CUCA’s de Votuporanga e do Rio relembram 40 anos da morte de Che Guevara
Em 8 de outubro de 1967, o grupo de Ernesto Che Guevara foi cercado e aniquilado por um destacamento especial do exército boliviano. Che foi preso, ferido, e fuzilado. Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE dá início a série de homenagens ao guerrilheiro revolucionário.
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Outubro de 2007. Passados 40 anos, o exemplo de luta e vida de Ernesto Che Guevra continua presente. Para relembrar a trajetória do guerrilheiro revolucionário, os Centros Universitários de Cultura e Arte (CUCA) do Rio de Janeiro e de Votuporanga (região noroeste de São Paulo) preparam para o próximo mês, respectivamente, o espetáculo "As últimas horas de Che Guevara", de John Vaz, e a "Mostra Che: Caminhos e histórias de Ernesto Che Guevara", de Daniela Violin.
Outubro de 2007. Passados 40 anos, o exemplo de luta e vida de Ernesto Che Guevra continua presente. Para relembrar a trajetória do guerrilheiro revolucionário, os Centros Universitários de Cultura e Arte (CUCA) do Rio de Janeiro e de Votuporanga (região noroeste de São Paulo) preparam para o próximo mês, respectivamente, o espetáculo "As últimas horas de Che Guevara", de John Vaz, e a "Mostra Che: Caminhos e histórias de Ernesto Che Guevara", de Daniela Violin.
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Teatro no CUCA-Rio
Teatro no CUCA-Rio
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No dia 6 de outubro estréia, no terreno da Praia do Flamengo, 132 (antiga sede da UNE, destruída pela ditadura em 1964) o espetáculo "As últimas horas de vida de Che Guevara", baseado nas últimas 18 horas que o guerrilheiro passou em seu cárcere, dentro de uma sala de aula, em La Higuera, Bolívia, em outubro de 1967. A montagem fica em cartaz até 16 de dezembro, sempre aos sábados e domingos, às 19h. (Ver serviço 2)
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O texto foi construído com base no interrogatório realizado por soldados e oficiais do exército boliviano, documento que só foi liberado pelas autoridades do país, 30 anos após a morte do guerrilheiro, e em trechos do depoimento da professora Júlia Cortez, última civil a estar com Che.
O texto foi construído com base no interrogatório realizado por soldados e oficiais do exército boliviano, documento que só foi liberado pelas autoridades do país, 30 anos após a morte do guerrilheiro, e em trechos do depoimento da professora Júlia Cortez, última civil a estar com Che.
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O ator John Vaz, conhecido como "o mil caras do teatro brasileiro", emagreceu 10 KG, deixou barba e cabelos crescerem e adotou o habito de fumar charutos para ficar mais parecido com o revolucionário (foto). Vaz tem no currículo participações nas minisséries JK e Amazônia e já deu vida no teatro a personagens como o seringueiro Chico Mendes e dois ex-presidentes da república: Juscelino Kubitschek e João Goulart.
O ator John Vaz, conhecido como "o mil caras do teatro brasileiro", emagreceu 10 KG, deixou barba e cabelos crescerem e adotou o habito de fumar charutos para ficar mais parecido com o revolucionário (foto). Vaz tem no currículo participações nas minisséries JK e Amazônia e já deu vida no teatro a personagens como o seringueiro Chico Mendes e dois ex-presidentes da república: Juscelino Kubitschek e João Goulart.
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O ator explica que, de todos os locais em que poderia fazer a montagem pelo país a fora, a sede improvisada da UNE se revelou o mais perfeito. "O local é o mais próximo com a escola que Che foi preso e executado em La Higuera na Bolívia. Diante disso resolvemos dar ao público a real impressão de que estão em um acampamento de soldados bolivianos instalando na área externa barracas militares que servirão de camarim e bilheteria", conta.
O ator explica que, de todos os locais em que poderia fazer a montagem pelo país a fora, a sede improvisada da UNE se revelou o mais perfeito. "O local é o mais próximo com a escola que Che foi preso e executado em La Higuera na Bolívia. Diante disso resolvemos dar ao público a real impressão de que estão em um acampamento de soldados bolivianos instalando na área externa barracas militares que servirão de camarim e bilheteria", conta.
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Além dessa característica semelhante à escola boliviana, Vaz faz outra observação: "A UNE completa 70 anos de vida e relembramos os 40 anos da morte de Che. A UNE como palco de debates das classes estudantis intelectuais de oposição aos governos e de definição ideológica esquerdista. Che, o grande homem do século que inspira todas as gerações de que é possível arriscar a vida por uma causa ideológica a favor das maiorias esmagadas pela ditadura do capitalismo. É um casamento perfeito", diz.
Além dessa característica semelhante à escola boliviana, Vaz faz outra observação: "A UNE completa 70 anos de vida e relembramos os 40 anos da morte de Che. A UNE como palco de debates das classes estudantis intelectuais de oposição aos governos e de definição ideológica esquerdista. Che, o grande homem do século que inspira todas as gerações de que é possível arriscar a vida por uma causa ideológica a favor das maiorias esmagadas pela ditadura do capitalismo. É um casamento perfeito", diz.
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O ator conta que pretende levar o espetáculo para ser apresentado em frente à escola onde Che foi executado, em La Higuera. Outro projeto é percorrer a América Latina com a montagem. "Teatro para mim, em particular, é o instrumento que utilizo para debater com a juventude que é possível nos libertarmos dessa atual democracia, que é a ditadura do capitalismo, para que ela se torne realmente democrática, um sistema de integração sempre voltada para o povo, como o povo e somente para o povo ", resume.
O ator conta que pretende levar o espetáculo para ser apresentado em frente à escola onde Che foi executado, em La Higuera. Outro projeto é percorrer a América Latina com a montagem. "Teatro para mim, em particular, é o instrumento que utilizo para debater com a juventude que é possível nos libertarmos dessa atual democracia, que é a ditadura do capitalismo, para que ela se torne realmente democrática, um sistema de integração sempre voltada para o povo, como o povo e somente para o povo ", resume.
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Exposição no Cuca-Votu
Exposição no Cuca-Votu
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A inauguração da "Mostra Che: Caminhos e histórias de Ernesto Che Guevara" (foto) será dia 8 de outubro (data da sua morte), no pátio do campus principal do Centro Universitário de Votuporanga (Unifev). A exposição fica em cartaz até o dia 11, sempre das 8h às 23h. Depois, segue para o campus sul da Unifev, onde fica aberta para visitação entre os dias 15 a 19, no mesmo horário. (Ver serviço 1)
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A idéia da mostra surgiu após uma conversa dos coordenadores do CUCA-Votu com a publicitária Daniela Violin, que trabalha no núcleo de audiovisual da universidade. Eles já sabiam, "mais ou menos", que ela estudava e colecionava materiais sobre o líder da revolução cubana. Bingo! "Vamos montar uma mostra, aqui no pátio da faculdade, contando a história do Che", sugeriu Cibeli Moretti, do CUCA.
A idéia da mostra surgiu após uma conversa dos coordenadores do CUCA-Votu com a publicitária Daniela Violin, que trabalha no núcleo de audiovisual da universidade. Eles já sabiam, "mais ou menos", que ela estudava e colecionava materiais sobre o líder da revolução cubana. Bingo! "Vamos montar uma mostra, aqui no pátio da faculdade, contando a história do Che", sugeriu Cibeli Moretti, do CUCA.
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A partir daí, Daniela conta que deu início a um processo de pesquisa e seleção de fotos, reportagens, livros e filmes do seu acervo pessoal. O pente fino resultou na escolha de 30 fotos e um documentário. Além disso, ela escreveu textos explicativos sobre as imagens, que dão a forma cronológica da exposição, da infância à morte de Guevara.
A partir daí, Daniela conta que deu início a um processo de pesquisa e seleção de fotos, reportagens, livros e filmes do seu acervo pessoal. O pente fino resultou na escolha de 30 fotos e um documentário. Além disso, ela escreveu textos explicativos sobre as imagens, que dão a forma cronológica da exposição, da infância à morte de Guevara.
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"O que quero mostrar com este trabalho é que antes do Che já existia um jovem preocupado com o mundo ao seu redor. As pessoas têm que conhecer primeiro este Ernesto para depois entender o revolucionário", diz. Por isso, explica, também serão exibidos um documentário sobre sua vida e o filme "Diários de Motocicleta", de Walter Salles, obras que desvendam um pouco a descoberta de Che, durante suas viagens, das desigualdades sociais do continente latino-americano.Veja a vinheta: Mostra Che: Caminhos e histórias de Ernesto Che Guevara
"O que quero mostrar com este trabalho é que antes do Che já existia um jovem preocupado com o mundo ao seu redor. As pessoas têm que conhecer primeiro este Ernesto para depois entender o revolucionário", diz. Por isso, explica, também serão exibidos um documentário sobre sua vida e o filme "Diários de Motocicleta", de Walter Salles, obras que desvendam um pouco a descoberta de Che, durante suas viagens, das desigualdades sociais do continente latino-americano.Veja a vinheta: Mostra Che: Caminhos e histórias de Ernesto Che Guevara
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Che vive!
Che vive!
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Ernesto Che Guevara de la Serna nasceu em 14 de junho de 1928. O mais velho entre cinco filhos de uma família progressista de classe média.
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Em 1951, ainda não tinha terminado a formatura em medicina, iniciou, com Alberto Granado, uma grande viagem pelo continente na velha moto do companheiro conhecida pelo nome de 'La Poderosa'. Nessa viagem, Guevara começa a ver a América Latina como uma única entidade econômica e cultural. Visita minas de cobre, povoações indígenas e leprosários, interagindo com a população, especialmente os mais humildes.
Em 1951, ainda não tinha terminado a formatura em medicina, iniciou, com Alberto Granado, uma grande viagem pelo continente na velha moto do companheiro conhecida pelo nome de 'La Poderosa'. Nessa viagem, Guevara começa a ver a América Latina como uma única entidade econômica e cultural. Visita minas de cobre, povoações indígenas e leprosários, interagindo com a população, especialmente os mais humildes.
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De volta à Argentina, em 1953, acaba os estudos de Medicina e passa a se dedicar à política. No mesmo ano, viajou à Guatemala e testemunhou a derrubada do governo democrático de Jacobo Arbenz Guzmán por um golpe militar apoiado pela CIA (agência americana de espionagem e contra-informação).
De volta à Argentina, em 1953, acaba os estudos de Medicina e passa a se dedicar à política. No mesmo ano, viajou à Guatemala e testemunhou a derrubada do governo democrático de Jacobo Arbenz Guzmán por um golpe militar apoiado pela CIA (agência americana de espionagem e contra-informação).
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Mudou-se para o México e conheceu os irmãos Castro - Fidel e Raúl. Juntou-se, então, ao grupo expedicionário que planejava a derrubada do ditador cubano Fungencio Baptista. Em 25 de novembro de 1956, Che e os outro 82 revolucionários cubanos deixaram o México, a bordo do iate Granma, para aportar na Província do Oriente, Cuba, alguns dias depois. Rapidamente detectados pelo exército de Batista, foram massacrados: os poucos sobreviventes, Che entre eles, refugiaram-se em Sierra Maestra. Nascia o movimento guerrilheiro que, em 2 de janeiro de 1959, expulsaria de Havana o ditador e estabelecia a primeira república socialista da América Latina.
Mudou-se para o México e conheceu os irmãos Castro - Fidel e Raúl. Juntou-se, então, ao grupo expedicionário que planejava a derrubada do ditador cubano Fungencio Baptista. Em 25 de novembro de 1956, Che e os outro 82 revolucionários cubanos deixaram o México, a bordo do iate Granma, para aportar na Província do Oriente, Cuba, alguns dias depois. Rapidamente detectados pelo exército de Batista, foram massacrados: os poucos sobreviventes, Che entre eles, refugiaram-se em Sierra Maestra. Nascia o movimento guerrilheiro que, em 2 de janeiro de 1959, expulsaria de Havana o ditador e estabelecia a primeira república socialista da América Latina.
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Após a revolução, foi chefe do departamento industrial do Instituto Naciona de Cuba e ministro da Indústria.
Após a revolução, foi chefe do departamento industrial do Instituto Naciona de Cuba e ministro da Indústria.
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Em abril de 1965, abandonou todos os cargos públicos. Foi lutar no Congo, integrado às forças de Petrice Lumumba. No outono de 1966, ingressou na Bolívia, clandestino, para organizar a luta revolucionária. Enstabeleceu-se em Santa Cruz.
Em abril de 1965, abandonou todos os cargos públicos. Foi lutar no Congo, integrado às forças de Petrice Lumumba. No outono de 1966, ingressou na Bolívia, clandestino, para organizar a luta revolucionária. Enstabeleceu-se em Santa Cruz.
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Em 8 de outubro de 1967, seu grupo foi cercado e praticamente aniquilado por um destacamento especial do exército boliviano. Che foi preso, ferido e fuzilado algumas horas depois.
Em 8 de outubro de 1967, seu grupo foi cercado e praticamente aniquilado por um destacamento especial do exército boliviano. Che foi preso, ferido e fuzilado algumas horas depois.
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Che Guevara contou seu trajeto pela América do Sul, da Argentina a Venezuela, em companhia de seu amigo Alberto Granado, a bordo de uma motocicleta, a Poderosa, através de um diário. Ao fim da viagem Che escreve: "O personagem que escreveu essas notas morreu ao pisar de novo em terra argentina. Aquele que as organiza e lhes dá polimento, eu, não sou eu; pelo menos não sou o mesmo eu interior. Esse vagar sem rumo pela nossa maiúscula América me transformou mais do que pude crer".
Che Guevara contou seu trajeto pela América do Sul, da Argentina a Venezuela, em companhia de seu amigo Alberto Granado, a bordo de uma motocicleta, a Poderosa, através de um diário. Ao fim da viagem Che escreve: "O personagem que escreveu essas notas morreu ao pisar de novo em terra argentina. Aquele que as organiza e lhes dá polimento, eu, não sou eu; pelo menos não sou o mesmo eu interior. Esse vagar sem rumo pela nossa maiúscula América me transformou mais do que pude crer".
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Serviço 1
Serviço 1
O que? "Mostra Che: Caminhos e histórias de Ernesto Che Guevara"Concepção e montagem: Daniela Violin
Onde? Centro Universitário de Votuporanga - Unifev
Quando? Campus Centro – de 8 a 11 de outubro / Campus Sul – de 15 a 19 de outubro
Entrada gratuita
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Serviço 2
O que? Espetáculo "As últimas horas da vida de Che Guevara"
Onde? Terreno da UNE - Praia do Flamengo, 132 - RJ
Quando? 6 de outubro a 6 de dezembro (sábados e domingos)
Horário: sempre às 19h
Texto: John Vaz e Lula Dias
Direção: John Vaz
Supervisão geral: Fernando Bicudo
Elenco: Com John Vaz, Jodi Nagel, Claudiana Cotrin, Roberto Rizzo e Mário Cardona
Duração: 1h
Capacidade: 120 espectadores
Classificação: acima de 10 anos
Quanto? R$ 20 / R$ 10 (meia-estudante)Informações: 8726-9359
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