terça-feira, 31 de julho de 2007

JUVENTUDE, MULTICULTURALIDADE, INTEGRAÇÃO, DIVERSIDADE, DIÁLOGOS E EXPRESSÃO.

O Espaço Preto Ghoéz é resultado da iniciativa de vários segmentos, movimentos e itinerários. Gente de todo o Brasil que se junta nesta rede. Uma Teia Cultural. Multicultural.
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Preto Ghoéz foi um jovem brasileiro de forte e consistente atitude. Afirmava o Hip Hop como expressão brasileira e o Rap derivado do Repente. Nos deixou em 2004 num acidente de carro no sul do Brasil.
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Suas idéias permanecem acessas, tanto com sua companheira Miriam, no MOHHB (Movimento Organizado Hip Hop Brasileiro) e principalmente na ação de grupos de juventude espalhados por todo o Brasil.
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Quando? 08, 09 e 10 de Novembro das 9h às 23h.
Onde?Palácio das Artes - Sala Juvenal Dias - Avenida Afonso Pena, 1537 – Centro - Belo Horizonte. Tel. (31) 3236 7400
O que? Oficinas, Shows, Hip Hop, Dança, Cinema, Diálogos, Conferência Livre de Juventude, Lançamentos e Misturalismo.
Quem? ARACATI, CUCA, MOHHB, HIP HOP à Lápis, Movimento Um Milhão de Histórias de Vida de Jovens, FundAção KAH-HUM-KAH e Ministério da Cultura.
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Clique aqui para saber mais sobre o teia.

Arlequins - Núcleo Operacional da Cooperativa Paulista de Teatro


Dias 7, 14, 21 e 28 - todas as quartas-feiras20h - "Pra não dizer que não falei das flores", com Cia Arlequins Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)


Pra Não dizer que Não Falei das Flores
de:
Éjo de Rocha Miranda e Ana Maria Quintal
Direção:
Sérgio Santiago
Com:
Alexandre Garcia
Ana Maria Quintal
Camila Scudeler
Danielle Agostinho

Uma reflexão acerca do mundo contemporâneo.
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Em cartaz há dois anos já foi assistido por milhares de espectadores.
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Centrado na música de Vandré, é uma peça sem o saudosismo fácil que a nossa vontade impõe à realidade, que teima em nos impor a falta de alternativas: memória fabricada pelo opressor: dragão que nos impele à nenhuma outra alternativa.
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Não há? A quem interessa que não haja?
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O espetáculo transita entre a Memória (nossa?!) e a Informação, que a constrói/destrói, e a Mídia, todo poderosa, que se apropria dela e a Violência que entra por um ouvido e não sai pelo outro: Se não há alternativas, por que o dragão se agita?
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Queremos a reflexão, sem receitas prontinhas, e o movimento:
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"Quem sabe faz a hora, não espera acontecer".
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­­Teatro é diversão, mas sem alienação.

Participe do debate cultural com o qual, braços dados ou não, haveremos de construir uma sociedade em que “o homem há de ser um amigo para o homem”.
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Promoção especial para escolas
Entre em contato conosco para agendar uma data: passamos nas classes para convidar, preparar e motivar o aluno.
Apresentamos também em escolas que disponham de espaço.
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Release
Em pra Não dizer que Não falei das Flores o tema é a manipulação da memória e da informação para mascarar a inversão ideológica e como, graças a esse mecanismo, a ideologia burguesa mantém sua hegemonia, criando a necessidade de heróis vazios para justificar essa contrafação de individualidade que é oferecida para consumo.
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Quatro narradores. Com situações episódicas, música e participação da platéia, o espetáculo, mesmo tratando de assuntos tão sérios, quer divertir sem, no entanto, distrair os espectadores ou oferecer receitas prontas.
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Estruturado em 3 movimentos, o espetáculo usa a música homônima de Geraldo Vandré, como um ícone. Questiona uma afirmação difundida e hoje absolutamente instalada, feita com uma sem-cerimônia histórica: "não há alternativas".
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Será? Criando a interrogação, experimentar dialeticamente uma tentativa de espelhamento da importância de uma memória viva, a percepção da nossa história violentada e alguns desdobramentos dessa herança.
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Abertura: apresenta os elementos da linguagem e propõe o questionamento: se não há alternativas, por que o dragão se agita?
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1º Movimento: a partir de fragmentos da memória constrói situações explicitando os mecanismos de apagamento da história e seus possíveis desdobramentos. Memória, uma pedra no meio do caminho.
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2º Movimento: tem como mote a exacerbação da informação que nos seduz e não favorece um tempo de questionamento e crítica. Alta entropia, baixa reflexão.
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3º Movimento:
apresenta um par bastante característico - a violência/o medo, e mostra como a utilização desse recurso nos mantém retraídos, dificultando uma consciência comum.
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Desfecho: um convite ao público - vem vamos embora, que esperar não é saber.
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Com música, situações episódicas e participação da platéia, o espetáculo, mesmo tratando de assuntos tão sérios, quer também divertir sem, no entanto, distrair os espectadores ou oferecer receitas e soluções prontas. Propõe a troca como elemento essencial na busca por soluções dos problemas reais e coletivos. Busca apresentar possíveis ferramentas de reflexão.
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Reservas, Informações e Contato:
com Sérgio Santiago: Fone/fax 6408-6857 / 9328-5441 (sergiossantiago@ig.com.br)
com Danielle Agostinho: Fones 3537-1254 / 3106-6977 (danielle.agostinho@gmail.com)
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Visite o nosso site: www.arlequins.ato.br

O Nós Pós - português suave é um evento produzido por escritores jovens que circulam pela área da cidade do Recife. Pretende divulgar e, assim, incentivar uma nova produção literária que está sendo feita hoje, agora. Pois não existia um ambiente, um veículo de intercâmbio eficiente entre esses novos escritores e a sociedade. Criamos esse clima. O movimento está, a cada dia, maior e mais fortalecido.
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Temos o afinado apoio da Prefeitura do Recife, da produtora Sete Filmes, do Centro Universitário de Cultura e Arte - CUCA Recife, e do bar Quintal do Lima (onde acontecem as apresentações).
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O Nós Pós - Parte 3 conta com a presença de oito escritores.
São eles:
Artur de Ataíde
Bruno Piffardini
Ricardo Wanderley
Marcus Accioly
Leo Zadi
Gustavo Fontes (Índio)
Sidmar Gianetti
Delmo Montenegro
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Ainda temos o show do Projeto Correria.
SERVIÇODia: 27/11/07 (terça-feira)Hora: 20hLocal: Bar Quintal do Lima - Rua do Lima, Santo Amaro
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Blog: http://nospos.blogspot.com/
Orkut (comunidade): http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=39322131
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Vídeo no Youtube do Nós Pós - Parte 1: http://br.youtube.com/watch?v=vBA4bKu0TLs
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E-mail: nos_pos@yahoo.com.br
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Telefones:
86019511 (Artur)
99745126 (Aroma)

Espaço Preto Ghoez foi o local da juventude no Teia 2007

O encontro nacional dos Pontos de Cultura do Brasil, o Teia 2007, teve nesta edição um espaço especial dedicado à juventude. Organizado pelo CUCA da UNE, pela instituição Aracati e pelo Movimento Hip Hop Organizado Brasileiro, o Espaço Pretho Ghoez foi criado com o objetivo de mostrar e debater a produção de cultura desse público. O nome do espaço é uma homenagem a um dos principais representantes do movimento Hip Hop brasileiro, morto em 2004 vítima de um acidente de carro.
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Uma série de atividades movimentou o Espaço como exposições, mostras, shows, filmes e debates. Os "cuqueiros", instalados há uma semana em Belo Horizonte, se juntaram aos outros parceiros do espaço e dominaram o espaço da sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes. Do lado de fora, oficinas de estêncil e serigrafia, cartazes e desenhos com temáticas relacionadas à cultura. Oficinas de artes visuais no ateliê livre, painéis de grafitti do artista Bonga (SP) e um varal de poesia em formato de teia, a POETEIA movimentaram o espaço.
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Segundo Luis Parras, do CUCA da UNE, "o Espaço Preto Ghoez além de ser um espaço para juventude, foi um espaço diferente dos outros da TEIA, pois todas as linguagens estão interligadas e não separadas".
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Do lado de dentro da sala Juvenal Dias, as atividades receberam um público diverso, grupos do Hip Hop, orquestras de violeiros, grupos regionais e do próprio ministro da cultura, Gilbero Gil.

Gil apareceu de surpresa no espaço na tarde deste sábado (10). Em uma breve conversa com o público presente, elogiou o intercâmbio realizado dentro da Teia 2007 e saudou as atividades do Preto Ghoez. Ao final, como não poderia deixar de ser, cantou e dançou, improvisadamente junto do público e de alguns grupos culturais que se encontravam no local.

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Movimento Estudantil

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A história do movimento estudantil brasileiro esteve bem representada no espaço Preto Ghoez, com a exibição de filmes que mostram a trajetória dos estudantes e sua participação nos principais eventos da vida do país. No dia 8, foi exibido "Arquivo Honestino Guimarães", filme produzido pelo Instituto CUCA que conta a história do último presidente da UNE durante a ditadura militar. No dia 9 foram exibidos "Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil" e "O afeto que se encerra em nosso peito juvenil", ambos de Sílvio Tendler. Os filmes documentam a história das entidades estudantis.

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Conferencia Nacional de Juventude

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O Espaço Preto Ghoéz recebeu na sexta-feira, dia 09, a Conferência Livre de Juventude da TEIA 2007. Realizada pela Secretaria Nacional de Juventude e Espaço Preto Ghoéz a Conferência envolveu na sua discussão os jovens artistas, movimentos sociais e pontos de Cultura.

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O Fórum Nacional dos Pontos de Cultura realizou o grupo de trabalho Cultura e Juventude dentro da Conferência, com isso todo o debate contou com a participação dos pontos de cultura presentes na TEIA. As discussões e propostas foram sistematizadas e apresentadas n Plenária dos Pontos de Cultura.

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Tiago Alves, coordenador do CUCA da UNE, pontuou que "o fórum deve construir um programa que atenda os interesses da juventude. 95% dos Pontos de Cultura do Brasil teêm com suas ações voltadas para a juventude, que em muitos casos deixou ser apenas público alvo e agora é gestora de muitos projetos.

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Preto Ghoez

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Preto Ghoéz foi um jovem brasileiro de forte e consistente atitude. Afirmava o Hip Hop como expressão brasileira e o Rap derivado do Repente. Nos deixou em 2004 num acidente de carro no sul do Brasil.

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Suas idéias permanecem acessas, tanto com sua companheira Miriam, no MOHHB (Movimento Organizado Hip Hop Brasileiro) e principalmente na ação de grupos de juventude espalhados por todo o Brasil.

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Assista ao vídeo produzido pela TV CUCA sobre o Espaço Preto Ghoez

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Da Redação

Estudantenet

CUCA apresenta proposta para a política cultural do país

Com participação ativa no Teia 2007, o encontro nacional do Pontos de Cultura, que aconteceu em Belo Horizonte, o CUCA apresentou um documento em que reforça a importância de relacionar cultura e educação no Brasil.
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O maior encontro da diversidade cultural brasileira,o Teia 2007, realizado em Belo Horizonte (MG), teve grande participação do movimento estudantil através do Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA) da UNE. Além de organizarem, junto a outras entidades, um espaço da juventude dentro da Teia, o CUCA teve participação ativa no Fórum Nacional dos Pontos de Cultura, que discute e encaminha ações para a política cultural do país nos próximos anos. Neste domingo (11), último dia do encontro, o CUCA apresenta uma proposta para a cultura do país, priorizando a relação com a educação, a escola e a universidade.
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Segundo o coordenador do CUCA Tiago Alves (foto), os estudantes têm papel fundamental na construção da unidade entre os diversos atores do movimento cultural: "Temos uma particularidade, somos uma rede dentro da rede. Estamos em vários estados, temos dez Pontos de Cultura e já promovemos um diálogo em nível nacional. Temos muito a acrescentar com a experiência de 70 anos da UNE como movimento social e político", avalia.
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O documento do CUCA para o Fórum Nacional dos Pontos de Cultura é dividido em duas partes. A primeira traz uma reflexão sobre a relação entre cultura e educação, como elemento transformador da ética e das relações sociais. A segunda parte é uma análise mais específica da atuação dos CUCAs na rede dos Pontas de Cultura, com sugestões para a política cultural do país. Entre as propostas do CUCA apresentadas ao Teia estão a consolidação do programa Cultura Viva (que engloba os Pontos de Cultura) e o investimento de 2% do PIB no setor:
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Leia o documento do CUCA da UNE ao Fórum Nacional dos Pontos de Cultura
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CULTURA E EDUCAÇÃO: FORMAÇÃO PARA UMA NOVA ÉTICA
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Os espaços de ensino, escolas ou universidades, são o lugar essencial de formação dos indivíduos na sociedade. Muitas vezes, reproduzem os conflitos e as lógicas nas quais se inserem. Noutras, servem de depositários das utopias e esperanças de construir as novas relações sociais, os novos hábitos, enfim, uma nova sociedade.
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Vista como uma rede de símbolos, a cultura impulsiona os indivíduos a se expressarem, e também funciona como um meio de formação. Ela os habilita a agir no mundo, estabelecendo um pacto de convivência em sociedade ao mesmo tempo em que amplia a vivência para além das simples necessidades econômicas em direção aquilo que há de simbólico, de sensorial, de humano na existência. Dessa forma a relação entre Educação e Cultura deveria ser pré-estabelecida de modo natural, já que a formação educacional dos indivíduos pressupõe sua inserção na cultura.
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Entretanto, o processo pelo qual passaram as instituições brasileiras desde a interrupção da democracia, na década de 60, levou a um outro processo, o de especialização do ensino como a adoção do regime tecnicista, de exclusiva preocupação com a formação para o mercado de trabalho. Com esta tendência, nota-se o esvaziamento dos espaços de ensino enquanto lugares de convivência, e sua redução a meros lugares de reprodução e aquisição de técnicas.
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Dissemina-se assim uma ética estritamente econômica, em que todos os vetores da formação devem confluir para seu posicionamento no mercado e tudo aquilo que não se liga diretamente a este objetivo é descartado sumariamente. Desta maneira, aquilo que corresponde às dimensões simbólicas e sociais da existência das pessoas é relegado a um segundo plano, como uma formação que complementa, mas que não é essencial, uma espécie de cereja do bolo.
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Antonio Gramsci fala em uma "educação unitária", que forme os indivíduos plenamente em suas capacidades intelectuais para, posteriormente, inseri-los nas técnicas e nas habilidades industriais. A fim de que se formem cidadãos capazes de "pensar, estudar, dirigir a sociedade ou controlar quem a dirige" é preciso pensar em uma formação ampla e que seja o contraponto fundamental para a construção de um novo mundo.
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Vivemos uma realidade plural e diversa, com muitas formas de conhecer o mundo, de interpretá-lo e de intervir na natureza. A dimensão do trabalho e da técnica é mais um desses modos de interagir e é inegável sua posição fundamental diante da consolidação do modo de vida ocidental que a modernidade experimenta. E pensar em uma educação que torne os indivíduos capazes de entender e influenciar na condução da sociedade passa necessariamente por trazer para o âmbito da educação as tradições orais, as culturas populares e suas diversas formas de conhecer o mundo e transmitir seu conhecimento.
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Somente a cultura é capaz de promover a educação a um patamar de integração real entre esses diversos saberes. Assim, tirar o aprendizado da forma em que o enterraram é casar as necessidades de técnicas e de profissionalização com a oralidade, como a valorização das tradições subalternas, com as expressões culturais não hegemônicas. Esta potencialização do saber habilita os indivíduos a agir no mundo todo e não somente em uma dimensão.
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Formar para uma nova ética. Construir novas relações, novas globalizações. E que sejam feitas do nosso jeito: multiplicando o humano e disseminando a pluralidade mestiça que nos é peculiar.
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LEVANTE SUA BANDEIRA
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Para avaliar a participação do CUCA da UNE na rede de Pontos de Cultura do Brasil e no Programa Cultura Viva é necessária uma compreensão histórica desta atuação no contexto das relações em que se estabeleceram entre a produção artística e cultural e os movimentos políticos e sociais de caráter progressista e emancipatório na sociedade brasileira. No momento em que os pontos de cultura se preparam para dar um salto no sentido da articulação de um fórum nacional que organize e mobilize esta rede, com capacidade de intervenção na condução das políticas públicas de cultura no país, a participação dos movimentos sociais neste processo é fundamental. Neste sentido, a UNE, com sua trajetória de 70 anos em defesa da cultura brasileira, da educação e da democracia, vem assumindo, através dos CUCAs, que hoje articulam uma rede de 10 pontos de cultura em 10 Estados, a sua responsabilidade histórica de contribuir com esta verdadeira "revolução silenciosa" que emerge da base da sociedade brasileira a partir dos pontos de cultura.
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O século XX foi marcado pela definição ideológica e pelo comprometimento dos artistas e intelectuais em relação às questões políticas e sociais de seu tempo. "Militância cultural", "arte engajada", "agitação e propaganda", são expressões que sugiram neste período e que refletem uma tomada de posição política no campo da atividade cultural, como uma tendência da sociedade contemporânea. Carlos Drummond de Andrade, em poema dedicado à batalha de Stalingrado, marco da derrota do nazismo na Segunda Guerra mundial, escreveu: "a poesia fugiu dos livros, agora está nos jornais". Mário Lago, ator e compositor popular, completou: "o povo escreve a história nas paredes".
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A própria fundação da UNE em 1937 é expressão deste movimento modernizador e de tomada de posição por parte da intelectualidade brasileira. Os estudantes universitários se organizavam politicamente e passavam a interferir de maneira organizada na sociedade, sempre na defesa das grandes causas democráticas e progressistas. No entanto, o marco fundamental da participação da UNE na vida cultural brasileira foi sem dúvida o período de surgimento e atuação dos Centros Populares de Cultura, no início da década de 60. O CPC foi uma experiência sem precedentes no Brasil e na América Latina, onde uma entidade eminentemente política - a UNE - , expressando a organização de um grupo social - os estudantes - cria uma estrutura de organização que passa a atuar como centro e rede de produção cultural, arregimentando quadros entre dramaturgos, atores, músicos e cineastas, garantindo meios de produção e distribuição de discos, filmes, peças de teatro, e realizando atividades culturais em todo o país, dentro e fora das universidades: em salas de aula, portas de fábrica, assembléias, congressos, comunidades rurais. Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, dramaturgo e fundador do CPC, sentia neste momento uma "sede de pensar varrendo o Brasil". O espetáculo teatral Auto dos noventa e nove por cento, o compacto O Povo Canta, com a Canção do Subdesenvolvido, de Carlos Lyra, foram vistos e ouvidos por estudantes de todo o Brasil:
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APRESENTADOR - O CPC esteve em todas. O CPC não teve mãos a medir. Maior que a fila do feijão, maior que a fila do arroz era a fila na porta do CPC. Fila pedindo peça. Peça pra comício, peça pra caminhão, peça pra camponês.
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CARA1 - Queria uma peça sobre greve... será que ainda tem?
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APRESENTADOR - (para dentro) Ainda tem peça sobre greve?
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CARA 2 - Acabou tudo. Os sindicatos levaram o estoque!
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(Trecho do "Auto do Relatório", escrito para o congresso da UNE de 1962)
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O CPC interagia com outros setores da sociedade, abrigava uma importante geração de artistas e intelectuais militantes. Em Pernambuco, os estudantes se organizaram no Movimento de Cultura Popular (MCP) que realizava as ações de alfabetização de adultos lideradas por Paulo Freire. Em 31 de março de 1964 esta sede de pensar que varria o Brasil foi brutalmente interrompida por um golpe militar que, como uma de suas primeiras medidas, incendiou o prédio da UNE no Rio de Janeiro e proibiu o seu funcionamento. A vida cultural brasileira sofreu um processo de intimidação, divisão e enfraquecimento, cujas conseqüências se fazem sentir até os dias de hoje.
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No entanto, a partir do fim do regime militar, um outro cenário foi se desenhando progressivamente. Os movimentos sociais se reestruturaram e voltaram a ocupar os espaços da vida pública brasileira. A partir da década de 90, com o fim da experiência "socialista real" no leste europeu e o avanço do neoliberalismo, o movimento estudantil sentiu a necessidade de encontrar novas formas de interlocução com a juventude, bem como ampliar seus canais de comunicação com a sociedade, para além do discurso meramente político e reivindicatório. A cultura e a arte passam então a ter um caráter estratégico na construção do discurso e da prática do movimento estudantil. Mais do que uma questão acessória, adjetiva, a cultura é um elemento substantivo no diálogo do movimento estudantil com a vida brasileira. Em 2001, a UNE deu um salto organizativo criando um espaço específico para a produção, a prática e a militância cultural: o Cuca, Circuito e Centro Universitário de Cultura e Arte. Em 2005, os CUCAs passam a fazer parte do programa Cultura Viva, articulando uma rede de 10 pontos de cultura em diversos estados do país.
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Ao participar da rede de pontos de cultura, os CUCAs se integram definitivamente ao debate e à construção de uma política cultural para o Brasil. Dentro da diversidade desta rede, os estudantes organizados em torno da ação cultural nos CUCAs começam a realizar intercâmbios e trocas com pontos de cultura de diversas linguagens e origens sociais, ampliando os espaços de interlocução entre a universidade e a comunidade. Um grande exemplo desta aproximação foi a Bienal da UNE de 2007 no Rio de Janeiro, que contou com a participação de artistas e representantes de 50 pontos de cultura do país. A TEIA 2007 lança o desafio da construção de um movimento político cultural a partir da rede dos pontos de cultura, e a União Nacional dos Estudantes, através dos CUCAs organizados em todo o país somam forças nesta luta, compreendendo a cultura enquanto fator estratégico e necessário para o desenvolvimento autônomo, democrático e libertador do país.
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Para isso, nos somamos aos pontos de cultura de todo o Brasil na construção do Fórum Nacional dos Pontos de Cultura, enquanto instrumento de mobilização, articulação e luta política desta rede social e cultural. O governo federal, através do programa cultura viva, provocou a sociedade civil a se empoderar do processo político – cultural, criando instrumentos de fortalecimento da ação cultural na base da sociedade, garantindo acesso aos meios de produção a grupos que historicamente estiveram à margem da distribuição de recursos públicos. Este processo é longo e demorado, ainda não se consolidou, e o programa Cultura Viva enfrenta em sua materialização os mais diversos entraves e dificuldades, resultantes de uma concepção do estado que historicamente sempre esteve a serviço das classes dominantes. No entanto, é a organização política dos pontos de cultura enquanto sociedade civil articulada em rede que possibilitará a nossa mobilização em torno de mudanças concretas na legislação e na estrutura do estado, consolidando o programa Cultura Viva enquanto política de estado, garantindo a aplicação de 2% do orçamento federal para a cultura e uma distribuição justa, transparente e democrática destes recursos.
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O programa Cultura Viva é apenas o começo do caminho para os pontos de cultura, que a partir dos conceitos de autonomia, protagonismo, empoderamento e gestão compartilhada entre estado e sociedade, se afirmam enquanto uma nova possibilidade de organização da sociedade em torno da prática e da criação cultural e artística. Para isso é fundamental que os pontos de cultura se afirmem diante da sociedade brasileira enquanto atores políticos no rumo da transformação social. O passo fundamental neste momento é a construção de um fórum dos pontos de cultura que contemple a diversidade regional, social, étnica, comportamental, de linguagens e de gêneros expressa neste caleidoscópio da vida brasileira que são os pontos de cultura.

Albúm de Fotos do Espaço Preto Ghoéz

Visita de Gilberto Gil ao Espaço Preto Ghoéz, 10.11.07


Conferência Livre de Juventude e Grupo de Trabalho Cultura e Juventude do Fórum Nacional dos Pontos de Cultura, no Espaço Preto Ghoéz, 09.11.07


Debate com o Ator Odilon Esteves, personagem Frei Ivo, após exibição do Filme "Batismo de Sangue" integrante do projeto CINE CUCA EM MOVIMENTO


Grafitti do artista Bonga


Grafitti do artista Bonga
Grafitti do artista Bonga

Grafitti do artista Bonga

- POETEIA - Varal de Poesia

- POETEIA - Varal de Poesia

Trabalhos do Ateliê Livre

Trabalhos do Ateliê Livre



Galera do CUCA após reunião, 08.11.07

Trabalhos do Ateliê Livre, e o jovem artista Victor K. Rauh, CUCA Araguaia

Conferência Livre de Juventude discute com Pontos de Cultura: Cultura e Juventude

O Espaço Preto Ghoéz recebeu na sexta-feira, dia 09.11, a Conferência Livre de Juventude da TEIA 2007.
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Realizada pela Secretaria Nacional de Juventude e Espaço Preto Ghoéz a Conferência envolveu na sua discussão os jovens artistas, movimentos sociais e pontos de Cultura.
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O Fórum Nacional dos Pontos de Cultura realizou o grupo de trabalho Cultura e Juventude dentro da Conferência, com isso todo o debate contou com a participação dos pontos de cultura presentes na TEIA. As discussões e propostas foram sistematizadas e serão apresentadas a Plenária dos Pontos de Cultura.
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Tiago Alves, coordenador do CUCA da UNE, pontuou que "o fórum deve construir um programa que atenda os interesses da juventude.
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95% dos Pontos de Cultura do Brasil teêm com suas ações
voltadas para a juventude, que em muitos casos deixou ser apenas público alvo e agora é gestora de muitos projetos.


Veja fotos no albúm do Espaço.

Pontos de Cultura pensam juntos a trama de uma rede nacional

Principal objetivo é consolidar o Fórum Nacional dos Pontos de Cultura. Para Tiago Alves, do CUCA, a UNE tem fundamental importância neste processo, com seus 70 anos de tradição

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A terça-feira do dia 8 de novembro logo vai ser lembrada como o marco inicial para a unidade cultural brasileira, com a realização do primeiro Fórum Nacional dos Pontos de Cultura, evento paralelo à Teia 2007. A chuva fina que caía sobre o Parque Municipal de Belo Horizonte, no centro da cidade, nem de longe atrapalhou a atmosfera de união e vontade política presentes entre as diversas pessoas dos mais de 600 Pontos espalhados pelo país.
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Para o integrante da coordenação nacional do CUCA, Alexandre Santini, do grupo carioca Tá na Rua e representante dos Pontos nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, o momento é histórico na formação dos Pontos de Cultura. "É uma situação de transição, em que os Pontos deixam de ser somente um programa do governo federal e passam a ser um movimento social, político, com autonomia", enfatiza.
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O primeiro passo deste Fórum é consolidar uma rede de cultura para obter força política capaz de tomar as rédeas na organização das Teias daqui pra frente. "É um desafio que está sintetizado aqui no Fórum Nacional dos Pontos de Cultura. A Teia não foi pensada pelos Pontos, é uma manifestação organizada pelo Ministério da Cultura. A gente espera que, já em 2008, nós possamos conceber e organizar o evento", complementa Santini.
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Também presente, o coordenador geral do CUCA, Tiago Alves, vai além: "Tenho a certeza que vai sair daqui um Fórum e é ele que vai conduzir a próxima Teia, que já tem lugar marcado na cidade de Brasília", adianta.
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Além da abertura do Fórum, ocorreram as plenárias regionais, apontando os interlocutores de cada região. Na sexta-feira (9), haverá debates pela manhã e à tarde os grupos temáticos, que representam redes específicas, como a dos estudantes, juventude, quilombolas, indígenas, entre outras, vão construir suas estratégias de funcionamento e ações.
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CUCA’s
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Segundo Tiago Alves, o CUCA tem papel fundamental na construção dessa sonhada unidade. "Temos uma particularidade, somos uma rede dentro da rede. Estamos em vários estados, temos dez Pontos de Cultura e já promovemos um diálogo em nível nacional. Temos muito a acrescentar com a experiência de 70 anos da UNE como movimento social e político", avalia.
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Hoje, os Pontos mantêm uma interlocução individual com o Ministério da Cultura. A partir da realidade que vem se concretizando com o Fórum, esse diálogo adquire uma força antes não existente. "O Fórum aponta uma saída eminentemente política. Os pontos vão voltar para seus respectivos estados sabendo que agora existe um instrumento de organização nacional", comemora Tiago.
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Fred Tonucci

CUCA da UNE em destaque na Teia 2007

Encontro nacional dos Pontos de Cultura foi aberto nesta quarta(7), com as presenças do ministro Gilberto Gil e do Presidente Lula. CUCA terá atividade intensa no evento, que vai até o dia 11


Começou nesta quarta-feira(7), em Belo Horizonte, um dos maiores encontros culturais do país, a Teia 2007. O evento reúne todos os 650 Pontos de Cultura do "Programa Cultura Viva", do MinC, incluindo os Circuitos Universitários de Cultura e Arte (CUCAs) da UNE, que terão atividades de destaque na programação até o próximo domingo (11), último dia da Teia.

A abertura do evento aconteceu à noite no Palácio das Artes, região central de Belo Horizonte, primeiro com a solenidade de entrega da Ordem do Mérito Cultural. Com a presença do presidente Lula, do Ministro da Cultura Gilberto Gil e de outras autoridades, 44 personalidades receberam o prêmio, como o cantor Jorge Ben Jor, a escritora Bárbara Heliodora, o estilista Ronaldo Fraga e o ex-senador e líder do movimento negro Abdias do Nascimento, um dos principais homenageados também da última Bienal de Arte e Cultura da UNE.

O arquiteto Oscar Niemeyer, que fará cem anos em 2007 e já ganhou a medalha em 1995, foi promovido à categoria Grã-Cruz, a mais alta graduação da Ordem do Mérito Cultural, mas não pode comparecer à solenidade.

Lula elogia os Pontos
No discurso de abertura oficial da Teia 2007, o presidente Lula elogiou o trabalho dos Pontos de Cultura, como fator de fortalecimento da identidade nacional. "O povo brasileiro tem a mania de valorizar mais tudo que vem de fora", disse, justificando a necessidade do programa Cultura Viva por todo país.

Ele ressaltou que o processo de democratização da cultura nacional passa também pela regularização e o fim das agressões às rádios comunitárias e defendeu a implantação da TV Pública do governo. "Precisamos colocar na TV tudo que não segue uma regra mercadológica", disse. Lula reafirmou o compromisso do governo federal de investir R$4,8 bilhões de reais na área da Cultura nos próximos anos, através do Plano Nacional de Cultura

Programação
A Teia 2007 está ocupando diversos espaços da região central de Belo Horizonte, como a Serraria Souza Pinto, a praça da Estação, o Palácio das Artes e o Centro Cultural da UFMG. A programação é imensa, com centenas de exposições, shows, debates, oficinas e outras atividades.

Entre os principais convidados estão o escritor Ariano Suassuna, o jornalista Luis Nassif, Bernd Fichtner, professor da Universidade Siegen da Alemanha, Candace Slater, professora da Universidade de Berkeley, nos EUA, o dramaturgo Augusto Boal, entre outros. A programação cultural conta com a participação de Happin Hodd, Martinho da Vila, Toninho Horta, Flávio Venturini, entre outros.

CUCA na Teia
A equipe do CUCA já está trabalhando a todo vapor, levando as experiências de cinco Bienais da UNE e de um processo crescente do fortalecimento cultural da entidade, recuperando a história do lendário Centros Popular de Cultura (CPC) dos estudantes na década de 60.

O CUCA está em atividade, principalmente, no espaço Preto Ghoez, dedicado à juventude. As atividades são diversas, incluindo mostras de cinema, shows e grupos de discussão. Entre os destaques, estão a exibição dos filmes "Arquivo Honestino Guimarães" produzido pelo CUCA, e os documentários "Ou ficar a Pátria Livre ou Morrer pelo Brasil" e "O Afeto que se encerra em nosso Peito Juvenil", dirigidos por Silvio Tendler, que contam a história do movimento estudantil brasileiro.

Veja a programação do Espaço Preto Ghoez

O Espaço Preto Ghoéz é um lugar de encontro da juventude brasileira

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Espaço Preto Ghoéz O Espaço Preto Ghoéz é um lugar de encontro da juventude brasileira para debater, produzir cultura, trocar idéias e experiências. A programação conta com a participação do CUCA da UNE, do Aracati, do MHHOB, Um Milhão de Historias de Vidas de Jovens.
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No final da manhã do dia 08, integrantes do CUCA de vários estados se reuniram no Espaço para discutir e debater a programação e a intervenção do circuito no Fórum dos Pontos de Cultura, que começou no mesmo dia com debates pela manhã.
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Oficinas de artes visuais no ateliê livre, painéis de grafitti do artista Bonga (SP), um varal de poesia em formato de teia, a POETEIA, e as sessões de cinema estão movimentando o espaço. Veja as fotos no final da matéria.
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Luis Parras, do CUCA da UNE, afirma que “o Espaço Preto Ghoez além de ser um espaço para juventude, é um espaço diferente dos outros da TEIA, pois todas as linguagens estão interligadas e não separadas”.
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Veja a programação do Espaço Preto Ghoez

"Cine CUCA" mais ousado amplia número de universidades

EstudanteNet conversa com agente cineclubista de Roraima; para ela projeto pode auxiliar na formação de um público de universitários um pouco ainda distantes do cinema e da cultura em geral
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No segundo dia do seminário, realizado no Rio de Janeiro, os agentes cineclubistas lançaram um desafio: ampliar o número de universidades. A quantidade anterior, não menos expressiva, de 54, foi substituída por uma meta traçada de cerca de 70, em todos os estados. Agora, serão mais de 700 exibições.
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Nesta sexta, os 27 agentes, representando todas as regiões do país, esclareceram ponto a ponto as questões de pré e pós produção das exibições, começaram a delinear o cronograma de datas e traçar metas ousadas de expectativa de formação de público.
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Um ponto interessante foi o imperativo da mobilização "sala em sala" e "casa e casa". Essa foi uma forma proposta e aprovada pelos agentes para fortalecer a divulgação e difundir o projeto dentro da universidade e para a comunidade da região. "Vamos usar um pouco da idéia do movimento estudantil mesmo. Aquela disposição de passar em sala toda a semana para dar os informes das sessões", explica o Coordenador do CUCA, Tiago Alves.Entre os estudantes de jornalismo, cinema, ciências sociais e até direito, a reportagem encontrou também uma aluna do curso de educação física, do Cefet de Roraima ("raima!, com som aberto", a moça corrige a reportagem). Antônia Cirino quase não embarcou para o seminário, mas de última hora tudo deu certo.
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Ela conta que a capital Boa Vista possui apenas um cinema e mesmo assim "que deve ser o último do país a passar os filmes novos". Antonia já tem uma certa experiência de um ano produzindo uma espécie de cineclube em duas escolas do ensino secundário da sua cidade: a Maria de Lourdes e a América Sarmento.
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Para ela, o desafio agora com o público universitário será bom para poder explorar filmes menos "didáticos", como os que eram apresentados nas escolas e que instigam mais a reflexão e o debate. Ela diz que já está tentando formar um equipe de colaboradores que vão lhe auxiliar na produção do "Cine CUCA". "Já tem um estudante de jornalismo que vai me ajudar", conta.
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Sobre a expectativa e a experiência do seminário, diz que vai levar bons frutos para o seu estado: "Foi bom para fazer novos contatos, conhecer o pessoal que estará junto no projeto e tirar dúvidas sobre alguns pontos". No retorno, pretende já dar início às conversas com as direções das universidades para agilizar e começar as exibições o quanto antes.
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Antonia destaca que o projeto será importante também para a formação de público, porque segundo ela, os universitário de Boa Vista "tem uma visão muito faculdade-trabalho-casa", reservando pouco tempo para a cultura e seus desdobramentos.
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Para encerrar as atividades da sexta, foi exibido o filme "Conceição: autor bom e autor morto", primeiro finalizado em 35mm no Brasil por estudantes (alunos da UFF) e eleito o melhor longa-meragem pelo júri popular no Festival de Cinema de Porto Alegre.
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"Conceição" é um filme sobre o que as pessoas querem ver no cinema. A trama central envolve o encontro de autores e suas idéias. Liderados pelo eterno Fugitivo (Augusto Madeira), perseguido por um implacável Caçador (Jards Macalé), as personagens revoltam-se contra seus irresponsáveis criadores.
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O amor pelo cinema e pela pesquisa de linguagem faz do filme uma emocionada homenagem aos realizadores independentes, cujas trajetórias se confundem em obra e vida real.
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Assista o trailler: http://www.youtube.com/watch?v=ettjrWQ4zSs
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Rafael Minoro

Seminário do CUCA reúne no Rio agentes cineclubistas dos 27 estados

Começou na quinta-feira (1) no Rio de Janeiro o seminário de formação de agentes cineclubista do Instituto Circuito Universitário de Cultura e Arte, o CUCA da UNE. Representantes dos 27 estados brasileiros estão participando das atividades, que se estendem até domingo.

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O Instituto Circuito Universitário de Cultura e Arte, o CUCA da UNE deu início nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, ao seminário de formação de agentes cineclubistas. Estudantes de Jornalismo, Publicidade, Cinema e até Direito, representando os 27 estados brasileiros, estão participando da programação que envolve oficinas técnicas, debates, apresentações e exibições de filmes. As atividades fazem parte da primeira etapa do "Cine CUCA", projeto focado na difusão e exibição da recente produção cinematográfica brasileira. Com sessões gratuitas, o objetivo é formar novo público, promover a circulação e fomentar uma rede nacional de agentes culturais.
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O projeto tem à frente o CUCA da UNE, mas conta o apoio de dois importantes parceiros: o Instituto Cinema em Movimento (ICEM) e a produtora Meios de Produção de Comunicação (MPC). Ambos possuem no currículo a organização da maior e mais bem sucedida rede de exibição não formal de filmes de longa metragem brasileiros: o Cinema BR em Movimento.
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O "Cine CUCA" quer seguir os mesmos passos e começa com um ousado desafio. Realizar 648 exibições, de 5 a 15 de dezembro, em 54 universidades, duas por estado, atingindo um público de quase 500 mil pessoas. Para dar corpo a esta proposta, o projeto precisa gravitar, em perfeita sintonia, ao redor desta rede de 27 agentes. Este encontro no Rio por sua vez será o responsável por afinar essa equipe, com treinamento que aborda todas as etapas de uma exibição, como a montagem do equipamento e da sala, a aplicação da linguagem visual, a pré e pós-produção, os conceitos do projeto e a divulgação.
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O primeiro dia, light, foi de apresentação. Os diversos sotaques se misturaram à descontração dos participantes. Muitos militantes do movimento estudantil, alguns que já participaram do Cinema Br e outros com experiências em cineclubes universitários. Mas nas falas e brincadeiras, ficou claro um ponto em comum: o gosto pelo cinema, em especial o tupiniquim.
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Responsabilidade
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A gestora de projetos do ICEM, Ângela Serrano, provocou os presentes dizendo que cada um ali deve se reconhecer o cinema. Para ela, o filme não existe sem a realidade, sendo que todos nós fazemos parte daquela criação, sempre. Falou da responsabilidade dos agentes e da importância da ação cultural como formadora de novas platéias, já que o país poucos são os municípios que possuem uma sala de cinema (alguns dados apontam que apenas 8% das cidades brasileiras possuem cinemas).
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O Coordenador-geral do CUCA, Tiago Alves, falou do histórico de atuação do Circuito e dos desafios desta nova empreitada. Ele destacou o papel da UNE como protagonista nos principais acontecimentos políticos e também culturais do país. Citou como exemplo de ações da entidade o Teatro do Estudante, o Teatro do Negro e o Centro Popular de Cultura e Arte, que revolucionou em todos os aspectos: pensamento, produção e circulação.
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O diretor de Cultura da UNE, Rafael Simões, disse achar que o encontro supera as expectativas por ter conseguido reunir um representante de cada estado. Ele reforçou o trabalho da UNE ao longo destes 70 anos e disse que a entidade sempre conseguiu se renovar diante dos novos desafios e que o projeto era uma demonstração clara disso, criando nova frente de ação envolvendo a cultura.
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Uma oficina de montagem do equipamento de exibição aconteceu logo após as apresentações. Os agentes aprenderam a manusear o projetor, fazer regulagem e os trejeitos de funcionamento referentes ao principal objeto de uma sessão. Sem ele, não tem cinema. Por isso, todos os cuidados foram passados ponto a ponto.
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Depois, foram exibidos os dois media-metragens dirigidos por Silvio Tendler e que contam a história dos 70 anos da UNE: "Ou ficar a pátria Livre ou Morrer pelo Brasil" e "O afeto que se encerra em nosso peito juvenil". Os filmes trazem depoimentos e imagens inéditas de atuais e ex-lideranças estudantis, como José Dirceu e Franklin Martins.
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A programação se estende até domingo. Sexta haverá oficinas de divulgação, pré e produção, além da exibição do filme "Conceição: autor bom é autor morto". No sábado, a pauta será pó-produção e comunicação.
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Filmes
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Os longas selecionados propõem a reflexão de temas ligados à juventude, produção universitária, ditadura militar e movimento estudantil: "Batismo de Sangue", de Helvécio Ratton; "Cão Sem Dono", de Beto Brant; "Conceição, autor bom é autor morto", único longa dirigido somente por universitários (Daniel Caetano, Guilherme Sarmiento, André Sampaio, Cynthia Sims e Samantha Ribeiro); e os filmes "Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil" e "O afeto que se encerra em nosso peito juvenil", do diretor Sílvio Tendler, que documentam a história política e cultural da UNE.
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Já os cinco curtas-metragens dirigidos por estudantes que compõem a grade de exibições do "Cine CUCA" foram os vencedores do Prêmio Curta CUCA, realizado de março a agosto deste ano: "Reforma Universitária", de Felipe Peres Calheiros (PE); "Manual Rádio Livre", de Tiago Machado Carneiro (DF); "Canil", de Paulo Gomes e Silva; "Não é só Passagem", de Igor Pontini Mesquita e "Projeto Rondon", de Madson Darkis da Silva Oliveira.
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A maior parte dos encontros vai contar com a presença dos diretores.
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Ação audiovisualO Cine CUCA faz parte do Programa do Audiovisual do CUCA, que engloba iniciativas voltadas para o cinema nas universidades, como a criação de cineclubes, produção em cinema e a aparelhagem de espaços ociosos. "A gente acredita que ambientes situados dentro das universidades, como teatros e auditórios mal utilizados, podem ser tornar espaços dedicados à sétima arte", comenta Tiago.
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Outra frente de ação neste sentido está na produção dos Cine-jornais, que busca construir e discutir a imagem da juventude brasileira e a realidade na qual está inserida, alimentando o público de novos questionamentos, novas lutas e novas revoluções. (Veja aqui).
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Rafael Minoro

Volta Redonda (RJ) agora também tem CUCA

Estudantes universitários fundam o Cuca Arigó na cidade do aço; Teatro e palestra marcaram a abertura
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Se quem sabe faz a hora e não espera acontecer, os universitários de Volta Redonda, a cidade do Aço do interior do Rio de Janeiro, mostraram que sabiam o que estava faltando na cidade e criaram o Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA) Arigó. O lançamento, na última quarta-feira (7), foi com teatro, música e palestra, no auditório do Centro Universitário Geraldo di Biase (UGB).
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O grande destaque da abertura foi a palestra "Greve de 88, que lição tiraremos de nossa história?" que abordou a paralisação dos trabalhadores da Compania Siderúrgica Nacional, e culminou com a invasão das tropas do Exército e a morte de três operários. Participaram da mesa o vice-presidente do sindicato dos metalúrgicos em 1988, Marcelo Felicio, o professor de direito Atila, o atual presidente do sindicato dos metalúrgicos, Renato Soares, e o Bispo Dom Waldir Calheiros, Bispo da Cúria diocesana da cidade na época da greve e militante dos movimentos sociais.
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Atividade
Para um dos organizadores, Ivan Athanazio, O CUCA deve ser um lugar de efervescência, "É importante contemplarmos todas as formas de manifestação cultural, independente de a produção ser universitária ou não".
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O CUCA Arigó funionará nas dependências do UGB – FERP mas é aberto a toda comunidade. Mais informações com os coordenadores do CUCA, Felipe "Raposo", (Geografia - UGB), Ivan Athanazio "Renato Russo" (Ciência da Computação-UGB) e Nathalia Dias Gomes (Historia- UGB) ou no DCE Artur Poerner.
.Da Redação

CUCA terá papel central no Fórum Nacional dos Pontos de Cultura

Fórum define sua coordenação nacional com autonomia em relação ao governo federal. Movimento estudantil terá atuação importante nas discussões e reivindicações
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O programa Cultura Viva, um dos projetos mais elogiados do Ministério da Cultura nos últimos anos, responsável pela criação dos Pontos de Cultura, está rompendo as amarras do poder público e começa a se transformar em uma espécie de movimento social da cultura brasileira. Um passo importante desse processo aconteceu recentemente, durante o encontro "Teia 2007", em Belo Horizonte.
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O Fórum Nacional dos Pontos de Cultura (FNPC), que abrigou algumas das discussões mais importantes do encontro, definiu a sua composição e uma coordenação nacional do movimento no último domingo (11). O Fórum será um espaço de debates, articulações, proposições políticas e de mobilização, com independência em relação ao Cultura Viva e ao governo federal.
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Após muito debate durante a Teia, O FNPC defniu uma coordenação nacional de 48 membros, sendo 27 representantes dos estados e outros representantes de outros moimentos, como Hip Hop, Ação Griô, Escola Viva, Gênero, GLBTT, entre outros.
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CUCA atuante no FNPC
O movimento estudantil participou ativamente dos debates do FNPC através do Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA) da UNE, que agora integra a coordenação nacional representando os grupos "Juventude" e "Rede dos Estudantes".
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Segundo o coordenador do CUCA, Tiago Alves, o Fórum será um espaço de reflexão e reivindicação dos movimentos ligados à cultura no país: "Vamos reivindicar a ampliação dos programas culturais e a maior participação do poder público no setor.", disse. Tiago já adiantou que o movimento estudantil levará para o FNPC as bandeiras de 2% do PIB para a Cultura, a democratização dos meios de comunicação e mudanças nos modelos de financiamento , como a lei Rouanet .
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Experiência do movimento estudantil
O FNPC já nasce com uma valorosa contribuição, a do movimento estudantil organizado. A UNE e a UBES, que completam seus 70 e 60 anos, respectivamente, são duas das mais antigas instituições populares do país e, segundo Tiago, vão levar toda essa experiência de mobilização para o Fórum. "Quem mobiliza no Brasil é estudante, vamos colocar toda nossa tradição à disposição", disse. A atuação do CUCA também deve ser responsável para aproximar mais a universidade da produção cultural e das políticas de cultura do país.
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Trazendo a diversidade à tonaUma das propostas do Plano Nacional de Cultura, lançado durante a Teia 2007 pelo governo federal, é ampliar de 650 para 20 mil o número de Pontos de Cultura pelo país. O plano foi visto com bons olhos pelos participantes do encontro. Segundo o coordenador do CUCA, o FNPC não vai se esquecer dessa meta e ficará de cima, cobrando o seu cumprimento: "A ampliação dos Pontos de Cultura é, na nossa opinião, uma forma de desvelar um manto que há anos esconde o verdadeiro Brasil", disse.
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O Fórum Nacional de Pontos de Cultura promete estender os seus debates e decisões para além da Teia. O local de realização do evento em 2008 ainda não foi definido. Brasília seria a cidade-sede mais provável, apesar de o MinC não confirmar e de Salvador também ter sido citada, assim como a possibilidade de realizar um evento bienal, em vez de promover sua reunião anualmente. Até lá, os Pontos prometem seguir tecendo sua rede.
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Artênius Daniel

“Cine CUCA” lança site e agentes criam blog para interagir com o público

Projeto de exibições de filmes nacionais do CUCA da UNE forma agentes cineclubistas e lança site e blog com informações e contatos de todos os estados
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Terminou no último domingo (4) no Rio de Janeiro o seminário de formação e capacitação dos 27 agentes cineclubistas, um de cada estado, que serão os responsáveis por levar adiante o projeto do "Cine CUCA", ousada ação audiovisual promovida pelo Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE. O site e o blog já estão no ar: http://www.cinecuca.com.br/ / http://www.cinecuca.blogspot.com/
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Foram três dias de treinamento e troca de experiências. Os agentes puderam aprender todo o processo de produção de uma sessão de cinema, da montagem do equipamento à divulgação dos filmes e geração de relatórios diários. O projeto pretende realizar mais de 700 exibições, atingindo cerca de 70 universidades, públicas e particulares, de todo o país.
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O Coordenador-geral do CUCA, Tiago Alves, disse ao EstudanteNet que os agentes saíram com gás renovado, prontos para o desafio, demonstrando interesse e total senso de responsabilidade. Para ele, isso ficou claro quando o objetivo de se promover mais exibições em mais universidades foi amplamente aprovado por todos.
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"Existem hoje 10 núcleos CUCA’s espalhados pelo país, mas o nosso objetivo sempre foi ter ao menos um em cada estado. Acredito que este seminário possibilitou plantar essa idéia e tenho certeza que após o projeto vamos colher bons frutos, com uma galera disposta a fundar um CUCA no seu estado e dar continuidade aos trabalhos", comemora.
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No final do seminário, cada agente levou para o seu estado os materiais de divulgação (cartazes e filipetas), além de cópias dos filmes e um guia prático com dicas para as exibições. Eles farão relatórios diários sobre as sessões além de enviar matérias para o EstudanteNet sobre os debates e curiosidades de cada dia.
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Site e Blog no ar!O site do "Cine CUCA" já está no ar e pode ser acessado pelo endereço: http://www.cinecuca.com.br/. Lá, o internauta poderá conferir o calendário das sessões nos estados, conhecer sobre o projeto e encontrar um pouco da história do CUCA. A página ainda tem uma galeria de fotos e os contatos de todos os 27 agentes cineclubistas.
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Outra ferramenta criada pelos próprios agentes para ampliar a interação com o público foi o blog do "Cine CUCA". Hospedado no endereço http://www.cinecuca.blogspot.com/ o blog será um espaço para divulgar as novidades sobre cada exibição e promover discussões sobre o cinema e as temáticas relacionadas aos filmes.
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Abaixo, o EstudanteNet divulga os contatos da coordenação do projeto e de todos os agentes. Caso você se interesse em realizar uma exibição na sua universidade, entre em contato e veja como promover o "Cine CUCA".
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Coordenação CINE CUCA
Tel: (21) 2220-3638
Tiago Alves (tiagocuca@gmail.com)
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Danielle Esteves (danielle@mpcmpc.com.br)
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Instituto Circuito Universitário de Cultura e Arte
Agentes Culturais nos Estados
Acre
Rafaela Marques (rafaelamarques_ac@hotmail.com) - (68) 9202-4490
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Alagoas
Ismak Barros Neto (ismakneto@gmail.com) - (82) 9444-7930
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Amapá
Tais Silva Sá (taiscristina.sa@hotmail.com) - (96) 913-1267
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Amazonas
Paulo Henrique Trindade Correia (phtcweb@hotmail.com) - (92) 9104-7772
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Bahia
Paula Damasceno (cucacinejornal@yahoo.com.br) - (71) 9618-5710
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Ceará
Joyce Miranda Leão Martins (joycenitram@gmail.com) - (85) 9181-0876
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Distrito Federal
Márcio Motta (marciohmota@hotmail.com) - (61) 3368-6373
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Espírito Santo
Paulo Góis (pgoisb@yahoo.com.br) - (27) 3314-1355 (27) 9938-8039
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Goiás
Reinaldo Costa (reipgt@hotmail.com) - (62)9639-9536
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Maranhão
Gustavo Barbosa dos Santos (gustavoqi04@gmail.com) - (98) 8131-0890
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Minas Gerais
Natalia Pimenta (nathaliacordeirtopimenta@yahoo.com.br) - (31) 9306-1333
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Mato Grosso do Sul
Mariane Cunha Herrero (mariane_cherrero@hotmail.com) - (67) 3384-5140 / 9243-8306
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Mato Grosso
Leandro Nery Fernandes (lfnnery@gmail.com) - (66) 84148387
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Pará
Yure Lee Almeida Martins (yureyusuki@gmail.com)
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Piauí
Ismael Queiros (ismaelujs@hotmail.com) - (86) 8834-8258
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Paraíba
Ítalo Jones Alves de M. Marinho (italojonesm@hotmail.com) - (83) 8801-4910
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Pernambuco
Julia de Castro Correia (juliaccorreia@yahoo.com.br) - (81) 9987-3600
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Paraná
André Chesini (andrechesini@gmail.com) - (41) 9163-8198
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Rio Grande do Norte
Mário Luix
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Rondônia
Betania Avellar (betavelar@hotmail.com) - (69) 9204-5453
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Roraima
Antonia Cirino Souza (lindalee_ujsrr@hotmail.com) - (95) 9117-9415
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Rio Grande do Sul
Patricia Suri (suri.cucapoa@gmail.com) - (51) 9312-9581
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Santa Catarina
Daniele Coelho (dani_falacomigo@hotmail.com) - (48) 9619-9388
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Sergipe
Julio da Silva Neto (julioneto65@hotmail.com) - (79) 8812-4751
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São Paulo
Tais do Nascimento Chaves (taisrosa@yahoo.com.br) - (11) 6554-7563 / (11) 7412-7385
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Tocantins
Alan Russel Gontijo (alanlagoa@yahoo.com.br) - (63) 8114-7296
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Rafael Minoro
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Saiba mais:

No Dia Nacional da Cultura as entidades pedem: Conselhos e Políticas Culturais democráticas, inclusivas e representativas

Como parte das comemorações em torno do Dia Nacional da Cultura, 5 de novembro, uma ação conjunta envolvendo diversas entidades culturais e que conta com o apoio do Ministério da Cultura, através da Representação Regional RJ/ES , será realizado um amplo debate no próximo dia 6 de novembro, de 9 às 13h no Seminário "Conselhos de Cultura e Políticas Culturais em Debate", no Salão Portinari do Palácio Gustavo Capanema.
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Na primeira mesa de debates estarão reunidos a Secretária de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, Adriana Rattes , o Gerente de Articulação Nacional do Ministério da Cultura, Fred Maia, a Sub-secretária de Arte e Cultura da Secretaria Municipal das Culturas do Rio, Maria Alice Saboya, o Secretário de Cultura de Niterói, André Diniz , o Diretor da Secretaria Municipal de Cultura de Campinas e membro do Conselho do município, Marco Rocha, o Presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões – SATED RJ, Jorge Coutinho e o Assessor de Comunicação da Comissão Estadual de Gestores Públicos de Cultura – COMCULTURA, Roberto Cobas. É importante lembrar que será umas das primeiras participações da nova Secretária, Adriana Rattes em espaços de debate com a sociedade.
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O seminário pretende colocar em pauta o papel dos conselhos numa gestão de cultura e na construção de políticas públicas para a área, como continuidade e desdobramento de um debate realizado no dia 3 de setembro, no SATED RJ, que demonstrou, pela expressiva participação e representatividade, o grande interesse do público, entre gestores, artistas e agentes culturais de diversos setores, que discutiram o assunto e decidiram realizar um seminário como uma ação mais abrangente para ampliar o debate no Rio de Janeiro e no país.
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As questões fundamentais que serão trazidas à discussão sobre conselhos referem-se diretamente à relação entre poder público e sociedade civil, formas de participação social, formulação de políticas públicas para a cultura, instrumentos legais, acompanhamento, consulta ou deliberação sobre ações e implementação de recursos públicos, o papel dos fóruns e formas de representação da sociedade que passam pela criação ou fortalecimento dos conselhos, como também, no formato, composição, atribuições, procedimentos necessários para sua implantação e sobretudo na relação sua relação com o órgão gestor ao qual está ligado.
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Na segunda mesa, o Gerente de Articulação Nacional do MinC, Fred Maia, deverá apresentar as bases do Programa Mais Cultura, com suas diretrizes, focos de atuação e o campo de metas apontadas até o final desta gestão, em 2010.
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Na programação do evento, também estão previstas apresentações artísticas do Grupo de Cultura Popular Pé-de-Chinelo, o Grupo Boi do Cajueiro e o Grupo de Teatro de Rua OFF-SINA, nos pilotis do Palácio Gustavo Capanema
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A realização do seminário "Conselhos de Cultura e Políticas Públicas em Debate" é resultado de uma ação conjunta entre a Representação Regional do Ministério da Cultura no Rio de Janeiro e Espírito Santo; SATED/RJ; nós do Centro Popular de Cultura Aracy de Almeida; Cooperativa de Músicos Independentes do RJ/COOMUSI; Sindicato dos Músicos/SINDIMUSI/RJ; Sindicato dos Jornalistas; Sindicato dos Radialistas; Comissão Estadual de Gestores Públicos de Cultura/COMCULTURA; Academia Brasileira de Literatura de Cordel; Sindicato dos Professores/SINPRO-RJ; Sindicato dos Trabalhadores em Energia/SINTERGIA, Sindicato dos Servidores Públicos Federais/SINTRASEF, Centro Universitário de Cultura da União Nacional dos Estudantes/CUCA da UNE, Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Cinematográfica/STIC e Rede Estadual de Teatro de Rua.
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O seminário é mais uma iniciativa de realização e organização conjunta entre representantes do poder público e sociedade civil que aponta na direção de um trabalho coletivo em torno do diálogo e construção de um processo que também é parte daquilo que se almeja com os conselhos de cultura.
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SERVIÇO:
DATA: 6 de NOVEMBRO, TERÇA-FEIRA
HORARIO: 09 às 13 h
LOCAL: PALÁCIO GUSTAVO CAPANEMA,
R. DA IMPRENSA 16 2 andar CENTRO- RIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

O VEÍCULO É A MENSAGEM

Espaço dentro do novo Programa para o formato de Cinejornal, onde se misturam linguagens e conteúdos dentro de um recorte historico e social; a utilização de formatos mais rápidos para distribuição dos vídeos na internet, telefones celulares e tv’s digitais; a compreensão de que os Pontos devem abrir as janelas de suas almas para a realidade ao seu redor, ou seja, não limitar-se a registrar e editar apenas imagens sobre si, entendemos que o momento de reconhecimento de identidade através da imagem é apenas parte de um processo maior de crescimento, sendo necessário também desenvolver discursos sobre outras identidades ainda marginalizadas e sobre a realidade social na qual estamos inseridos, além de preocupar com a disponibilização do acervo audiovisual de cada Ponto na internet e zelar por uma produção cada vez mais colaborativa.
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Os CUCAs fizeram registros de Brasília e do Encontro, pequenas entrevistas com representantes do Ministério da Cultura, da Radiobrás e de outros Pontos de Cultura. A edição desse material será feita pelos CUCAS de Recife e de Salvador, numa experiênca de produção colaborativa à distância com o objetivo de construir um discurso audiovisual rápido, eloqüente e informativo. Essas e outras produções serão disponibilizadas na TV CUCA, o canal virtual exibição audiovisual para produção dos CUCAs, dos Pontos e de universitários em geral.
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Assim, repensando, desconstruindo e reconstruindo cotidianamente nossas práticas e produções o Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE se prepara para o desenvolvimento do projeto revolucionário a que nos convidam as novas tecnologias.
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Acesse a TV CUCA – http://videolog.tv/cucaune
Saiba mais sobre a TV Brasil, clicando aqui.

Nós Pós

Nós Pós
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Onde está a “nova” literatura pernambucana? Quais são os escritores jovens que representam Pernambuco? E o que fazer para propagar as idéias e obras literárias desses (muitos deles anônimos) escritores?
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O projeto Nós Pós tem o apoio da Prefeitura do Recife, do Bar Quintal do Lima e do CUCA Recife (Centro Universitário de Cultura e Arte), e pretende trazer à roda a obra de novos escritores pernambucanos.
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Serão promovidas apresentações quinzenais no Bar Quintal do Lima, que fica na Rua do Lima, 100, Santo Amaro, sempre às sextas-feiras, às 20h30. Além das apresentações dos escritores, realizaremos lançamentos/divulgações de livros, também de sites, blogues, jornais, revistas de literatura e artes em geral. Também a publicação do própria revista do Nós Pós.
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A estréia aconteceu no dia 26/10/07 e contou com a participação de Artur Rogério, Samir Benjamim, Alexandre Melo (por Thays Melo), Biaggio Pecorelli (por Júlia Rocha) Alexandre Guterres (por Beto Vieira), Cristhiano Aguiar, Jailson Marroquim e Raimundo Carrero.
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Logo após as leituras a banda Azabumba se apresentou para encerrar a noite de estréia do mais novo espaço para a literatura pernambucana.
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Um abraço,
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Diego
CUCA Recife

Conselheiros da Sav apresentam expectativas e propostas à nova gestão da Secretaria do Audiovisual

A reunião do Conselho Consultivo da Secretaria do Audiovisual (Sav) realizada na sexta-feira, 26 de outubro, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, teve como pautas as mudanças na coordenação da Sav, a apresentação das expectativas dos conselheiros para a nova gestão e a instalação da Empresa Pública de Comunicação, sobretudo no que se refere à criação da TV Brasil, processo iniciado durante o Fórum de Tvs Públicas, evento gestado pela Secretaria do Audiovisual e que reuniu atores dos mais diversos campos da televisão pública e estatal.
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Além dos 15 conselheiros da Sav indicados no segundo semestre de 2007 por setores da atividade audiovisual, estiveram presentes à reunião alguns dos conselheiros suplentes, o futuro secretário do Audiovisual, Silvio Da-Rin, o atual secretário, Orlando Senna, e o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira.
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Ferreira destacou que transição na gestão da Secretaria do Audiovisual tem características de continuidade, mas que, ao mesmo tempo, traz novos desafios. "A política audiovisual da Sav foi bem sucedida, mas é apenas o início do caminho. A preocupação com a economia audiovisual é essencial, assim como o fortalecimento do Centro Técnico do Audiovisual, para que o Brasil possa tornar-se país importante na área de cinema de animação. " Ferreira ressaltou também que o Conselho Consultivo deu solidez à Sav, ao incorporar representantes da área na formulação e acompanhamento das políticas.
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Durante a reunião, o secretário Orlando Senna apresentou os programas desenvolvidos durante sua gestão de cinco anos à frente da Secretaria do Audiovisual, sob os princípios de democratização, regionalização, abrangência, patrimônio, inserção e cooperação internacional no âmbito audiovisual. Senna se afasta, nas próximas semanas, da coordenação dos trabalhos da Secretaria para assumir a Direção Geral da TV Brasil.
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Entre os programas apresentados aos novos conselheiros, estiveram os sete editais de fomento à produção lançados no mesmo dia 26, a Programadora Brasil, a Rede Olhar Brasil, o Revelando os Brasis, o Brazilian TV Producers e ações de integração e ocupação do mercado internacional. O DOCTV,DOC TV Ibero-américa e o Documenta Brasil foram destacados como programas pensados para estimular modelos de negócio atrativos para as Tvs. Por fim, foram apresentadas ações ligadas ao fortalecimento das Tvs Públicas no país.
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Ações de reestruturação e fortalecimento da Cinemateca Brasileira e do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv), na perspectiva de valorização do patrimônio audiovisual nacional também foram destacadas. Orlando Senna informou que nos últimos quatro anos foram restaurados mais filmes que em toda a história da Cinemateca.
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Dora Mourão, representante das escolas de Cinema, acrescentou à lista de atividades da Secretaria o programa de formação realizado em conjunto com o Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual. Entre as ações, estão um edital de apoio a produções audiovisuais de trabalhos de conclusão de curso de estudantes e o apoio da Secretaria aos congressos das escolas de cinema. O conselheiro suplente do Forcine, Evandro Lemos, destacou a importância da educação audiovisual e da alfabetização dos jovens nesta linguagem, que tem base institucional já pronta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). "Nossa expectativa é de que políticas entre Minc e MEC sejam perseguidas", afirmou.
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Representante dos cineclubistas, João Baptista Pimentel ressaltou a importância da parceria formal do Ministério com aquele movimento. Informou que há, atualmente, 350 cineclubes em todo o país. Em 2003, eram apenas 40 os grupos que faziam parte do Conselho Nacional de Cineclubes. Também representante cineclublista, Antônio Claudino destacou a importância do aprofundamento da construção conjunta de políticas com o setor. Claudino propôs a participação do novo secretário, Silvio Da-Rin, em seminário interno do Conselho Nacional de Cineclubes.
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Pedro Pablo Lazzarini, representantes dos sindicatos e associações de trabalhadores, destacou que Cinema é produção, exibição, e também técnica. "Esperamos que o papel do trabalhador, da mão-de-obra organizada, seja reconhecido", disse.
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Solange Lima, presidente da Associação Brasileira de Documentaristas (ABD Nacional) e representante dos documentaristas, ressaltou que esta última gestão foi um "divisor de águas". "A classe avançou no diálogo com o governo. Está mais organizada e, por isso, pode ser mais ousada", disse. Deu especial destaque aos Pontos de Cultura, ao DOCTV, à Programadora Brasil e ao Revelando os Brasis que, segundo ela, "desperta nas pessoas a vontade de falar e documentar suas histórias".
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A Associação dos Produtores de TV apresentou como desafio a necessidade de multiplicar as plataformas de conteúdo audiovisual. O representante da Associação dos Críticos concordou com falas anteriores de que a nova gestão trouxe mudanças importantes para as políticas audiovisuais. Destacou a visão plural no entendimento das novas tecnologias e novas mídias, e afirmou que estão mudando não apenas nos conteúdos, mas também suas formas de difusão.
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O representante dos diretores de cinema destacou a importância da pesquisa sobre modelos de negócio e da indústria de animação. O Fórum dos Festivais ressaltou a importância da compreensão, pela última gestão, da função dos festivais para a produção audiovisual nacional. Representantes dos animadores destacaram que pessoas puderam passar a olhar a animação como campo real de trabalho a partir das novas políticas de fomento. O representante das e
xperiências populares em audiovisual destacou que marcar a produção audiovisual como social impede que se veja a produção em termos de linguagem e que, apesar disto, esta produção feita no interior e nas periferias do país vem se fortalecendo em termos de conteúdo, linguagens e formatos.
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Em sua fala final, o futuro secretário Silvio Da-Rin falou da importância da regionalização da produção, da importância da incidência internacional da Secretaria e destacou a a necessidade de recomposição do Conselho Superior de Cinema.
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SAV - Secretaria do Audiovisual
(61) 33162088/ 2044

"O rolo do Rolex" - por Zeca Baleiro

No início do mês, o apresentador Luciano Huck escreveu um texto sobre o roubo de seu Rolex. O artigo gerou uma avalanche de cartas ao jornal, entre as quais uma escrita por mim. Não me considero um polemista, pelo menos não no sentido espetaculoso da palavra. Temo, por ser público, parecer alguém em busca de autopromoção, algo que abomino. Por outro lado, não arredo pé de uma boa discussão, o que sempre me parece salutar. Por isso resolvi aceitar o convite a expor minha opinião, já distorcida desde então.
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Reconheço que minha carta, curta, grossa e escrita num instante emocionado, num impulso, não é um primor de clareza e sabia que corria o risco de interpretações toscas. Mas há momentos em que me parece necessário botar a boca no trombone, nem que seja para não poluir o fígado com rancores inúteis. Como uma provocação. Foi o que fiz. Foi o que fez Huck, revoltado ao ver lesado seu patrimônio, sentimento, aliás, legítimo. Eu também reclamaria caso roubassem algo comprado com o suor do rosto. Reclamaria na mesa de bar, em família, na roda de amigos. Nunca num jornal.
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Esse argumento, apesar de prosaico, é pra mim o xis da questão. Por que um cidadão vem a público mostrar sua revolta com a situação do país, alardeando senso de justiça social, só quando é roubado? Lançando mão de privilégio dado a personalidades, utiliza um espaço de debates políticos e adultos para reclamações pessoais (sim, não fez mais que isso), escorado em argumentos quase infantis, como "sou cidadão, pago meus impostos". Dias depois, Ferréz, um porta-voz da periferia, escreveu texto no mesmo espaço, "romanceando" o ocorrido. Foi acusado de glamourizar o roubo e de fazer apologia do crime.
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Antes que me acusem de ressentido ou revanchista, friso que lamento a violência sofrida por Huck. Não tenho nada pessoalmente contra ele, de quem não sei muito. Considero-o um bom profissional, alguém dotado de certa sensibilidade para lidar com o grande público, o que por si só me parece admirável. À distância, sei de sua rápida ascensão na TV. É, portanto, o que os mitificadores gostam de chamar de "vencedor". Alguém que conquista seu espaço à custa de trabalho me parece digno de admiração.
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E-mails de leitores que chegaram até mim (os mais brandos me chamavam de "marxista babaca" e "comunista de museu") revelam uma confusão terrível de conceitos (e preconceitos) e idéias mal formuladas (há raras exceções) e me fizeram reafirmar minha triste tese de botequim de que o pensamento do nosso tempo está embotado, e as pessoas, desarticuladas.
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Vi dois pobres estereótipos serem fortemente reiterados. Os que espinafraram Huck eram "comunistas", "petistas", "fascistas". Os que o apoiavam eram "burgueses", "elite", palavra que desafortunadamente usei em minha carta. Elite é palavra perigosa e, de tão levianamente usada, esquecemos seu real sentido. Recorro ao "Houaiss": "Elite - 1. o que há de mais valorizado e de melhor qualidade, especialmente em um grupo social [este sentido não se aplica à grande maioria dos ricos brasileiros]; 2. minoria que detém o prestígio e o domínio sobre o grupo social [este, sim]".
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A surpreendente repercussão do fato revela que a disparidade social é um calo no pé de nossa sociedade, para o qual não parece haver remédio -desfilaram intolerância e ódio à flor da pele, a destacar o espantoso texto de Reinaldo Azevedo, colunista da revista "Veja", notório reduto da ultradireita caricata, mas nem por isso menos perigosa. Amparado em uma hipócrita "consciência democrática", propõe vetar o direito à expressão (represália a Ferréz), uma das maiores conquistas do nosso ralo processo democrático. Não cabendo em si, dispara esta pérola: "Sem ela [a propriedade privada], estaríamos de tacape na mão, puxando as moças pelos cabelos". Confesso que me peguei a imaginar esse sr. de tacape em mãos, lutando por seu lugar à sombra sem o escudo de uma revista fascistóide. Os idiotas devem ter direito à expressão, sim, sr. Reinaldo. Seu texto é prova disso.
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Igual direito de expressão foi dado a Huck e Ferréz. Do imbróglio, sobram-me duas parcas conclusões. A exclusão social não justifica a delinqüência ou o pendor ao crime, mas ninguém poderá negar que alguém sem direito à escola, que cresce num cenário de miséria e abandono, está mais vulnerável aos apelos da vida bandida. Por seu turno, pessoas públicas não são blindadas (seus carros podem ser) e estão sujeitas a roubos, violências ou à desaprovação de leitores, especialmente se cometem textos fúteis sobre questões tão críticas como essa ora em debate.
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Por fim, devo dizer que sempre pensei a existência como algo muito mais complexo do que um mero embate entre ricos e pobres, esquerda e direita, conservadores e progressistas, excluídos e privilegiados. O tosco debate em torno do desabafo nervoso de Huck pôs novas pulgas na minha orelha. Ao que parece, desde as priscas eras, o problema do mundo é mesmo um só -uma luta de classes cruel e sem fim.
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José de Ribamar Coelho Santos, o Zeca Baleiro, é cantor e compositor maranhense

domingo, 29 de julho de 2007

INSTITUTO CUCA DA UNE E 62 CINECLUBES DE TODO O PAÍS PARTICIPAM DE ENCONTRO, EM VITÓRIA, PARA PLANEJAR 27ª JORNADA CINECLUBISTA

O movimento estudantil brasileiro sempre teve uma forte relação com o cineclubismo. A experiência mais marcante foi o Cinema Novo, movimento marcado na história do cinema mundial que passou pelo CPC da UNE, com uma geração de jovens artistas que tinham nos cineclubes razão de ser, objetivo social e perspectiva coletiva.
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Durante os anos de chumbo, o cineclubismo serviu de palco de articulação e resistência política. Hoje se encontra em um momento de articulação e reorganização nacional, com a regulamentação frente ao Estado e a formulação de bandeiras que lutam pela democratização das imagens da nação.
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Neste momento o CUCA da UNE volta a se relacionar institucionalmente com esse movimento com o objetivo de avançar ainda mais na luta pela circulação da produção cultural brasileira e universitária.
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O CUCA E O MOVIMENTO CINECLUBISTA
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Os cineclubes universitários são importantes instrumentos pelo interior do país que possivelmente em várias cidades brasileiras possam ser a única atividade cultural local, tendo, portanto, o conjunto deles papel de democratizar o audiovisual e levar “tela” para grande parte dos 92% dos cidadãos que nunca pisaram numa sala de exibição.
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Em virtude dessa exclusão, os “sem-tela”, quase nunca param para refletir sobre como as imagens são feitas, por quem e porque estão ali. Daí então a importância da briga pela popularização do saber e do fazer dessa linguagem de fundamental alcance e impacto decisivo na sociedade da informação.
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Aproximarmos-nos das organizações cineclubista, exige que o CUCA da UNE reafirme seu objetivo central, a circulação da produção artística cultural universitária e dessa forma possa criar um mercado alternativo para o audiovisual universitário e independente brasileiro.
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Os Cine CUCA´s somados os cineclubes universitários (organizados ou não) devem formar um Circuito Universitário de Cineclubes e garantir assim a exibição dos diversos filmes excluídos do comércio tradicional cinematográfico produzido pela juventude brasileira e que de vida curta se restringem muitas vezes aos festivais universitários e salas de aula.
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Sendo assim, os Centros Universitários de Cultura e Arte estão abertos e almejam parcerias com os cineclubes, solicitando que enviem seus contatos (cucacomunicação@gmail.com), local e programação do mês para divulgação nos nossos meios de comunicação, o site da UNE e o Blog do CUCA
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Desafiamos também os estudantes universitários brasileiros a enviar seus conteúdos ao CUCA da UNE para que possamos divulgar na TV CUCA.
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Cine CUCA
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No período de 05 de novembro a 15 de dezembro de 2007 a União Nacional dos Estudantes e o Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE realizarão exibições do Cine CUCA em todos os 27 estados do território nacional.
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Durante esse período, as universidades do país exibirão os 05 curtas selecionados no Edital Curta CUCA, realizado também no ano de 2007, além dos longas-metragens Conceição, Autor bom é autor morto; Cão sem Dono; Batismo de Sangue e dos dois documentários do Silvio Tendler sobre os 70 anos da UNE.
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Em todos os estados, os agentes do Cine CUCA irão articular as exibições com universidades e cineclubes ajudando a criar terreno para que no próximo ano todos os CUCA´s executem suas atividades permanentes de cineclubismo sendo ponto de encontro, estudo e formulação para um núcleo ativo de audiovisual capaz de produzir também os cine-jornais do CUCA.
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CINECLUBISMO HOJE
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A Agência Nacional do Cinema – ANCINE – recentemente baixou uma instrução normativa que visa à regulamentação desse setor que há 80 anos estava na informalidade e agora começa a retomar espaços e representatividade na sociedade brasileira e no mercado audiovisual.
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Diante disso, 63 cineclubes de todo o país, incluindo o CUCA, se reuniram nesse feriado (12, 13 e 14 de novembro) para traçar novas estratégias e iniciar o debate da 27ª Jornada Nacional de Cineclubes, a ser realizada em julho de 2008, na qual além de eleger nova diretoria, fará um amplo debate com sobre os caminhos do cineclubismo brasileiro, permeado pela questão da busca da auto-sustentabilidade dos cineclubes, passando pelo debate do ensino e formação cineclubista, direitos do público e tocará ainda no debate acerca da criação da ANCINAV.
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As bases desse movimento político social e cultural sabem bem que sua regulamentação é fundamental, mas trata-se ainda do primeiro passo, pois a questão essencial é a liberdade das atividades culturais sem fins lucrativos, sendo uma luta mundial que opõe a maioria da humanidade aos interesses particulares das indústrias audiovisuais, basicamente representadas pelos EUA nos embates da ONU, UNESCO e OMC.
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Querer uma lei específica das atividades culturais sem fins lucrativos, é sem dúvida uma luta de cachorro grande, só ver no que deu a recente tentativa da proposta de regulamentação do audiovisual e criação da ANCINAV, e por isso a União Nacional dos Estudantes, que há tempos acumula na luta por um Brasil mais livre e democrático não poderá ficar de fora desse processo.
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Coordenação Nacional do Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE