidente da UEE, Diogo Santos.
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Diretores da União Estadual dos Estudantes (UEE-MG) se reuniram na tarde da quarta-feira (12) com o secretário estadual de Esportes e Juventude, deputado Gustavo Correa. Na pauta, duas importantes questões. A primeira, o apoio do governo do estado à construção em Minas da sexta edição da Bienal de Cultura da UNE, o maior festival universitário da América Latina. O segundo ponto foi a campanha promovida pela UEE para retomar o patrimônio dos estudantes mineiros, a sua sede, tomada pelo governo militar.
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O secretário Gustavo Correa recebeu com bons olhos a realização da Bienal no estado. Disse já ter recebido um pedido do próprio prefeito de Ouro Preto, Ângelo Osvaldo (PMDB), para reforçar a realização da Bienal em Minas. O secretário disse que Ouro Preto se encontra mais que preparada para tal evento e que levará o pedido dos estudantes para o governador Aécio Neves.
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Apoio
O presidente da UEE, Diogo Santos, falou da importância de um evento que debata cultura com a juventude e reforçou que Ouro Preto é o cenário ideal para esse encontro.
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"Ouro Preto já é para nós mineiros uma capital cultural, estamos nos empenhando muito para vencer a disputa da cidade-sede da próxima Bienal. A recepção da Prefeitura foi excelente e o governo do estado mostra cada vez mais a intenção de colaborar. Ainda esta semana teremos reuniões com a prefeitura de Mariana e com a reitoria da UFOP. Se depender de apoio, a Bienal já tem lugar", afirmou Diogo.
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A proposta dos estudantes é que a cidade histórica de Mariana divida com Ouro Preto a realização da Bienal. A UEE-MG já está promovendo uma serie de reuniões com as republicas de estudantes de Ouro Preto. A proposta da entidade é que as moradias estudantis sejam uma alternativa de hospedagem para os participantes da Bienal.
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Gustavo Correa reiterou o interesse do governo mineiro de colaborar e marcou uma nova audiência com a UEE para tratar as questões mais operacionais do evento. Uma reunião com a Secretária de Cultura do Estado, Eleonora Santa Rosa, também será requerida pelo secretario, em nome dos estudantes.
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Casa do Estudante
Outro ponto debatido na audiência foi a campanha da UEE pela retomada de seu patrimônio. A idéia apresentada ao secretário é criar um espaço de referência da juventude mineira, onde seja a sede das entidades estudantis e o centro de memória do movimento estudantil mineiro. Tudo isso faria parte da "casa do estudante". O projeto é de autoria da UEE e da entidade irmã União Colegial de Minas Gerais, a histórica UCMG.
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Para Flávio Nascimento, presidente da entidade secundarista, a tomada do patrimônio das entidades é uma falha que tem de ser reparada. "Prosseguir com decretos da ditadura não condiz com o momento que vivemos, de consolidação da democracia, de governos progressistas. Temos que desfazer esse erro", disse o estudante.
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O coordenador estadual da Juventude, Roberto Troos, participou da reunião e será um dos responsáveis pelo governo de Minas para encaminhar o projeto dos estudantes. Troos disse que a campanha é justa e não encontrará obstáculos no governo mineiro.
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Para o diretor da UNE em Minas, Fagner Senna, a casa do estudante será um importante espaço para a juventude, e a sua construção demonstra novos tempos políticos. "Temos que de uma vez por todas, retirar o espectro da ditadura militar no nosso país, a melhor maneira é não homologar os seus atos." disse Fagner.
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Pedro Leão
De Belo Horizonte
(Net Repórter)

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Após demissão, PH Amorim anuncia novo endereço na internet

Até o início da tarde desta quarta-feira (19), havia dois esclarecimentos na nova página do Conversa Afiada. O primeiro diz que "O iG rescindiu meu contrato que ia até 31 de dezembro de 2008. O Conversa Afiada continua o mesmo – e mais livre, aqui, neste novo espaço."
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Já no segundo PH Amorim diz que em breve irá esclarecer os motivos reais de sua demissão e dá mais detalhes sobre o processo: " O iG se limitou a enviar uma notificação assinada por Caio Túlio Costa, para avisar que o contrato se rescindia de acordo com clausula que previa um aviso prévio. Não é a primeira vez que me mandam embora de uma empresa jornalística. Só o Daniel Dantas me “tirou do ar” duas vezes: na TV Cultura e no Uol. E ele sabe que não vai me tirar, nunca. Com isso, se encerrou a vida deste blog num portal da internet. Nenhum blog de relevância política nos Estados Unidos, por exemplo, está pendurado num portal."
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Em tempo: o novo endereço do jornalista é http://www.paulohenriqueamorim.com.br/index.asp
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Da redação

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Gil luta por acesso à música livre, gratuito e de qualidade

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Esteban Linés, o repórter do La Vanguardia, parecia tomado pelo vírus do PiG (Partido da Imprensa Golpista, na já célebre definição de Paulo Henrique Amorim). Ao entrevistar Gilberto Gil, cantor e ministro da Cultura, não controleou uma sem-cerimônia até agressiva. Chegou a perguntar: "Sua nova obra, seu novo disco, não pode surgir prostituída pelo fato de o senhor ser o ministro do ramo?".
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Gil: "levar a cultura a todos os cantos"
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Mas nós conhecemos Gilberto Gil, e a entrevista abaixo compensa muito mais pela serenidade do cantor-ministro do que pela maledicência de Linés. Gil disse que a missão do ministério é "levar a cultura a todos os cantos do país". E voltou a enfatizar: "O acesso à música tem de ser livre, gratuito e de qualidade".
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O senhor continuou no ministério no segundo governo do presidente Lula. O que exigiu dele para continuar no gabinete?
Que íamos superar a papelada burocrática.
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Parte dos músicos mais importantes, como Caetano Veloso, criticou sua política de panos quentes, de não ter feito quase nada no campo musical.
Você me conhece e sabe que as decisões de peso devem ser tomadas com uma margem de tempo. A crítica é saudável, mas também é verdade que a população brasileira nos deu confiança para continuarmos mais alguns anos. E agora tenho certeza de que poderemos começar a fazer coisas visíveis.
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O senhor não duvidou em revolucionar a dialética do acesso livre à rede.
Toda a minha obra musical é de acesso livre na rede. É fundamental aplicar a democracia de raiz.
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Mas que o diga o senhor, como ministro da Cultura de uma das grandes potências musicais, é...
O presidente Lula foi paciente comigo. Me deu maior confiança. Queremos levar a cultura a todos os cantos do país.
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De longe, isto parece campanha eleitoral.
Lógico, atrás do samba e da bossa nova há muitas coisas por fazer. O Brasil é o perpétuo país da incoerência. Quero dizer que não é suficiente que vivamos da fama de nosso grande patrimônio musical.
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Como vê isso de ser juiz e parte quando falamos de música?
Da forma mais natural. Agora estou acabando meu novo disco solo, que sairá depois do verão, e enquanto isso estamos tentando mudar toda a legislação cultural, que está com mais de meio século de defasagem. Tudo um pouco complicado.
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Sua nova obra, seu novo disco, não pode surgir prostituída pelo fato de o senhor ser o ministro do ramo?
Poderia ser, sem dúvida. Mas existem técnicas de relaxamento e de abstração de caráter oriental que me são profundamente úteis.
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O senhor não pode avaliar as novas apostas da música brasileira.
É claro. Ninguém me perdoaria, me matariam. Mas a cena brasileira é tão rica que não é preciso fazer nenhum tipo de prognóstico.
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Na verdade pretendia lhe dizer que depois de sua geração, depois dos nordestinos ou dos sambistas ou bossanovistas, o panorama pode chegar a ser inquietante?
Não é preciso que se inquiete, o Brasil tem um excesso de oferta, há muitas músicas e músicos. Mas uma árvore tem de morrer para que apareça a nova raiz.
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Fale sobre o concerto de hoje.
Eu, meu filho Bem, minha voz e minha guitarra. Explico as necessidades de minha vida. Esta turnê é uma das condições que pedi ao presidente. Tenho de buscar e encontrar válvulas de escape, arejar-me e oxigenar-me. São cerca de 20 canções tiradas de 40 anos de profissão.
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Mas tem outras coisas entre...
Claro. Com meu grupo amplo continuamos viajando o espetáculo Banda Larga, e enquanto isso estou gravando meu novo disco, Banda Larga Cordel, um disco declaradamente pop.
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Volto ao princípio. O senhor defende o acesso livre à música.
Para mim, as prioridades culturais são que as pessoas leiam mais, vão aos museus e valorizem seu patrimônio. É preciso mudar as leis de consumo cultural. O acesso à música tem de ser livre, gratuito e de qualidade. O autor deve ser compensado, é claro, mas aquilo vem primeiro.

Toni C.: Por que o caso Isabella comove?

Não tomei conhecimento desde o princípio do caso de Isabella, cinco anos, encontrada morta no jardim de um prédio na zona norte de São Paulo no último dia 29. Mas aos poucos fui me inteirando, tomando conhecimento. Virou uma discussão nacional, onde é impossível não se envolver emocionalmente. Onipresente nos meios de comunicação há mais de duas semanas. Não há como tomar conhecimento e não se perguntar: Por quê? Quem?... Fui substituindo as perguntas, e entre as novas passou a surgir... “Por que o caso Isabella comove tanto o país?
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Por Toni C.
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Isabella: emoção, coisas e gente
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Comecei a notar que, por mais que se provoque na sociedade os sentimentos mais individualistas, o ser humano tem guardado dentro de si sentimentos de solidariedade e companheirismo. Quem não se colocou no lugar da menina? Quem não se colocou nos lugar dos pais, dos irmãos, da mãe?
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Quem não se sentiu pelo menos por uma fração de segundo como se Isabella Oliveira Nardoni fosse a sua própria filha? Como se perdesse um ente querido...
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Talvez tenha sido isso que Cristo ensinou quando disse “amai o próximo como a ti mesmo”. Ou o que Che expressou na celebre frase: “Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros”.
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Isabella, com cinco anos de idade, unificou uma nação de 180 milhões de pessoas num único sentimento. A comoção nacional é justa, legítima e reveladora.
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Outra pergunta que fiz foi: Será que o mesmo aconteceria caso Alexandre Nardoni fosse um pedreiro desempregado, morasse numa favela e não no 6º andar do Edifício London? E se a queda da menina fosse numa valeta do esgoto a céu aberto que passasse em frente do barraco da família?
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Cento e onze mortos no massacre do Carandirú a mando do governo paulista, não causaram tamanha comoção. E o país que tem cidades como o Rio de Janeiro, onde morrem mais jovens vítimas de armas de fogo do que em guerras como a de Israel e Palestina (pesquisa do Iser 2001).
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A comoção é louvável. Mas por que não houve a mesma reação diante da Chacina da Candelária, quando policiais atiraram em mais de 70 menores? Por que crianças mortas de inanição comovem menos que adolescentes morrendo de anorexia? Por que quem rouba um pote de margarina vai preso e quem toca fogo em índio e mendigo fica impune?
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Uma das testemunhas, um advogado morador do prédio em frente, apareceu na televisão dizendo: “A menina não representava perigo a ninguém”. Então é por isso? Quando morre um pretinho desafortunado ninguém se comove porque ele pode representar perigo quando crescer? E o mal se corta pela raiz?!
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Tudo demonstra que, por trás da nobre comoção, está embutido um mesquinho sentimento de classe.
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Os casos do menino João Hélio, arrastado preso ao cinto do carro, ou da estudante Liana Friedenbach, morta pelo namorado, foram usados como estandarte para reivindicar a redução da maioridade penal, ou pedir a pena de morte. No caso Isabella, as classes menos favorecidas não saem às ruas para pedir o fim da cela especial para quem tem curso superior, ou a extinção do foro privilegiado. Afinal a lei não deve ser aplicada da mesma maneira a todas as pessoas?
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Vivemos num país onde o pobre foi ensinado a se classificar como classe média baixa. Parece que essa classe média se diferencia da outra por não ter o hábito de tirar proveito da desgraça alheia.
A imprensa, que mede sua audiência com pesquisas, não cansa de bombardear o caso, mesmo sem nenhuma nova informação. Se precipitou em acusar o pai e repete versões que já se sabe serem inverdades.
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A polícia informa que até sexta-feira deve sair o laudo conclusivo. O telejornal da maior emissora deTV do Brasil, ne quarta pela manhã, deixou escapar que torce para que o caso se estenda ao máximo – assim como sua liderança de audiência, hoje ameaçada. Apela para o argumento macabro de que sexta feira Isabella completaria seis anos. “Não seria de bom tom no dia de seu aniversário divulgar o laudo final (sic)", comenta a apresentador. Impedida de exprimir emoções, ela diz uma única frase, “Que caso triste!”, e emenda com a próxima notícia, sobre uma festa de premiação do cinema. Entram imagens de gente sorrindo; entre os grandes campeões da noite está o filme Tropa de Elite, é claro.
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Discordo em gênero, número e grau de quem simploriamente classifica esse filme de fascista. Fascista é a sociedade em que vivemos. O filme é só um retrato dela. O ator Wagner Moura, que interpreta o personagem Capitão Nascimento no filme, dá uma breve declaração, dizendo-se satisfeito por ser reconhecido não só pelo povo mas também por profissionais da área.
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Será que com tanto artista, imprensa, enfim, com toda elite, ninguém cotucou o Wagner e cochichou em seu ouvido: “Wagner, entra numa cabine telefônica, vira o Capitão Nascimento, pega sua Tropa e sobe pelo elevador. Atira no primeiro que aparecer, pega uma segunda pessoa pelos cabelos e coloca a cara dele no buraco do tiro. Depois bate na cara dele gritando. ‘Confessa, quem matou Isabella, você viu, confessa!’ Até o cara contar”?
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Quantos filhos não perguntarão nos próximos dias: “Papai, você tem coragem de me jogar do prédio?” Quantos não se perguntaram o que aquela criança fez para merecer isso? Quantas mães com filhos de outro casamento não proibirão que seus filhos passem um fim de semana com seu ex-marido? Será que alguém mais lucrou com isso além da imprensa e das empresas que vendem grades para janela?
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Não sei. Só sei que eu também não sou as coisas. Eu me revolto.
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Fonte:

domingo, 1 de abril de 2007

Dia do Teatro!

No dia 27 de março comemora-se o dia mundial do teatro e dia nacional do circo: duas artes que remontam a Antiguidade. A primeira tem como berço a Grécia, a segunda, provavelmente surge na China a mais de cinco mil anos. As duas em muitos momentos se misturam, já que o teatro, como arte híbrida e sintética que é, bebe em todas as fontes e não poderia ser diferente em relação ao circo, principalmente na contemporaneidade. Quanto ao circo, um eterno renovador de sua própria arte alimenta-se também do teatro.
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É nesse dia tão importante que os artistas de várias partes do Brasil se unem em um ato público para cobrar das instâncias políticas a devida atenção, principalmente no que diz respeito a criação de leis com investimento direto do Estado, visando a sustentabilidade dessas duas artes milenares, na sua pesquisa, produção e circulação. Dezessete estados estão unidos em prol do teatro, lutando por políticas públicas, tornando esse dia histórico.
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São Paulo terá a V Overdose de Teatro de Rua, manifestação artística e política realizada pelo Movimento de Teatro de Rua de São Paulo (MTR/SP), a mesma ocorrerá das 10:00 às 16:00h com intensa programação na Praça do Patriarca, centro da cidade. Após a Overdose haverá um cortejo até o Teatro Municipal, lá será lido um manifesto elaborado pela Redemoinho, que programou também uma discussão a noite no Teatro Fábrica com pensadores do teatro público.
Ainda no estado de São Paulo a programação se estende a mais duas cidades: Santos, com a Trupe Olho da Rua e Presidente Prudente com o Grupo Rosa dos Ventos, todos integrantes do MTR/SP.
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Os artistas do teatro paulista estão reivindicando o seguinte:
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Instância Municipal:
- Ampliação dos recursos do Fomento ao Teatro Para a Cidade de São Paulo;
- A não taxação do uso de espaços públicos abertos para atividades artísticas, bem como sua estruturação, permitindo um melhor uso por parte dos artistas e dando acesso ao público em geral;
- Reativação do Conselho Municipal de Cultura;
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Instância Estadual:
- Retomada do Fundo de Arte e Cultura do Estado de São Paulo;
- Editais específicos para teatro de rua;
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Instância Federal
Aprovação do Prêmio Teatro Brasileiro.
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Pelo Brasil a programação é mais extensa ainda, pois os movimentos organizados de teatro de rua da Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais e o Movimento Escambo do Ceará e Rio Grande do Norte farão diversas apresentações, bem como preparam suas reivindicações ao poder público local.
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Que o dia 27 de março mude a maneira como os políticos vêem o teatro, e a partir daí cumpram seu papel, pois só assim essa arte chegará a todos os cidadãos brasileiros!
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PROGRAMAÇÃO
V OVERDOSE DE TEATRO DE RUA
HOMENAGEM À RUBÉNS BRITO (IN MEMORIAM)
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09:00 – III PALHASSEATA PAULISTA (do Largo do Paissandú a até a Pça. do Patriarca) – Teatro de Rocokóz
10:00 – ABERTURA
10:15 – Centro de Pesquisa para o Teatro de Rua Coordenado pelo Núcleo Pavanelli fará um cortejo performático com os seus alunos e uma homenagem ao Dia do Circo.
10:50 – Buraco d`Oráculo – ComiCidade
11:55 – Trup Trolhas – O Entregador de Cartas
12:35 – Brava Companhia – A Brava
14:10 – Aládia Cintra (Os Itinerantes) – Latifúndio
14:30 – Companhia Cristal – Acordei com o Cordel
14:50 – Como Lá em Casa! – Bumba meu Boi
15:30 – Ciranda
15:45 – Leitura do manifesto MTR/SP
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Veja também:

Bahia será a sede da 6ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE

O tema da sexta edição do evento será "O povo brasileiro e a formação da cultura brasileira"

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A cidade de Salvador (BA) se transformará na capital da cultura universitária em fevereiro de 2009. Trata-se da 6ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE. A iniciativa da entidade recebeu apoio do governo do Estado durante reunião com Jaques Wagner realizada em março deste ano.
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Com início previsto para a primeira quinzena de fevereiro, o evento terá duração de seis dias e trará a Mostra Estudantil de Artes Cênicas, além de música, literatura, ciência, tecnologia e artes visuais. A 6ª Bienal terá a participação não apenas de estudantes universitários, mas também de secundaristas e pós-graduandos.
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A sexta edição da Bienal comemora também o aniversário de 10 anos do evento, que também ocorreu em Salvador, e de 30 anos da realização do Congresso para a Reconstrução da UNE.
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De acordo com o diretor de cultura da UNE, Rafael Simões, o evento conta com o apoio do governo do estado da Bahia, "que foi muito receptivo e se propôs a criar um grupo de trabalho das Secretarias da Cultura e Educação da Bahia, para atuar em conjunto com a UNE nos preparativos para o Bienal".
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O local que abrigará o evento em Salvador ainda não foi definido pela Diretoria de Cultura da UNE, mas o objetivo é a escolha de um espaço que seja integrado com o cotidiano da cidade. Entre os possíveis locais estão: Teatro Castro Alves, Museu de Arte Moderna (MAM), Passeio Público, Teatro Vila Velha ,Faculdade de Belas Artes da UFBA e Farol da Barra.
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Esse é um dos principais eventos de cultura do País e contribui para a consolidação do desenvolvimento da arte no meio estudantil, além de fortalecer o Circuito Universitário de Cultura e Artes (CUCA) da UNE e os pontos de cultura ligados à entidade.
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Segundo Rafael, "a realização desta bienal é importante porque, entre seus objetivos, está o papel de disseminar o conhecimento entre jovens a respeito da formação do Brasil e das diversas culturas que a compõe".
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A definição do local acontecerá durante o lançamento da Bienal, que ocorrerá entre os dias 13 a 15 de junho, em Salvador.
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Gilberto Gil, uma entrevista inesquecível

Para evitar o desastre de antes, não toquei mais no gravador. (Essas máquinas giram sozinhas muito bem.) Então pude ver e ouvir a pessoa do artista. (Gilberto) Gil, quando fala, compõe. Ele compõe enquanto fala, ele é músico à procura da letra, e isso fica mais claro quando reitera palavras, expressões, na busca. Refrão e degrau para o movimento seguinte.
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Por Urariano Mota, no Direto da Redação
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Certo, dirão, isso é comum a toda e qualquer pessoa. Sim, mas observem esse trecho da entrevista: "Pedir pra fazer outro sucesso, depois outro sucesso, depois outro sucesso, o mesmo sucesso outra vez", para concluir, "eu não quero". Isso escrito não permite ouvir as modulações e melodia que ele imprime na voz. O ritmo, enfim.
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Quando ele se referiu a Paulo Francis, houve um trecho em que deu uma entonação ao adjetivo "inaceitáveis", que procurei dar uma pálida idéia com um ponto de exclamação seguido de reticências. Ainda assim, se torna inaudível, na escrita. Direi então que o adjetivo "inaceitáveis" veio como uma ênfase, um trecho de um coco cantado por Jackson do Pandeiro. Percebem? Nele houve uma divisão silábica, que além da interpretação já é música. INACEI-táveis!...
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Diferente no entanto de Jackson, para quem "é encarnado-preto-e-branco, é encarnado-e-preto", porque os fenômenos se definiam por oposição, de modo diferente o compositor Gilberto Gil compõe. Tem idas e vindas a sua fala, sem jamais chegar a uma definição que não admita nuances.
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Para ele não existe A ou B, para ele, sempre, as coisas são A e B ao mesmo tempo. Ele poderá dizer, por exemplo, que as coisas não existentes existem, e completar, para maior espanto, que o não existente é o que existe. Formulação ina-cei-tável em Jackson do Pandeiro.
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Essa maneira, dizendo melhor, esse conteúdo de expressão, porque nele a forma é sempre o conteúdo, leva-o a evitar os substantivos mais simples, como se fossem primitivos, toscos, poderia ser pensado. Mas não. Isso é tático, quando não estratégico. Ou ambos, para escrever à sua maneira.
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Vocês irão ver nesta entrevista como ele se refere a uma parcela do público brasileiro que admirava o Tropicalismo. Em nenhum momento ele dirá que eram jovens militantes da luta armada, foquistas. Ou melhor, dirá isso de outra maneira, por um método de aproximação. E no entanto, saibam, isso não é descoberta destes dias.
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Eu conheci jovens que aliavam sua prática de combate à ditadura a palavras do tropicalismo. Contrários ao mundo dos olhos claros, de Carolina e Januária na janela, do Chico Buarque daqueles anos, naquele tempo. E eram típicos, digamos assim, esses bravos militantes. Daí, também, que nessa busca Gilberto Gil crie neologismos, em mais de uma oportunidade. Ele está compondo, sempre. Como vocês verão, agora.
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Em 1969, você e Caetano foram expulsos do Brasil pela ditadura militar. Como é que você vê hoje, quando deu a volta por cima, primeiro com sua música, depois politicamente, porque é um ministro do governo. Que lembranças lhe dá o golpe de 64?

Das lembranças que a gente tem normais, do passado. Com as boas e más lembranças do passado. Com a recordação dos bons momentos e dos maus momentos, do que os bons momentos fizeram de mal à minha vida, do que os maus momentos fizeram de bem à minha vida ... (Risos) Tudo isso.. (E faz um gesto amplo, circular, com os braços.)
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Paulo Francis, de quem a gente nunca pode dizer que era um amor de pessoa, ele chegou uma vez no Pasquim...
Não, até que um amor de pessoa a gente pode dizer. A gente pode dizer que talvez ele não fosse uma pessoa do amor. (Risos) Que ele era amável, em tudo. Mas renitente com esse exercício irrestrito da amorabilidade. Ele tinha coisas das quais ele não queria mesmo gostar e não queria que aquelas coisas fossem aceitáveis, que eram pra ele inaceitáveis!...
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Ele chegou uma vez a te elogiar num artigo no Pasquim, quando escreveu mais ou menos assim, "o Gil poderia estar mais do que rico depois de Aquele Abraço, mas ele não é homem de repetir a fórmula que deu sucesso".
Eu nunca fiz música pra, pra...
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Tocar no rádio?
Não, pra estabelecer uma linha de montagem, ou estabelecer uma reprodução do mesmo modelo, pra explorar os filões de mercado, coisa desse tipo nunca foi preocupação minha. Eu gosto de fazer sucesso, eu gosto de vender disco também, tudo, mas não, por exemplo, eu gosto de fazer sucesso, mas não gosto de fazer os mesmos sucessos duas vezes, por exemplo. (Risos) Eu não gosto muito. (Risos.) Pedir pra fazer outro sucesso, depois outro sucesso, depois outro sucesso, o mesmo sucesso outra vez, eu não quero. (Risos)
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Você é um compositor que sem alarde, ou como se dizia naquela época, "sem dar bandeira", você é um compositor muito político. Pelo que eu lembro da juventude da época, na ditadura militar, eu lembro que o movimento tropicalista era relacionado a determinada linha de combate clandestino. Você faz essa relação? Por exemplo, tinha ala da esquerda que era do lado de Chico Buarque, tinha ala da esquerda que era do Tropicalismo, você vê isso?
Acho que sim. Acho que era. As pessoas associavam sua política, seu compromisso... (Tosse) a determinados campos, na própria política e no campo estético também. Então o Tropicalismo estava ligado às correntes mais ... mais audaciosas, mais, que predicavam uma ruptura maior, que predicavam uma ruptura de um convencionalismo estético, artístico, e etc., e também político, não é? Nós gostávamos das correntes políticas mais autônomas, mais abertas, menos subordinadas a linhas programáticas clássicas.
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Quando você diz que pegava uma linha política mais aberta, menos amarrada a programas tradicionais, eu lembro que a sua trajetória de diálogo com a esquerda nem sempre foi ausente de conflitos.
Foi tangencial sempre. (Riso) Eu nunca mergulhei em nenhuma corporação, em nenhuma unidade da política das esquerdas, porque eu sempre fui uma coisa que o Partido Comunista naquela época costumava classificar como "linha auxiliar". (Riso)
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Se você não fosse um homem negro, que artista você seria?
Eu não faço a menor idéia. (Risos.) Eu não faço a menor idéia. Eu não teria essa sestrosidade rítmica que eu tenho, isso é uma coisa que eminentemente muita gente tem, outras raças, outros contextos étnicos propiciam, mas a vivência negra, da cultura negra... e quando eu digo raça, digo nesse sentido, de mais no sentido da cultura, de ser negro culturalmente negro me dá uma relação com a música, com o ritmo, com o mundo religioso, com tudo enfim que eu não teria não sendo negro, e portanto não seria o artista que eu sou. Seria outro. Outra pessoa. (Riso e sorriso.)
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Fonte:

Projeto de lei teatral racha categoria e atinge governo Lula

O teatro brasileiro está rachado. Dois grupos formados por atores, diretores e produtores estão em lados opostos para criar uma política pública para o teatro no país. Eles elaboraram dois projetos distintos para o setor, que já foram enviados ao Congresso.
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Grupos vinculados ao Redemoinho - movimento que reúne cerca de cem conjuntos teatrais brasileiros - e a Cooperativa Paulista de Teatro apresentaram à Câmara dos Deputados projeto denominado "Programa do fomento ao teatro brasileiro" .
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O texto prevê a criação de um fundo no valor de R$ 78 milhões a ser administrado e distribuído pela Funarte (Fundação Nacional das Artes) a 465 grupos de teatro de todo o Brasil a cada ano. A condição para participar do edital e concorrer a um quinhão deste montante é que os grupos existam há pelo menos três anos.
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Do outro lado, produtores de São Paulo e do Rio de Janeiro - acompanhados de atores como Regina Duarte, Irene Ravache, Marcos Nanini e Nicete Bruno - defendem um projeto intitulado "Lei geral do teatro" , apresentado ao Senado Federal em março, que prevê a criação da Secretaria Nacional do Teatro vinculada ao Ministério da Cultura e à desburocratização da Lei Rouanet.
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O presidente da Funarte, Celso Frateschi, também ator e produtor teatral, foi um dos primeiros a jogar lenha na fogueira. Disse ser contra a criação da Secretaria Nacional do Teatro, que causaria duplicação e descaracterização da estrutura do MinC, além de inchar a máquina estatal. Frateschi foi ainda mais duro com a proposta de captação de recursos via Lei Rouanet.
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"Não acreditamos que a radicalização da Lei Rouanet, como é proposta pela 'Lei geral do teatro', seja uma solução. Ao contrário, isto só vai radicalizar falhas que já existem - tais como a centralização de recursos no eixo Rio/São Paulo, a diminuição de sessões por temporada e o descuido com a formação de público", disse Frateschi, apresentando números para provar as distorções produzidas por quase duas décadas de Lei Rouanet.
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Segundo o presidente da Funarte, 2.229 municípios brasileiros têm atividade teatral. No entanto, 80,4% dos recursos captados via Lei Rouanet foram destinados à produção teatral do eixo Rio/São Paulo.
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Antes da criação da Lei Rouanet, a média de sessões por temporada era de seis a oito por semana. Após a criação da lei de incentivo fical, esse número caiu para duas a três apresentações semanais. Na interpretação de Frateschi, o dado significa que é mais fácil lucrar com a montagem de um espetáculo do que em sua bilheteria.
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Outra voz contrária à "Lei geral do teatro" é a de Ney Piacentini, presidente da Cooperativa Paulista de Teatro. "É retrógrada a proposta de mais uma lei de incentivo fiscal, desta vez exclusiva para o teatro", disse Piacentini, que, no entanto, acha que a criação de uma secretaria nacional de teatro deve ser debatida. "Talvez o teatro mereça um espaço específico no MinC."
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Enquanto o governo vai a público criticar a Lei Rouanet e, na prática, segundo produtores, cria mecanismos para dificultar a aprovação de projetos para captar por meio dela, nem todos estão convencidos de que o melhor caminho seja extingui-la. "Não queremos só Lei Rouanet. Ninguém quer ser refém do incentivo fiscal. Mas por enquanto, é só o que temos. Batalhamos por melhorias", declara o produtor Eduardo Barata.
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"Não estamos mexendo no orçamento do MinC, nem no teto da renúncia fiscal. E a Lei Rouanet não é só o mecenato (o incentivo fiscal). Ela também tem o Fundo Nacional de Cultura (FNC), que neste ano tem R$ 325 milhões para distribuir. É muito dinheiro, quase metade do que se capta por ano no mecenato", agrega Barata, criticando o projeto apresentado por Frateschi de criação de um Fundo Geral das Artes, que o governo deve implementar até julho de 2008.
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O presidente da Funarte informou que os recursos do Fundo Geral das Artes serão destinados a atividades artísticas que normalmente não conseguem patrocínio da iniciativa privada, como por exemplo trabalhos de pesquisa de linguagem.
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Já a diretora Cibele Forjaz gostaria de ver a conciliação entre os dois grupos e a junção dos dois projetos. Ela alerta que se a categoria não se juntar, o sonho de conquistar uma política de estado para o teatro pode dar em nada. "São formas de produção muito diferentes. Um produtor capta recursos e chama uma equipe para montar a peça e trabalhar. Já uma cooperativa ou um grupo faz um trabalho conjunto de pesquisa, que necessita de financiamento de longo prazo".
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Lembrando que nos dois grupos existem os que querem dialogar e os que querem radicalizar, Cibele avalia que "todos devem ter direito de buscar recursos e trabalhar. Temos que nos entender e o MinC precisa entender que há diferentes formas de fazer teatro." A opinião é compartilhada por Ivan Cabral, um dos fundadores do grupo Os Satyros.
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"Juca de Oliveira e Bibi Ferreira são fundamentais para nossa cultura, assim como o trabalho de grupos como Os Satyros. Todos precisam ter possibilidade de trabalho", sublinha Cabral. "Cirque du Soleil também precisa vir ao Brasil. Minha mãe adora (risos). O que acontece agora é que a Lei Rouanet inviabiliza meu trabalho, mas possibilita o trabalho de Juca e Bibi e a vinda do Soleil."
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Já para o consagrado diretor mineiro Gabriel Villela, o "Programa do fomento ao teatro brasileiro" parece esquecer que o teatro brasileiro não é feito apenas por grupos. "Isto é até inconstitucional. O governo não pode definir como Fernanda Montenegro vai fazer teatro".
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Na opinião de Villela, o teatro - mesmo quando feito por um indivíduo - "é sempre uma arte coletiva". Segundo ele, "da maneira como prevê o 'Programa do fomento ao teatro brasileiro', ou você perde o que tem de mais caro, que é sua rubrica de artista, em nome de um grupo, ou não poderá mais trabalhar. Tem que ter espaço para tudo e respeitar a constituição".
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Da Redação do Vermelho

Avança mais um passo a organização do movimento dos Pontos de Cultura

A nova Comissão Nacional dos Pontos de Cultura se reuniu pela primeira vez entre os dias 27 e 30 de março na cidade do Rio de Janeiro. O primeiro dia foi de chegada dos participantes e dedicado à definição da pauta da reunião: as funções e composição da comissão; agenda e divisão das tarefas e Teia.
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Participaram da reunião representantes de 23 estados, 2 Ações Nacionais e 21 Ações temáticas. Os debates sobre sua composição, função e organização culminaram com a deliberação sobre as diretrizes que darão forma ao regimento da Comissão. Esse primeiro momento foi de extrema importância, pois serviu para iniciar a organização da Comissão, dividir as responsabilidades, definir com mais clareza os critérios para indicação dos representantes das Áreas Temáticas. Com isso o trabalho começa a andar.
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Para organização dos trabalhos, foram criados Grupos de Trabalho permanentes, que darão conta das tarefas cotidianas e Grupos de Trabalho provisórios, para organização das campanhas e projetos transitórios. Foram instituídos sete Grupos de Trabalho Permanentes: Mobilização; Sustentabilidade (gestão); Produção; Articulação (secretaria); Pesquisa (memória); Comunicação e Legislação, além de dois Grupos de Trabalho provisórios: um para organização da Teia 2008 e outro para organização da Campanha Nacional pelos 2% para a Cultura.
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O GT provisório da Campanha 2% para a Cultura organizará as lutas por esta bandeira histórica do movimento cultural. O GT provisório Teia 2008 será responsável por conduzir os trabalhos para a organização do evento, programado para novembro deste ano.
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Na noite de sábado, os membros da Comissão tiveram a chance de curtir um samba no terreno da UNE. Organizado em parceria entre o CUCA da UNE/RJ e o Canto da Fofoca, o samba recebeu muitos elogios e foi oportunidade para muito conhecerem um pouco mais da história daquele importante terreno.
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Da Redação
Aline Portilho

Dia do Teatro: artistas, produtores e técnicos protestam

Atores, dramaturgos, diretores, produtores, técnicos e representantes do teatro de grupo protestaram nesta quinta-feira (27), em diversas capitais do Brasil, por mudanças nas políticas públicas voltadas para as artes cênicas. Houve manifestações em Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro.
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Tanto na capital paulista quanto na fluminense, o Movimento do Teatro de Rua ajudou a encampar o manifesto. No Rio, o Tá na Rua, de Amir Haddad, aderiu ao protesto. "Estaremos também em Natal, com o grupo Clowns de Shakespeare, e em Campinas, com o Barracão. Em todos os lugares, será lida a Carta de Porto Alegre, redigida por dezenas de grupos brasileiros que compõem o movimento Redemoinho", destaca a atriz Mariana Senne, ligada à Cia. São Jorge de Variedades.
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As companhias elaboraram um documento pela aprovação da lei federal Prêmio Teatro Brasileiro, que prevê a criação de fundo público e estabelece verbas da ordem de R$ 78 milhões às regiões brasileiras que lançariam editais para montagem, circulação e teatro de grupo. A proposta é contraponto ao modelo envelhecido da Lei Rouanet, que centraliza as captações em 80% no eixo Rio-São Paulo para projetos de forte apelo comercial, perpetuando a nefasta "política de balcão".
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"O problema é que esse dinheiro público fica sob o poder dos diretores de marketing das empresas, que não optam pelos grupos de resistência e pelo teatro de pesquisa. Queremos pensar o teatro público e como a cidade tem acesso a essa arte", agrega Mariana Senne.
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O protesto se estendeu à discussão no Senado do projeto de lei para o teatro, nos moldes da Lei Rouanet, e é encampado por associações de produtores do Rio e São Paulo, além de apoio de atrizes que transitam entre teatro e televisão, a exemplo de Regina Duarte e Beatriz Segall.
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Em São Paulo, a manifestação aconteceu Praça Patriarca e foi marcado por intervenções de artistas na cidade. Uma delas foi a leitura da Carta de Porto Alegre na escadaria do Teatro Municipal. O CUCA da UNE, participou das atividades.
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Os artistas também pediram reavaliação no orçamento para a Lei de Fomento para o Teatro da Cidade de São Paulo, apontada como a possibilidade de desenvolvimento do teatro público no Brasil. Grupos, como o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, Folias D'Arte, Grupo XIX de Teatro, Cia do Latão, Ventoforte, Teatro Fábrica, engrossam a fileira em prol de um novo momento para o teatro brasileiro.
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A Rede Estadual de Teatro de Rua (RJ) realizou uma grande manifestação celebrativa em forma de cortejo dramático. Os manifestantes saíram do Largo da Carioca em direção à Cinelândia.
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Durante o percurso aconteceram performances teatrais e números circenses até o fim do cortejo no Palácio Gustavo Capanema, onde fica a Representação Regional do Ministério da Cultura. Os artistas, grupos chamaram a atenção do público quanto ao descaso do Poder Público e à falta de políticas eficazes na área da cultura, em especial, na do teatro de rua e circo.
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Da Redação, com informações do Vermelho

Entidades realizam ato em defesa das Rádios Comunitárias

O Fórum em Defesa das Rádios Comunitárias e pela Democratização da Comunicação, de Campinas/SP, realiza nesta sexta-feira (28/03), às 13h, no largo do Rosário (centro) ato público em defesa da liberdade de expressão.
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SIM às Comunitárias, NÃO à repressão!
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As Rádios Comunitárias têm sido alvo de dura repressão policial. Em Campinas, a Polícia Civil tem agido de forma truculenta e autoritária contra as Comunitárias - com apreensão de equipamentos e ameaças aos representantes - ao mesmo tempo em que fecha os olhos para as irregularidades cometidas pelas emissoras comerciais. O Fórum exige que seja dado um tratamento digno às Comunitárias, equivalente ao dado às comerciais.
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Outra reivindicação do Fórum é pela agilização nos processos de outorga das Comunitárias. Em todo o Brasil, mais de 20.000 processos estão parados no Departamento de Análise de Radiodifusão Comunitária do Ministério das Comunicações. Nos últimos dez anos, apenas 2.000 licenças de funcionamento foram concedidas. Em Campinas, mais de 300 comunidades preencheram os requisitos para terem outorga de radiodifusão, mas os processos estão parados.
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Criadas pela lei 9612/98, as Rádios Comunitárias são um importante instrumento de divulgação dos interesses e da cultura popular. O Fórum é composto por cerca de trinta entidades dos movimentos sindical e popular, parlamentares e entidades de Rádios Comunitárias da Região Metropolitana de Campinas (RMC).
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De Campinas,Agildo Nogueira Jr.

Caso Paulo Henrique Amorim: o silêncio e a calúnia da mídia

Pergunto aos leitores: em qual país democrático e civilizado a saída de um jornalista do peso de Paulo Henrique Amorim de um portal da importância do iG seria ignorada pelo resto da mídia? Na imprensa, a notícia só mereceu uma lacônica nota na Folha de S.Paulo, no vídeo o registro pela TV Senado de um discurso do senador Inácio Arruda, do PCdoB do Ceará, a lamentar o episódio e solidarizar-se com Amorim.
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Por Mino Carta, no site da CartaCapital
E o episódio não somente é muito grave, mas também altamente representativo da prepotência dos senhores, acobertados pelos seus sabujos midiáticos. O espetáculo da tartufaria não é surpreendente. Não cabe espanto, sequer um leve assomo de perplexidade. Tudo normal, na Terra brasilis, tão distante, tadinha, da contemporaneidade do mundo. Porque não há país democrático e civilizado onde o abrupto afastamento de um profissional tão honrado e competente quanto Amorim não teria repercussão na mídia, imediata e profunda.
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Não faltaria a busca das razões que levaram o iG a agir de forma tão violenta, ao tirar Conversa Afiada do ar sem aviso prévio, ao lacrar o computador do jornalista e enxotar o pessoal da equipe da sede do portal. Bastaria este comportamento para justificar a repulsa da categoria em peso e a investigação dos interesses envolvidos, necessariamente graúdos.
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Pelo contrário, ouviu-se clangoroso silêncio, quase a insinuar que, se a mídia não o noticia, o fato não aconteceu. Que diria Hannah Arendt ao verificar que no Brasil há cada vez menos "homens dispostos a dizer o que acontece e que acontece porque é", de sorte a garantir "a sobrevivência humana"?
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Pois o fato se deu, e não se exigem esforços mentais einsteinianos para entender que os donos do iG (Brasil Telecom, Fundos e Daniel Dantas) decidiram abandonar Amorim ao seu destino. Não é difícil também enxergar como pano de fundo o projeto de fundir Brasil Telecom com Oi, a ser executado com o apoio do BNDES, e portanto do governo federal, a configurar mais um clássico do capitalismo sem risco de marca tipicamente brasileira.
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Ocorre-me comparar o mutismo atual diante de um fato tão chocante com a indignação midiática que, recentemente, submergiu a campanha de ações movidas em juízo por fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus contra a jornalista Elvira Lobato, da Folha de S.Paulo, autora de reportagem sobre o êxito empresarial da Iurd. Não está claro até o momento se o Altíssimo acudiu o bispo Macedo e seus prosélitos, mas é certo que, se o fez, ou o fizer, terá de enfrentar a ira da mídia nativa.
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Foi um coro de manifestações a favor da liberdade de expressão ameaçada, um rosário de editoriais candentes, de colunas vitriólicas, de comunicados de entidades representativas da categoria. A saber, Fenaj, ABI, ANJ, Abraji, sem contar a associação dos correspondentes estrangeiros (OPC). Ah, sim, a famosa liberdade de imprensa. A mídia verde-amarela não hesita em defendê-la, quando lhe convém. Permito-me concluir que, no caso de Paulo Henrique Amorim, não lhe convém.
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Recordo episódio similar que me diz respeito. A minha saída de Veja em fevereiro de 1976. Vai às livrarias na segunda 31, lançado em Curitiba, um livro de memórias de Karlos Rischbieter, presidente da Caixa Econômica Federal no começo do governo do ditador de plantão Ernesto Geisel, depois transferido para a presidência do Banco do Brasil e enfim ministro da Fazenda de outro plantonista, João Batista Figueiredo. Ficou por um ano, saiu contestando as políticas que a ditadura pretendia levar adiante.
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Escreve Rischbieter em um dos capítulos:
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"No começo de 1975 deu entrada na Caixa um pedido de financiamento do Grupo Abril. O pedido era de um financiamento que equivalia a 50 milhões de dólares, para consolidação de várias dívidas, em grande parte em moeda estrangeira. O pedido foi analisado pelo pessoal competente, recebeu parecer positivo e foi aprovado pela diretoria. Mas faltava a aprovação do Governo. E Armando Falcão, ministro da Justiça e guardião dos "valores revolucionários" vetou o financiamento com o argumento de que a Veja, carro-chefe das publicações do grupo, e que tinha como diretor Mino Carta, era sistematicamente antigoverno. Em seu livro autobiográfico, O Castelo de Âmbar, Mino conta com detalhes o episódio que culminou com sua saída do Grupo Abril. Eu tentei, no meio da discussão, convencer o general Golbery a assumir o controle da situação e convencer o presidente a vetar o veto do ministro da Justiça. Mas foi em vão. O empréstimo só foi aprovado quando Mino Carta deixou a Veja no começo de 1976".
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In illo tempore colegas de profissão também silenciaram, com exceção do jornal do sindicato paulista. Em compensação, alguns insinuavam, quando não afirmavam, que eu prestava serviço ao chefe da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva, quem sabe em troca de vantagens financeiras. Tempos depois, em 1979, Figueiredo no poder, um célebre jornalista escreveu um texto na Folha de S.Paulo intitulado "De João a Mino, os donos do poder". João Figueiredo, está claro. Apresentava-se ali a seguinte tese: "Lá na outra ponta do bonapartismo, em versão microscópica e virulenta, está o jornalista Mino Carta, mini-representante do mandonismo local, que apoderou-se da abertura política concebida e instrumentada pelo general Golbery do Couto e Silva, seu amigo e aparente protetor, para pontificar sobre o que é certo ou errado".
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Vinte anos depois, em 1999, outro jornalista de larga nomeada escreveu um livro para recuperar o tempo perdido e disse que eu fui demitido da Veja. Nada disso, esta é a versão do patrão. Eu me demiti, para não ter de levar as moedas da Editora Abril, e não seriam trinta dinheiros. Mas, desde a eleição de Lula em 2002, há quem sustente, periódica e inexoravelmente, que CartaCapital está a serviço do governo. Eis aí, inúmeros jornalistas nativos não conseguem imaginar um colega digno que não se porte igual a eles.

CONFERÊNCIA DISTRITAL DE JUVENTUDE APROVA SUAS PROPOSTAS

Relatoria do GT de Educação e Cultura
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1º Desafio- Garantir o acesso à educação
1. Passe Livre estudantil
2.Ampliação e Descentralização dos números de vagas nas Universidades Públicas e Escolas Técnicas.
3.Reserva de 50% das vagas nas universidades para alunos oriundos das escolas públicas por curso e por turno.
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2º Desafio: Melhorar a qualidade da educação pública
1.10% do PIB pra educação! 2.Derrubada da "Desvinculação dos Recursos da União"
2.Derrubada da DRU
3. Contra o programa de aceleração nas escolas do DF
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3º Desafio- Acesso da juventude à cultura e arte
1.Assegurar 2% do PIB para cultura.
2.Implementação de Casas de Cultura em cada regional do DF.
3.Cursos Técnicos em escolas públicas de qualificação na área áudio visual, artes e multimídia, utilização das escolas como espaços para cultura e arte.
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Relatoria do Grupo trabalho e Juventude
1°. Desafio: O Brasil precisa de desenvolvimento econômico com valorização do trabalho.
Propostas:
I – Maior investimento produtivo que especulação: pela redução da taxa de juros (SELIC) e por uma reforma tributária progressiva1;
II – Pela redução do superávit primário2 e a realocação destes recursos em investimentos na infra-estrutura produtiva brasileira;
III – Por uma política diferenciada de estímulo às micro e pequenas empresas, ao pequeno produtor rural, ao cooperativismo e ao associativismo e à economia solidária pelo imenso potencial de geração de empregos destes setores.
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2°. Desafio: O Brasil precisa educar e qualificar a juventude para o trabalho.
Propostas:
I – Pela federalização dos padrões de qualidade das escolas públicas (equiparação salarial e de carreira, instalações, materiais), ampliando o investimento público.
II – Pela ampliação da qualificação profissional em ligação com a educação formal, assegurando a universalidade e a gratuidade;
III – Pelo investimento massivo de recursos na qualificação profissional como parte da educação formal como política pública prioritária voltada à juventude de baixa renda, a ampliação das escolas técnicas e do sistema S (SESC, SENAC, SENAI, SENAR) gratuitamente e que as comunidades possam acompanhar a implementação e fiscalizar a utilização dos recursos públicos investidos.
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3° Desafio: O Brasil precisa assegurar o direito ao trabalho em condições dignas.
Propostas:
I - Redução da jornada de trabalho sem redução de salário;
II – Promoção do cumprimento da Lei do Estágio e da Lei da Aprendizagem como instrumentos do ingresso do jovem ao mercado de trabalho e pela fiscalização eficiente e efetiva das empresas no que concerne ao atendimento da finalidade do estágio;
III – Remuneração igual para trabalho igual. Contra o Assédio Sexual e Moral e pela garantia dos direitos trabalhistas, entre eles o direito a um trabalho decente.
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Propostas aprovadas pelo GT de Participação Política e Liberdades Democráticas
Pela PEC que inclui a juventude na constituição
Pelo Plano Nacional da Juventude
Pelo estatuto da juventude!
Pela livre organização estudantil nas instituições públicas e privadas!
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1Reforma Tributária Progressiva é aquela em que os mais ricos pagam mais impostos. Hoje a legislação tributária brasileira é regressiva, os mais pobres pagam mais impostos que os mais ricos. 2 Superávit Primário: é a fatia do Produto Interno Bruto que se economiza anualmente dos recursos federais e que deixa de ser investido na produção e no social sendo canalizado para a dívida pública.
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Da Redação
Claudia Maya

RUAS EM REDE: Dia Mundial do Teatro – Dia Nacional do Circo

27 de Março
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A Rede Estadual de Teatro de Rua – RJ vai realizar uma grande manifestação celebrativa em forma de cortejo dramático, no dia 27 de março de 2008, por ocasião do Dia Mundial do Teatro (UNESCO) e Dia Nacional do Circo.
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A concentração será às 15 h, no relógio do Largo da Carioca. O Cortejo sairá às 16h seguindo para a Cinelândia. Após performances teatrais e números circenses, o cortejo continua pela Rua Pedro Lessa, cruzando a Biblioteca Nacional em direção ao Palácio Gustavo Capanema, onde fica a Representação Regional do Ministério da Cultura, última parada do ato cultural (que já é político!).
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No interior do Estado, a festa será em Cachoeiras de Macacú e tem duração de nove dias, reunindo onze grupos fluminenses de teatro de rua e circo.
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E tem mais! Na Praça 11, berço Carioca do Circo, na Lona do CRESCER E VIVER acontecerá um espetáculo gratuito de circo às 14:30, em comemoração ao DIA NACIONAL DO CIRCO, um reconhecimento ao Mestre PIOLIN.
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Esta atividade é parte de uma grande mobilização nacional em 17 estados do Brasil que estarão reunidos nos dias 24 e 25, em Salvador, para discutirem a criação da Rede Nacional de Teatro de Rua, são eles: AM, ES, RJ, SP, MG, PE, BA, SE, RS, RO, MA, RR, CE, RN, AC, DF, GO.
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Os artistas, grupos e companhias querem chamar a atenção do respeitável público quanto ao descaso do Poder Público e à falta de políticas eficazes na área da cultura, em especial, na do teatro de rua e circo.
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Os profissionais de teatro de rua e circo do Rio cobram do poder público:
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- criação de políticas públicas nas esferas federal, estadual e municipal que apóiem e incentivem as Artes Cênicas em espaços públicos;
- normatização e legalização do uso de espaços públicos para atividades artísticas;
- instalação de pontos de energia, sempre que solicitado para as produções artísticas;
- implantação do Conselho Municipal de Cultura e Conselho Estadual de Cultura;
- representação no Conselho Nacional de Políticas Culturais;
- lei de fomento estadual e municipal de cultura;
- editais específicos para teatro de rua e circo;
- reformulação das Leis de Incentivo à Cultura (Rouanet, ICMS, ISS);
- apoio e incentivo à toda e qualquer manifestação artística em logradouros públicos garantindo acesso à cultura;
- que o Circo seja reconhecido como Patrimônio Cultural da Nação.

Serviço centro do Rio
Concentração: 15 h
Local: Relógio do Largo da Carioca
Saída: 16 h em direção à Cinelândia pela Rua 13 de Maio;
Performances artísticas: 16:30h na Cinelândia
Saída do cortejo: 16:45h para o Palácio Gustavo Capanema pela Rua Pedro Lessa;
Ato Público: 17 h.
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Grupos confirmados: Tá Na Rua; Circo Esperança; Teatro em Cordel; Teatro Itinerante; Cia Titeres do Magéio; Grupo Off-Sina; Grupo Entrou por Uma Porta; CUCA - Rio; Tropa Palhaços de 5ª; Palhaça Margarita e Alunos da UniverCidade; Palhaça Cucaracha; Palhaço Orelha; Grupo Baú; Mosaico Cultural; Grupo Franco Atuadores; Cia Brasilera de Mystérios e Novidades; Teatro de Anônimo; Grupo Teatro Poeira; Grupo Porão; As Marias da Graça; As Três Marias; Produpalhaças; Cronos; Ratos Diversos; Palhaço Paçoca; Cia Amor e Arte e Cia Circular.
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Contatos: Rede Estadual de Teatro de Rua e Artes Afins
Nome: Marcodes Mesqueu: (21) 7899-2293 teatroitinerante.rua@gmail.com
Leo Carnevale: (21) 9684-7732 / 21 2210 4018 mosaicocult@gmail.com
Vinícius Mesqueu: (21) 7895-2243 contato.cenassessoria@gmail.com
Geovane Barone: (21) 9766-4039 geovanebaronedaarte@hotmail.com

Serviço Cachoeiras de Macacú - RJ
Nota: Programação em Anexo.
Contato: Wellingotn Lyra; (21) 9903-3894 welllyra@hotmail.com
Grupos confirmados: Será o Benidito?; Companhia Artística Em Nós e Insanos em Cena.
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Serviço Praça 11 - RJ
Realização: Crescer e Viver
Hora: 14h30min
Local: Lona de Circo do CRESCER E VIVER
Endereço: Rua Benedito Hipólito, s/n (Lona de Circo), Cidade Nova – Rio de Janeiro (RJ).
Contato: Vinícius Dalmas: (21) 3972-1391. crescereviver@crescereviver.org.br
Preço: Totalmente Grátis!
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Articuladores da Rede Estadual de Teatro de Rua e Artes Afins
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Tá na Rua (Licko Turle e Ana Cândida): 2220-0678 / 9339-7368
Grupo Off-Sina (Richard Riguetti e Lilian): 2556-6203
Será o Benidito? (André Garcia): 3873-6908
Companhia Artística Em Nós (Wellington Lyra): 2649-1240 / 9903-3894

Giovane Barone - CUCA RJ: 21.97664039 giovanebaronedaarte@yahoo.com.br

Atenção: Última semana para realizar Conferências Livres de juventude

As propostas pensadas ao final de cada Conferência deverão ser enviadas para a Secretaria Nacional de Juventude.
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Os interessados em realizar Conferências Livres de Juventude têm até o fim dessa semana para reunir um grupo de jovens e pensar ações para mudar a realidade da juventude brasileira.
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Desses encontros, que acontecem paralelamente as conferências municipais e estaduais de juventude, sairão propostas para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas aos jovens, que serão incorporadas às soluções pensadas nas demais etapas preparatórias e enviadas para a 1ª Conferência Nacional de Juventude, que acontece entre os dias 27 a 30 de abril, em Brasília.
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A diretora de Relações Institucionais da UNE, entidade que faz parte do Conselho Nacional de Juventude, Márvia Scardua, lembra que não basta apenas fomentar o debate, é preciso formalizar as propostas de cada Conferência. "Cada grupo deve enviar um documento com suas propostas para a Secretaria Nacional de Juventude. Isso valida a Conferência e é a garantia que as visões de casa grupo sobre políticas públicas de juventude serão discutidas na etapa nacional".
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Na 1ª Conferência Nacional de Juventude, essas contribuições serão debatidas pelos 2 mil delegados eleitos nas etapas municipais e estaduais e na Consulta Nacional aos Povos e Comunidades Tradicionais. O resultado final será uma agenda de prioridades para o poder público, em especial o governo federal e o Congresso Nacional.
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Baixe o material "UNE levanta sua Bandeira" sobre as Conferências Livres (folheto explicativo frente e verso)
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Da Redação

O Movimento Hip Hop

“A realidade é sempre dura para aqueles que têm a pele escura se você não tiver atenção acabará no camburão"
No Brasil, o movimento vem desde o início da década de 1980 quando os pioneiros dessa cultura enfrentavam a opressão da ditadura militar que perseguia os jovens em qualquer espaços públicos que servisse de ponto de encontro para praticar a dança e suas músicas.
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Toda essa manifestação cultural teve sua fusão nos guetos norte-americanos, sendo desenvolvida por jovens negros e hispânicos que moravam nessas regiões sempre em condições de muita exclusão social. E no hip-hop cada vez a juventude excluída encontra uma maneira de manifestar suas opiniões, e é através dos quatro elementos do Hip Hop (o Break, o MC e o DJ que formam a música rap e o Graffiti) que ela articula sua própria forma de organização onde possam planejar suas ações e traçar parcerias com outras organizações da sociedade para ampliar sua intervenção.
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Todo esse processo de organização permitiu um reconhecimento por grande parte da opinião pública, o que foi desobstruindo os obstáculos do preconceito em relação ao movimento. Preconceito esse que ainda persiste em alguns setores elitistas da sociedade – o que, de certa forma, é natural pelo fato de o hip-hop ser um movimento de denúncia e também por ser feito por jovens das periferias.
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O Quinto Elemento
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Passado esse período de 20 anos pode-se fazer uma retrospectiva e observar todos os obstáculos já ultrapassados. Mas é preciso dar um passo adiante, e essa juventude sabe muito bem disso e de sua urgência. Assim, pensando em organizar melhor a ampla rede do movimento hip-hop, realçar a originalidade do hip-hop brasileiro, sociabilizar as informações por toda a rede do movimento e efetivar a luta social para garantir as conquistas de que a juventude da periferia tanto necessita, que, em Janeiro de 2005, fundou-se a Nação Hip Hop Brasil, uma entidade formada por diversas lideranças do Hip Hop Nacional, visando contribuir como forma de ferramenta para a organização e representação institucional de seus militantes, para que através de planejamentos de ações gerais, seja possível avançar e prol do fortalecimento e crescimento de um dos maiores movimentos sócios culturais na ultima década dentre a juventude periférica brasileira, o movimento hip hop.
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Hip Hop a Lápis
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“Não podemos mais ficar só na crítica ou denúncia dessa exclusão, temos que partir para a ação que precisa ser planejada. E tudo isso depende de nós mesmos”
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Literatura Engajada
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A Nação Hip-Hop Brasil lançou um livro chamado Hip-Hop a Lápis, uma coletânea de letras de rap que após a rápida venda da primeira edição em 2005, tendo sido indicada para o prêmio Htuz, principal prêmio brasileiro de hip hop, uma editora convencional manifestou interesse suficiente para negociar um acordo para a publicação das edições subseqüentes.
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"Nunca antes tínhamos visto a nossa história ser narrada em um livro, e no início as editoras não nos levaram a sério", conta Toni C., um dos editores e autores da coletânea. "Os livros sempre foram usados como uma arma contra nós, e as pessoas não sabiam que existia algo como a literatura hip-hop. Agora elas sabem".A lei brasileira oferece isenções fiscais às companhias que contribuem para empreendimentos culturais como filmes, balés e mostras de arte. Agora a música rap alcançou um status similar, e, como resultado disso, algumas das maiores corporações do país passaram a subscrever gravações e shows de hip-hop.
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O Ponto
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Concebido em 2003, Hip Hop a Lápis é também um dos Pontos de Cultura do Brasil, o fruto de um programa oficial do governo que está ajudando a disseminar a cultura do hip-hop em uma vasta nação de 185 milhões de habitantes e assim espera canalizar para novas formas de expressão aquilo que vê como a latente criatividade dos pobres do país.
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Para contatar essa galera, acesse http://www.nacaohiphopbrasil.com.br/

Diretório Acadêmico da Geografia exibe documentário sobre o mundo global visto do lado de cá




O Diretório Acadêmico de Geografia (DAGEO), Gestão Coletivo Milton Santos, exibiu nessa quarta-feira o documentário "Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global Visto de cá" de Sílvio Tendler, filme que teve seu pré-lançamento na 5 Bienal da UNE, como parte da mostra de cinema que cedeu o Odeon para a abertura da mostra de ciencia e tecnologia do evento. A atividade marca a estréia do Ciclo de Cinema Milton Santos.
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"Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global visto do lado de cá", documentário do cineasta brasileiro Sílvio Tendler, discute os problemas da globalização sob a perspectiva das periferias (seja o terceiro mundo, seja comunidades carentes). O filme é conduzido por uma entrevista com o geógrafo e intelectual baiano que foi gravada quatro meses antes de sua morte.
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Considerado um dos maiores pensadores brasileiros do século XX, Milton Santos não era contra a Globalização e sim contra o modelo de globalização perversa vigente no mundo, que ele chamava de globalitarismo. Analisando as contradições e os paradoxos deste modelo econômico e cultural, Milton enxergou a possibilidade de construção de uma outra realidade, mais justa e mais humana.
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O DAGEO está preparando para este semestre um projeto de ciclo de cinema, inspirado em iniciativas como o Ciclo de Cinema Histórico, o Cine Lanterninha Aurélio e no nosso CINECUCA, um ciclo nacional de cinema do Centro Universitário de Cultura e Arte da União Nacional dos Estudantes. As atividades terão exibição de filmes com convidados comentaristas. Em breve, o DAGEO divulgará sua programação e a participação nas atividades renderá certificado de Atividade Complementar de Graduação (ACG).
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Contacte-os ! dageoufsm@yahoo.com.br