quinta-feira, 31 de maio de 2007

QUEM SOMOS?



CUCA é o apelido de Circuito – ou Centro – Universitário de Cultura e Arte. A palavra Circuito remete à construção de uma rede e os Centros são os coletivos hoje existentes em vários estados brasileiros.

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Desde o início de sua concepção, a partir da 2ª Bienal da União Nacional dos Estudantes, quando foi fundado o primeiro núcleo em São Paulo, o CUCA nasceu como instrumento de valorização da produção cultural nacional no interior das universidades e da necessidade de se criar um mecanismo para mantê-la articulada.

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A Caravana Paschoal Carlos Magno (2004) percorreu o país e preparou terreno para a implantação dos espaços. Desde então 11 CUCAs foram consolidados em São Paulo, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Amazonas.

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Condecorado em 2005 com a Ordem do Mérito Cultural, principal premiação do Ministério da Cultura, e integrante do Conselho Nacional da Juventude, o CUCA da UNE está interligado por uma rede que gravita em torno do programa "Pontos de Cultura". Em 11 de agosto de 2006 o grupo de trabalho tornou-se uma organização não governamental denominada Instituto CUCA da UNE.

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Nossa história
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A UNE foi fundada em agosto de 1937. Após completar 70 anos, ainda em plena forma, a entidade mantém a ativa participação nos principais acontecimentos políticos que sempre influenciaram as mudanças de rumo do país. Na sua história também está pintada a marca de ser precursora de importantes movimentos culturais.

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Já na década de 40, a entidade passou a ter um trabalho organizado com a criação do TPE (Teatro Paulista dos Estudantes), de diversos festivais estudantis por todo o país e de uma relação intensa com a intelectualidade e artistas, tendo Paschoal Carlos Magno, como seu principal incentivador.

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O Centro Popular de Cultura (CPC da UNE) nos anos 60 animou a cena artística brasileira com novas e ousadas experiências no campo da pesquisa e da produção cultural. Participaram do CPC nomes como Cacá Diegues, Ferreira Gullar, Vianinha, Gianfrancesco Guarnieri, entre outros.

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Os "anos de chumbo" impõem à entidade dos estudantes a passar um longo período na clandestinidade, prejudicando seu trabalho nacionalmente, entretanto não impedindo que no interior das universidades o debate, a produção e a circulação de bens culturais acontecessem com efervescência. Neste período a atividade mais marcante é desenvolvida por centenas de cineclubes espalhados pelas universidades de todo país.

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Bienais da UNE: o Movimento Estudantil retoma o seu trabalho cultural

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Ao longo dos últimos dez anos a UNE realizou cinco Bienais de Cultura e Arte. Contou com a presença de diversas expressões artísticas e intelectuais que contribuíram e contribuem com a história da cultura brasileira.

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A primeira edição, em 1999, na cidade de Salvador, reuniu cerca de 5 mil estudantes e marcou a retomada definitiva das suas atividades culturais. Em 2001, no Rio de Janeiro, com a presença de mais de 8 mil pessoas, surgiu o projeto do CUCA da UNE. Já a Bienal realizada em Recife (2003) juntou mais de 9 mil estudantes para discutir o tema "Um encontro com a cultura popular". Em 2005, a 4ª Bienal ocupou o pavilhão da Fundação Bienal de São Paulo, o Museu de Arte Moderna (MAM) e o Museu de Arte Contemporânea (MAC). Com a temática "Soy Loco por Ti América", o festival ocorreu em conjunto com o XIV Congresso Latino Americano e Caribenho de Estudantes (CLAE), viabilizando a vinda de participantes de outros países. No ano da comemoração de seus 70 anos a cidade do Rio de Janeiro recebeu no verão de 2007, sob as influências dos Orixás, "Brasil-África: um Rio Chamado Atlântico" sua quinta e maior edição. A Bienal foi às ruas e ocupou a região da Lapa e da Cinelândia. Ao fim do encontro uma imensa Culturata ocupou e retomou a antiga sede da UNE na Praia do Flamengo 132, um marco na luta dos estudantes.

Exposição Memória do Movimento Estudantil chega à sede da UNE, em SP

Os banners, com mais de dois metros de altura, estão dispostos numa espécie de "linha do tempo", com registros de fatos importantes da história do Brasil
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Depois de rodar o Brasil, a Exposição Memória do Movimento Estudantil volta a São Paulo, mas dessa vez para ficar na sede da UNE, (Rua Vergueiro , 2485, Vila Mariana) aberta a visitação por tempo indeterminado na tenda do Centro Cultural Gianfrancesco Guarnieri, sede do Centro Universitário de Cultura e Arte de São Paulo (CUCA-SP).
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Os painéis contam a história da mobilização de universitários e secundaristas, desde a criação do Conselho Nacional de Estudantes, em 1937, até hoje.
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Os banners, com mais de dois metros de altura, estão dispostos numa espécie de "linha do tempo", com registros de fatos importantes da história do Brasil. São momentos marcantes que mostram a participação dos estudantes em campanhas como "O Petróleo é Nosso", da década de 50; na luta contra o regime militar, durante os anos 60; e no levante dos caras pintadas durante o "Fora Collor", em 1992.
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A exposição integra o Projeto Memória do Movimento Estudantil, realizado em parceria com a Petrobrás, o Museu da República e a Fundação Roberto Marinho. Em agosto deste ano foram lançados dois documentários "Memória do Movimento Estudantil – Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil" e "O afeto que se encerra em nosso peito juvenil", de Sílvio Tendler e o livro Memórias Estudantis: da fundação da UNE aos nossos dias, de Maria Paula Araújo, editado pela Relume Dumará, que integram o acervo.
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Serviço
O que? Exposição Memória do Movimento Estudantil
Onde? Centro Universitário de Cultura e Arte Gianfrancesco Guarnieri
Rua Vergueiro, 2485 – Vila Mariana. São Paulo
Quando? Tempo indeterminado
Quanto? Entrada Franca
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Da redação
Estudantenet

TV Brasil no ar!

A TV Brasil executará, neste ano, o que restou do orçamento de R$ 220 milhões dos extintos canais estatais. Há expectativa que, além dos R$ 350 milhões já garantidos, um fundo do Ministério da Cultura para produção audiovisual possa dar mais R$ 80 milhões.
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O futuro
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A TV vai estar também na internet no endereço www.tvbrasil.org.br, graças a uma parceria com a Rede Nacional de Pesquisa, ligada às universidades. Em dois meses, deve ser inaugurada a sede da TV Brasil em São Paulo, com tecnologia digital e analógica. Quando a TV digital estiver operando no Rio, em abril, as transmissões já serão feitas com a nova tecnologia.
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A rede pública nasce da fusão entre a TVE do Rio e a Radiobrás, estatal federal. Em um único canal, vai mesclar o conteúdo que já é exibido separadamente em cada uma dessas empresas. Da TVE, permanecem atrações como Observatório da Imprensa, Sem Censura, Conexão Roberto Dávila e Um Menino Muito Maluquinho. A Radiobrás contribuirá com Ver TV e Diálogo Brasil.
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Só em março deve ir ao ar a primeira leva de programação própria e o logotipo "TV Brasil". Por enquanto, telespectadores de Rio, Brasília e São Luís verão os símbolos da Radiobrás e da TVE na tela. Ainda não há data para chegar aos outros estados. As emissoras locais ainda não definiram se e como vão transmitir o conteúdo federal. O sinal será analógico, à exceção de São Paulo, o único lugar que terá TV digital a partir de domingo.
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Rebatendo críticas
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Na sexta-feira passada, o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, e o ministro da Cultura, Gilberto Gil, gravaram na sede da TVE, no Rio, uma entrevista à jornalista Ivana Bentes explicando os rumos da TV Brasil.
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Para Franklin, riscos de interferência política existem - e justamente por isso foi criado o conselho de notáveis para fiscalizar se a TV está cumprindo o seu papel. "Acho que as outras emissoras deveriam fazer como a TV pública e ter um conselho com poder até para demitir o presidente da TV", provocou.
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Gilberto Gil disse que os rumos da TV Brasil são ditados pelo interesse público e não pela "Bolsa de Valores ou por interesses particulares". Na TVE, ele e Franklin responderam a perguntas de convidados. A mais incisiva foi a do escritor João Ubaldo Ribeiro, que disse temer que a TV Brasil sofra muita interferência do governo. Ubaldo ainda acrescentou: "Eu desconfio desta TV pública".
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Até março, enquanto fica no ar uma grade de programação provisória, serão entrevistados telespectadores comuns das cinco regiões do país para que digam ao que gostariam de assistir na rede pública. Haverá ênfase na interatividade. A vinheta-slogan da TV Brasil será: "TV Brasil, você escolhe, você programa, você assiste".

Lançamento do programa CULTURA NO PONTO na TVU/UFPE


15 de dezembro de 2007
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Estréia o Cultura no Ponto
No próximo domingo, 16/12, às 18:30, pela TV Universitária da UFPE, irá ao ar o programa Cultura no Ponto, uma iniciativa do Pontão de Cultura da UFPE e dos Pontos de Cultura do Estado de Pernambuco, com apoio da Fundarpe.
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O que é o Cultura no Ponto
Com periodicidade mensal e meia hora de duração, o Cultura no Ponto cumprirá um importante papel na divulgação das ações e da agenda de atividades dos Pontos de Cultura de Pernambuco, proporcionando uma visibilidade ainda maior ao trabalho desenvolvido pelos Pontos.
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O programa se constitui ainda como mais um local de trabalho em rede dos Pontos de Cultura viabilizando a troca de informações, a ampla distribuição de conhecimento entre os Pontos - e destes com a Sociedade - e o fortalecimento de demandas comuns que só se realizam plenamente por meio de um sistema de comunicação eficiente.
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O Cultura no Ponto contribui para efetivar o programa Cultura Viva, carro-chefe da política cultural do MinC, cujo foco volta-se para as práticas e os valores culturais de comunidades de baixa renda, até então pouco favorecidas pelos sistemas de fomento à cultura.
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A cada programa serão abordadas as inúmeras e diferenciadas experiências dos Pontos de Pernambuco: oficinas culturais, formação educativa de jovens, empreendedorismo, promoção dos direitos humanos, inclusão digital, entre outros.
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Quem faz o Cultura no Ponto
Seguindo a filosofia de uma política cultural inclusiva e democrática, o Cultura no Ponto é elaborado num regime de produção compartilhada entre os Pontos de Cultura, sob a supervisão gerencial do Pontão de Cultura da UFPE.
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A concepção do programa resultou de um trabalho coletivo do qual participaram mais diretamente os Pontos: De Antena Ligada (Cais do Parto), Maracatu Leão Coroado (Leão Coroado), Quartas Literárias (Centro Cultural Luiz Freire), Coco de Umbigada (Centro Cultural Coco de Umbigada), Ocas - Oficinas Culturais de Arte e Saúde (Trupe Graúna, Gênero, Arte e Desenvolvimento) , Arte Afro Menina Mulher (Casa Menina Mulher), Ação Cultural Glória de Goitá (Serta), Centro Universitário de Cultura e Arte - CUCA (DCE/UFPE), CEPECAC NATI, Centro de Cultura da Reforma Agrária e Cidadania do Centor Francisco Julião (Associação Nacional de Cooperação Agrícola-ANCA) , Centro Cultural Diálogos (Diálogos OSCIP), Estrela de Ouro (Maracatu Estrela de Ouro), Núcleo de Comunicação Comunitária do Recife (Associação das Entidades Coordenadoras e Usuárias do Recife/PE Canal Comunitário do Grande Recife - Canal Capibaribe), Estrada da Vida (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte-SENAT) .
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A produção do Cultura no Ponto está a cargo de uma equipe de jovens realizadores ligados aos Pontos de Cultura de Pernambuco que, atendendo a um chamado do Pontão, engajaram-se voluntariamente na realização deste projeto.
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A supervisão e coordenação do trabalho está sob a responsabilidade do Pontão de Cultura da UFPE - Projeto vinculado à Pró-Reitoria de Extensão, que desde o final de 2006 atua junto aos Pontos e ao MinC na implementação da Rede de Integração e Acompanhamento dos Pontos de Cultura do Estado (RIAPC).
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Apoios
A Fundarpe, que vem atuando fortemente numa política de integração entre Cultura, Educação e Comunicação junto aos Pontos de Cultura de Pernambuco, sinalizou com apoio ao projeto Cultura no Ponto. Além da edição de 6 programas de TV, a Fundarpe financiará a produção de 24 programas de rádio. (Os programas de rádio devem iniciar em fevereiro de 2008).
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Merece destaque o envolvimento de dois Pontos de Cultura: o Canal Capibaribe, que tem apoiado a parte de gestão, produção e divulgação dos programas; e o Cuca/UFPE , que está atuando fortemente na produção dos programas.
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O Sistema de Comunicação da UFPE, através das rádios AM e FM, bem como da TVU, além de abrir espaço para veiculação dos programas também tem apoiado o trabalho de produção.
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Importante frisar que os meios de comunicação envolvidos com o projeto cumprirão importante papel na divulgação da cultura local atendendo ao dispositivo constitucional de regionalização da produção cultural, artística e jornalística, investindo numa política pública de cultura inclusiva e democrática.
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Público-alvo:
Direto: integrantes e multiplicadores dos Pontos de Cultura do Estado de Pernambuco; participantes das ações dos Pontos de Cultura do Estado de Pernambuco.
Indireto: todo o público espectador da TVU e do Canal Capibaribe.
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Filosofia de trabalho
Este projeto apóia-se na idéia de que quando as pessoas ou grupos se comunicam mais e melhor são mais capazes de gerar ações segundo seus interesses e vocações.
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O projeto visa gerar informação a partir das ações culturais e reivindicações políticas, sociais, e econômicas dos Pontos de Cultura do Estado de Pernambuco. Acredita-se que ao produzirem e receberem informação de uma maneira que lhes diz respeito, os Pontos podem aprimorar sua comunicação e investir em novas ações no plano da cultura, da ação social, da economia solidária, da luta política.
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Assim como no programa Cultura Viva, os conceitos de empoderamento, autonomia e protagonismo social são fundamentais no desenvolvimento deste projeto. Neste sentido, investe-se numa filosofia de trabalho em que um Ponto auxilia outro a fim de que os artistas populares consigam materializar sua criatividade em produtos audiovisuais e digitais.
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Mais informações: pontaodecultura@ufpe.br

"Meu apoio é concreto!" - UNE e UBES organizam ato pela reconstrução da sede no Flamengo

Várias personalidades do mundo político já confirmaram presença como o vice-presidente da República, José Alencar; o ministro dos esportes, Orlando Silva; o deputado federal, Aldo Rebelo; o senador, Inácio Arruda; a deputada federal, Manuela d' Ávila, entre outros. O evento acontece dia 28 na Churrascaria Porcão, em Brasília, a partir das 20h
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Há 43 anos o movimento estudantil sofreu um duro golpe: o recém instituído regime militar metralhou, invadiu e incendiou a sede da UNE e da UBES na Praia do Flamengo, 132, no Rio de Janeiro. Mais tarde, em 1980, a ditadura já enfraquecida fez questão de demolir o prédio das entidades, não bastassem as perseguições, torturas e assassinatos de estudantes durante esse lamentável período da história do país.
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A UNE e a UBES recuperaram recentemente o terreno, ocupando o lugar após uma grande passeata realizada em 1º de fevereiro deste ano, após a Culturata da 5ª BIenal da UNE que invadiu o terreno. Os estudantes se mantiveram acampados ali e, posteriormente, as entidades venceram na justiça a disputa contra um estacionamento ilegal que havia se apoderado do local.
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Depois da volta pra casa, os estudantes agora querem a reconstrução de suas sedes e de um Centro Cultural, projetado e doado às entidades pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Para isso, organizam um ato político de adesão à campanha MEU APOIO É CONCRETO!, em prol da reconstrução da sede, que acontece dia 28, a partir das 20h, na Churrascaria Porcão, em Brasília. A expectativa é reunir cerca de 250 personalidades.
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Várias personalidades do mundo político já confirmaram presença como o vice-presidente da República, José Alencar; o ministro dos esportes, Orlando Silva; o deputado federal, Aldo Rebelo; o senador, Inácio Arruda; a deputada federal, Manuela d' Ávila, entre outros.
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Como participar
Os convites podem ser adquiridos na sede das entidades em São Paulo (Rua. Vergueiro, 2485, Vila Mariana) ou em Brasília, com as diretoras da UNE, Luana Bonone (61 8191.5758) ou Márvia Scárdua (61 8410.1298).
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Os interessados podem entrar em contato também pelo e-mail une70anos@gmail.com. Os convites custam R$ 500 ou R$ 1.000. O valor arrecado será automaticamente revertido para as entidades estudantis darem início à manutenção do terreno, elaboração de um estudo/projeto sobre a reconstrução do prédio e os primeiros passos para o início das obras. O objetivo após o ato em Brasília é lançar uma grande campanha nacional.
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Da Redação

DIA 17.12, SEGUNDA-FEIRA, NO CAFÉ LAMAS - RIO

Sobre Nas profundas do inferno:

"Estamos diante de invulgar romance, matéria ficcional e literária de alta qualidade. Permanecerá nas páginas da história da literatura, por ser de carne e sangue a paixão política que lhe dá o sopro de vida imortal. Por vezes, o excelente ensaísta que é Poerner ameaça passar o romancista para trás, mas não consegue, a ação supera o discurso. Gostaria de usar, para definir este impressionante documento e romance de estréia fora do comum, palavra de pouco uso num tempo que não a comporta quase: humanismo. O livro de um humanista, romance, documento, sempre romance, uma lâmpada acesa na escuridão." (Jorge Amado)
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"Este grande romance de Arthur Poerner é a obra literária mais dramática de participação intelectual na luta contra a ditadura. Poerner se revela como um dos grandes romancistas de toda a nossa história, com a obra literária e social mais importante suscitada pela chamada 'revolução de 64', que foi de fato uma contra-revolução. Considero este romance um dos testemunhos mais dramáticos da Contra-Ditadura, a obra de ficção mais importante, mais patética e mais representativa desse período negro de nossa história, e uma das obras clássicas de nossa história literária, com a revelação moral e fraterna dos companheiros de ideal e de prisão, que o romancista evoca com o talento estilístico e a grandeza humana que possui." ( Tristão de Athayde)
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"O livro de Poerner parece ser, mais do que os seus valores literários indiscutíveis, o primeiro romance que rompe com a alienação. Poerner é o primeiro escritor a tratar de maneira detalhada, realista e minuciosamente trabalhada dos horríveis fatos do dia-a-dia daqueles terríveis anos, pondo os dedos em todas as mais purulentas feridas produzidas pela infamante ditadura. O livro já nasceu um clássico – as várias edições e o grande sucesso também no exterior confirmam a minha percepção." (Sérgio Britto)
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"O leitor vai tendo cultivada sua angústia e impotência, numa obra de importância para o entendimento da situação do Brasil pós-64 que não permite um mínimo de descanso. A organização do fraseado tem a contundência de uma sucessão de punhaladas, sem que se possa esperar da fluência aguda de Poerner o conforto e a maciez. O livro tende a tornar-se um clássico sobre o inferno da repressão e da tortura." ( Renato Pompeu, Veja, 06 jun. 1979)
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"O prêmio foi conferido ao escritor brasileiro Arthur José Poerner pela obra Nelle profondità dell' inferno, editada pela Mazzotta, pela alta qualidade social, política e cultural; pelo estilo denso, dramático, mas sem ressentimento. Poerner, em suma, escreveu um livro impetuoso e pleno de encantada ternura, um livro que, como escreveu Jorge Amado, permanecerá." ( Júri do Prêmio Verrina-Lorenzon de Literatura, Cosenza, Itália, 07 out. 1978)
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CONTATOS:
telefones (21) 2541.3433 / 3217.2335 ( Flor Jacq)
Av. N. S. de Copacabana, 12/202, Leme 22010-122 – Rio de Janeiro / RJ

Segunda Intervenção Urbana do Movimento Rock de Rua

Estão todos convidados!
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É praticamente unânime o grito de socorro de artistas independentes em busca de espaços para a divulgação e difusão dos seus trabalhos autorais. O Movimento Rock de Rua é uma reivindicação de espaços públicos e privados para apresentações destes artistas. Propomos uma ocupação nas ruas, becos, praças, jardins, parques, escolas, enfim, em todo e qualquer espaço público ou privado que comporte uma apresentação musical na cidade de São Paulo. Realizando várias apresentações das bandas e artistas que fazem parte do Movimento Rock de Rua pela cidade de São Paulo, mostraremos que a música autoral brasileira é pulsante, atuante, tem qualidade, criatividade e só precisa de espaço.

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A segunda edição será realizada no Espaço CUCA, no dia 25 de novembro, domingo próximo. Sejam bem vindos à Segunda Intervenção Urbana do Movimento Rock de Rua!
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Serviço:
Evento: Segunda Intervenção Urbana do Movimento Rock de Rua
Data: 25 de novembro
Local: Espaço CUCA SP (Centro Cultural Gianfrancesco Guarnieri)
Endereço: Rua Vergueiro, 2485, Vila Mariana (na Estação Ana Rosa)
Horário: de 14:00h às 18:00h
Bandas: Emplasto, Laia Vunje, Impéria, Innexo e Tubarão em Chamas
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Obs.: Evento aberto ao público (Grátis)

Várias personalidades do mundo político já confirmaram presença como o vice-presidente da República, José Alencar; o ministro dos esportes, Orlando Silva; o deputado federal, Aldo Rebelo; o senador, Inácio Arruda; a deputada federal, Manuela d' Ávila, entre outros. O evento acontece dia 28 na Churrascaria Porcão, em Brasília, a partir das 20h
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Há 43 anos o movimento estudantil sofreu um duro golpe: o recém instituído regime militar metralhou, invadiu e incendiou a sede da UNE e da UBES na Praia do Flamengo, 132, no Rio de Janeiro. Mais tarde, em 1980, a ditadura já enfraquecida fez questão de demolir o prédio das entidades, não bastassem as perseguições, torturas e assassinatos de estudantes durante esse lamentável período da história do país.
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A UNE e a UBES recuperaram recentemente o terreno, ocupando o lugar após uma grande passeata realizada em 1º de fevereiro deste ano, após a Culturata que invadiu o terreno no final da 5ª Bienal da UNE. Os estudantes se mantiveram acampados ali e, posteriormente, as entidades venceram na justiça a disputa contra um estacionamento ilegal que havia se apoderado do local.
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Depois da volta pra casa, os estudantes agora querem a reconstrução de suas sedes e de um Centro Cultural, projetado e doado às entidades pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Para isso, organizam um ato político de adesão à campanha MEU APOIO É CONCRETO!, em prol da reconstrução da sede, que acontece dia 28, a partir das 20h, na Churrascaria Porcão, em Brasília. A expectativa é reunir cerca de 250 personalidades.
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Várias personalidades do mundo político já confirmaram presença como o vice-presidente da República, José Alencar; o ministro dos esportes, Orlando Silva; o deputado federal, Aldo Rebelo; o senador, Inácio Arruda; a deputada federal, Manuela d' Ávila, entre outros.
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Como participar
Os convites podem ser adquiridos na sede das entidades em São Paulo (Rua. Vergueiro, 2485, Vila Mariana) ou em Brasília, com as diretoras da UNE, Luana Bonone (61 8191.5758) ou Márvia Scárdua (61 8410.1298).
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Os interessados podem entrar em contato também pelo e-mail une70anos@gmail.com. Os convites custam R$ 500 ou R$ 1.000. O valor arrecado será automaticamente revertido para as entidades estudantis darem início à manutenção do terreno, elaboração de um estudo/projeto sobre a reconstrução do prédio e os primeiros passos para o início das obras. O objetivo após o ato em Brasília é lançar uma grande campanha nacional.
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Da Redação
Estudantenet

Cultura Digital

Ministro Gil participará de Seminário sobre o tema, em São Francisco (EUA), no próximo dia 14
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O ministro da Cultura, Gilberto Gil, participará nesta sexta-feira, dia 14 de dezembro, às 10h (16h, horário de Brasília), de um Seminário em São Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos da América, para debater conceitos e trocar conhecimentos e experiências acerca do tema Cultura Digital.
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O encontro será realizado na Hewllet Foundation (2121 Sand Hill Road - Menlo Park - CA 94025) e terá como um dos principais destaques a apresentação das políticas do Ministério da Cultura do Brasil relativas aos Pontos de Cultura - atualmente, existem mais de 650 já implantados no país e, até 2010, serão cerca de 20 mil.
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Parte do incentivo recebido pelos Pontos é utilizado para aquisição de equipamento multimídia em software livre composto por microcomputador, miniestúdio para gravar CD, câmera digital e ilha de edição.
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Além do Seminário sobre Cultura Digital, o ministro Gilberto Gil cumprirá uma agenda que inclui reuniões bilaterais e um jantar em comemoração ao quinto aniversário do Creative Commons, projeto criado pelo americano Lawrence Lessig e que funciona como um sistema alternativo de controle de copyright.
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Nesta semana, no período de 10 a 13, o ministro da Cultura encontra-se no Canadá, onde participa da primeira reunião do Comitê Intergovernamental da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, no âmbito da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
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(Comunicação Social/MinC)

terça-feira, 29 de maio de 2007

PROGRAMAÇÃO CUCA Araguaia - Dezembro

PROGRAMAÇÃO CUCA Araguaia
(Rua Leonardo Vilas Boas, 539, Campinas, próximo ao Supermercado Cogal /Barra do Garças/MT)
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Dezembro
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Dias 4, 7, 11, 14, 18 e 21 – Terças e Sextas-feiras
18:00h - Oficina de Dança de Rua - Daniel
Ingresso: Gratuito
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Dias 2, 9 e 16 – Domingos
16h - Oficina de Teatro - Grupo Recriart
Ingresso: Gratuito

Dia 3, 5, 10, 12, 17 e 19 – Segundas e quartas-feiras
16h - Yoga “Alongue-se para alongar para a vida”
Ingresso: R$ 15,00

Dias 6 – Quinta-feira
08:30 e 19:30h - Peça: “Caravana da Ilusão”
Local: Auditório da UFMT
Ingresso: Gratuito

Entidades estudantis aceleram obras do Centro Cultural Gianfrancesco Guarnieri





O Centro Cultural Gianfrancesco Guarnieri vai contar com estúdio de gravação, ateliê, palco, biblioteca e tenda para shows. O melhor é que todos podem participar




O Centro Universitário de Cultura e Arte da UNE em São Paulo (CUCA-SP), numa iniciativa conjunta com as entidades estudantis UEE-SP e UBES, apressa os últimos detalhes para a inauguração da sua nova sede. As obras estão em ritmo acelerado para que tudo esteja pronto até o dia 16 de junho. A partir desta data, a sede das entidades estudantis na capital paulista, localizada no tradicional endereço da rua Vergueiro, 2485, vai se transformar em um espaço aberto para as mais diversas manifestações artísticas.

Em homenagem a um dos mais brilhantes atores do cenário brasileiro, o novo espaço ganhará o nome de "Centro Cultural Gianfrancesco Guarnieri". A história de Guarnieri com o movimento estudantil tem passagens pelo lendário Centro Popular de Cultura, o CPC da UNE, e na direção da União Paulista dos Estudantes (UPES), onde ele foi secretário geral.

"Queremos que este lugar carregue o pensamento e as idéias do Guarnieri, que sempre teve na sua vida artística um engajamento muito grande nas questões sociais e políticas", diz o presidente da UNE, Gustavo Petta. "É uma homenagem a quem sempre fez questão de dizer claramente o que pensava, o que achava e porque lutava", completa.

O presidente da UNE e integrantes do CUCA se reuniram no começo de maio com a viúva do ator, Vanya Sant’anna. Ela contou um pouco da trajetória de Guarnieri no movimento estudantil, como foi sua passagem entre a militância política e o início da vida artística. Vanya ainda disponibilizou o seu acervo pessoal para que o CUCA possa fazer uma exposição sobre a vida de Gianfrancesco.

Para Vanessa Stropp, gestora do CUCA-SP, a vida do Guarnieri dialoga em todos os momentos com o movimento cultural da UNE. "A cada conversa que fazemos, ou a cada documento que encontramos, fica mais claro a ligação que ele tinha com o CUCA, seja pela sua história no CPC da UNE, ou pela marca que deixou no movimento secundarista de São Paulo ou, simplesmente, por jamais ter separado a cultura da política", diz.

Estúdio, ateliê e palco
O espaço vai abrigar um estúdio de gravação de 4 x 12 m², com tratamento acústico e equipamento para gravação de audiovisual: mesa de som e mixagem, além de uma ilha de edição de imagens. O palco para as apresentações vai medir 6 x 4m², e terá iluminação apropriada.

O ateliê coletivo será "multi-uso" como explica o coordenador nacional do CUCA, Tiago Alves. "Lá vão funcionar a biblioteca, que já tem um acervo inicial de 600 livros de arte doados pela esposa do Guarnieri; uma sala de aula para oficinas e o ateliê propriamente dito, tudo isso em um espaço de 5 x 7 m²", explica.

Haverá também uma enorme tenda de três pontas, de 250m², que vai cobrir toda a área. "Aqui vão rolar as apresentações de música, debates, exibições de filmes e as reuniões do coletivo que vai gerir o nosso espaço, a cada dois meses", informa Tiago.

O presidente das UEE-SP, Augusto Chagas, diz que o espaço terá o objetivo de viabilizar a rica produção cultural universitária. "Será também um local de discussão sobre a necessidade de valorizar a cultura popular, reafirmando a identidade brasileira", Ele explica ainda que o local terá uma gestão democrática e participativa.

Gestão horizontal
Tiago contou ao EstudanteNet que o Centro Cultural será gerido por diferentes vertentes da arte. "Por enquanto, o grupo é formado por 20 pessoas de diferentes coletivos, como as companhias teatrais Ivo 60, Domínio Público, Grupo A.L.M.A., Cia. Comédias, Tragédias e Self-Service, além de estudantes do Teatro Escola Macunaíma e da ECA-USP. As duas coordenadoras, Vanessa Stropp e Bárbara Campos, serão as responsáveis por marcar as reuniões que vão acontecer a cada dois meses e também pela programação do Centro", informou.

Como participar
Ficou interessado? Ainda dá tempo de participar, basta enviar o seu projeto até o dia 29 de maio para o endereço eletrônico cucadaune@yahoo.com.br. Vanessa avisa que a programação é temática. "Para os meses de junho e julho só receberemos trabalhos ligados à cultura popular. Em agosto vamos homenagear o aniversário de 70 anos da UNE", revela.

Blog
O CUCA-SP está com blog novo. Um espaço para divulgar atividades, receber projetos, ouvir sugestões, publicar artigos. Um instrumento importante para a construção coletiva do CUCA.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Hip-Hop chileno propõe reencontro de Salvador Allende com Victor Jara, por Toni C.*

Não foi por excesso de vinho chileno que o hip-hop santiagueiro pretende realizar o reencontro entre e o ex-presidente Allende e músico Victor Jara. Mas antes de contar como pretendem realizar este feito, deixa eu dizer o que estava fazendo e como foi minha recente passagem pelo Chile.
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Santiago, as coordilheiras e poluição
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É Tudo Nosso! (veja o trailler) Já me proporcionou seis dúzias de alegrias, 30 milímetros de tristeza. E mesmo antes de nascer já havia meio quilo de dúvidas e uma certeza: o barato só vale a pena se for utilizado para transformar o mundo! Como a pretensão é monstra, o esforço não pode ser menor.
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Nessas fui para o Chile, aquele país que parece uma tripinha esmagada entre o oceano pacífico e a Argentina. Na bagagem municiado de DVD’s, mó guéla. Mas o detector não deu nada. Azar é u deles!
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Minha missão após concluído o filme, passou a ser retornar para os locais onde É Tudo Nosso! foi rodado e poder projetá-lo, além de entregar para cada personagem do vídeo um exemplar. Nessa tarefa muitos tem contribuído, levando o vídeo para outra cidade, fazendo uma cópia, projetando…
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Tarde de quinta-feira, chego a Santiago. Quem já assistiu o capítulo sobre a Venezuela, viu Lulo MC do grupo chileno Leguayork, que faz parte de uma entidade chamada Agosto Negro. Reivindicam a libertação de Maput, comunidade indigena perseguida por não abrirem mão de suas terras. Entregar um DVD ao Leguayork é uma das metas…
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Santiago é muito parecido com São Paulo, só que menor, a Cordilheira dos Andes está praticamente a vista todo o tempo, mas foi dos bairros mais pobres que tive melhor visão desses “arranha-ceus” naturais. De tão onipresente os moradores se queixam pois os grandes montes não deixam a poluição dispersar. - Poluição? Esses caras não sabem o que é São Paulo!
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Santiago tem metade da população Paulistana, cinco linhas de metrô, que conta com serviço de internet sem fio gratuita, no Brasil temos serviço semelhante, mas nos aeroportos e pago.
Na primeira noite, estive com um grupo de bolivianos, peruanos e chilenos numa taberna de estilo antigo e rústico. O lugar era repleto de rockeiros, punks e motoqueiros. Comi uma espécie de pão com bife friu, prato típico daqui. Aprendi que enquanto no Perú vivía o líder Inca Tupac Amarú, Na Colombia existiu outra líderança indigena de tragetória semelhante conhecido como Tupac Katari.
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De lá surgiu uma revolta que levou milhões de estudantes chilenos para as ruas, o que ficou conhecido como revolução pinguina, em alusão ao uniforme escolar, camisa branca e casaco azul marinho.
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Grupos cantavam e tocavam Kjarkas, musica popular boliviana. Em meio a essa diversidade de plumas e tocas de lã, cachicol e agasalhos para espantar o friu repentino noturno desta época do ano. Um cara grandão, de cabelos longos, da banca desses rockeiros, todo de preto passou a se desentender com uma pessoa que estava conosco. Até ai sem novidades, nem ganhei a fita, afinal todos falam estranhos mesmo… Nisso o Marin Maison latino deu um tapa na garrafa de cerveja derrubando o litro, querendo causar. Eu que estava sentado ao lado, levantei e fiquei pronto pra guerra, né meu!? Pensei: “o moio azedo, vai vuar garrafa, cadeira pra todo lado” fiz as contas rapidamente “putz, é 5 rockeiro pra cada Tupac!”
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Ideia vai, idéia vem, as meninas que estavam conosco pediam pra eu sentar. Ficou nisso, e os caras saíram fora.
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No dia seguinte participei da cumbre dos povos. Um dia antes do Rei da Espanha mandar Hugo Chávez calar a boca. Na cumbre Evo Morales, o vice presidente cubano e Chávez falaram para uma platéia que lotou o estadio Nacional.
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“Hey pé di breque, vai pensando que ta bom!”
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A atividade foi aberta por grupos culturais de diversos países. O rap se fez presente na apresentação do próprio Leguayork. Após se apresentarem reencontrei Lulo e pude entregar uma cópia do DVD a ele.
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O presidente venezuelano também é personagem do documentário, aparece na abertura oficial do festival mundial de juventude de 2005 em Caracas. Por conta disto pretendia entregar-lhe uma cópia do filme. Por duas vezes estive lado a lado de Chávez. Mas não consegui entregar o DVD, graças a maravilhosa imprensa chilena se acotovelando com brutalidade. Lulo teve mais sorte e conseguiu entregar a Chávez um CD de seu grupo.
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A segunda atividade que participei foi um seminário de juventudes política de esquerda. Que aconteceu num charmoso casarão, que abriga hoje o museu Salvador Allende. Mas não foi sempre assim. O local foi base da Cia na época do golpe militar. Estávamos no sotão, onde no passado abrigava maquinas de escuta telefônica. Em outros aposentos aconteciam torturas e reuniões conspiratórias.
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Enquanto preparavam para exibir o vídeo do ex-presidente chileno. A senhora que preside o museu, de aparência frágil e olhar sereno. Falava pausadamente sobre a trajetória estrondosa de Allende: “100 anos, 1.000 sonhos” quando derrepente...
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Tudo tremeu tiu! Foi como se embaixo de nós houvesse uma estação de metrô, uma escola de samba e um uma britadeira. Acho que estarmos no sotão de piso de madeira amplificou o efeito. O pânico tomou conta dos rosto de todos os quase 30 jovens de todo o conesul presente na sala, tudo isso durou eternos, 3 segundos.
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A senhora com o mesmo olhar sereno e mesma calma. Explicou que o Chile é o país de maior atividade sísmica do mundo. O que explica a formação das cordilheiras. E completou provocando: “Assim fico com dúvida da coragem revolucionária de vocês!”
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Neste dia, se encerrava a Semana da Arte Moderna da Periferia em São Paulo. Contei rapidamente dessas coisas para esse grupo. Na terra do poeta Pablo Neruda falei de Sergio Váz. O seminário foi encerrado com o ex-presidente Chileno Ricardo Lagos.
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Fui para Légua, bairro que expirou o nome do grupo Leguayork, onde Lulo vive com sua família, que esta crescendo, sua esposa está no oitavo mese de gestação, acompanha Lulo em todos os eventos. Dizem que Légua é o bairro mais violento do Chile. Assim que entrei em sua casa, tive a certeza. Vendo seus animais de estimação Papelucho, Salvada e Mona. Respectivamente um papagaio, um gato e uma cachorra. Como pode no lugar mais violento papagio, gato e cachorro viverem em harmonia? A pessoa mais perigosa que vi em toda minha estada no Chile, foi no espelho.
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Vieram me contar depois, que o rockeiro brigão ficou de segundas só pela forma que levantei e fiquei encarando. Quis saber quem eu era e quando soube que era brasileiro gelou de vez. Foi isso que apaziguou a briga. Comédia! Expliquei que no Brasil ninguém isquera pra dar as costas e sair andando como ele fez. Mas seria bom se tivesse esse dom de miá as treta só com olhar.
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Favela lá quando muito recente se chama “toma”, pois é considerado uma área que foi tomada. Conforme se urbaniza passa a ser chamada de “populacion”. E Legua deve ser a maior populacion do Chile, tem este nome por ficar a uma légua de distância do centro de Santiago. Cerca de seis quilômetros. Com excessão das coordilheiras tudo é plano. Ou melhor, segundo me contaram Santiago é um vale. Quando chove tudo fica debaixo d’agua.
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Fiquei alguns dias hospedo na casa de Lulo. Fomos para um Shopping Center que tem no seu subsolo algumas lojas como as da galeria da 24. Com artigos de reggae, rock e rap. A loja considerada mais undeground de hip-hop é de Alê. Comprei um livro de graffite lá e conversamos, também ganhei uns CD´s de rap chileno dele e dei um DVD do filme É Tudo Nosso! Ele colocou na hora pra assistir e a loja começou a lotar de gente. Uns assistiam e iam embora, outros comentavam, outros quiseram comprar o barato e foi ficando doido. Saí da loja estreita, e agora apertada e Alê me acompanhou, me devolvendo o dinheiro que havia pago pelo livro.
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Mostrou a quantidade de DVD´s de clipes e disse vender a cinco mil pesos. Pediu permissão para copiar o vídeo prometendo vender a mil pesos, valor somente do DVD virgem. “Não quero ganhar nada com o vídeo, o barato é o verdadeiro hip-hop e isso eu faço com prazer” dizia o lojista me agradecendo de uma forma embaraçosa.
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Outro lugar que não me sairá da mente. Foi quando andávamos numa grande avenida, dobramos numa rua esmagada por altos edifícios e a viela tortuosa e cada vez mais estreita se abria no final numa pequena praça com uma fonte no centro, onde outras quatro vielas se juntavam.
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Nesta praça havia um casarão velho, talvez condenado a demolição. Dentro abrigava um centro cultural que teimava acolher alegria pra um casa como as má assombradas dos filmes. A escada de madeira nos levou para o andar superior, os degraus tinham buracos, rachaduras nas paredes, uma velha lareira no fundo do salão onde nos reunimos com o piso em alguns pontos parecendo querer ceder.
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Todos pareciam indiferentes e mantinham a discussão acalorada em torno das ações culturais que o hip-hop faria. Na sala ao lado um grupo de dança ensaiavam as coreografias, no terceiro andar devia abrigar algumas trupe de teatro repassando o texto, músicos solavam suas novas produções, quadros e fotografias seguravam as paredes e cada comodo uma manifestação diferente... Comecei a ter um pouco de noção do quanto de vida e sonhos aqueles velhos aposentos ainda consegui abrigar. Notei que fomos treinados para ter medo de grandes casas, e nos contentarmos com nossos pequenos castelos.
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Por vezes ví Lulo nas ruas de Santiago pegando jornal do lixo, revista do chão, folheava com gosto como quem procura algo especifico e devorava cada letra com atenção, mesmo andando apressado entre a multidão. Extremamente bem informado, as vezes comentava uma notícia comigo, ou com sua esposa. Usava as páginas de anúncios que não tem muitas letras para escrever rap no percurso nos micro-ônibus.
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Já ví muitos dizerem que não lêem porque não tem dinheiro, ou que não escrevem porque não tem tempo. De Lulo não ouvi nem uma coisa, nem outra. Cachai!? Que a forma deles dizerem “tá ligado!?” Por falar em jornal o único que vi Lulo compra no meu último dia no Chile se chama El Siglo e para este havia dado um dia antes uma entrevista. (clique para ler)
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Antes de ir embora, ainda pude presenciar uma reunião de moradores de Légua, dirigida pelas lideranças do hip-hop em que propunham. “Vamos fazer um baixo assinado, para mudar o nome da rua das Indústrias para a rua Victor Jara.” A idéia é que esta rua se torne um espaço de produção cultural a céu aberto, com graffites, frases e trechos de músicas nos muros, eventos e que possamos brigar para que no futuro se crie o Centro Cultural Victor Jara.
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Contei a eles sobre a experiência da posse Rima & Revolução de Sorocaba. Que deram nomes de revolucionários brasileiros as ruas do habiteto. Como Zumbi dos palmares e até mesmo do rapper Preto Ghoéz. (Clique para ler)
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“Vale lembrar” dizia um dos moradores de Légua, “que a rua da Indústrias se cruza com a rua Salvador Allende”. Desta forma acontecerá o histórico reencontro trinta e quatro anos depois do golpe. Entre o primeiro marxista a chegar ao poder pelo voto do povo e o maior cantor popular do Chile. Um reencontro histórico.
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Éh! É bom ver que “O sonho existe!”
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*Toni C., DJ e produtor. Autor do vídeo documentario "É Tudo Nosso! O Hip-Hop Fazendo História", organizador do livro "Hip-Hop a Lápis" e membro da Nação Hip-Hop Brasil e da equipe do Portal Vermelho.

CUCA Recife lança livro coletânea com a produção literária de jovens escritores

O Centro Universitário de Cultura e Arte, CUCA Recife lança nesta quarta-feira, dia 19, às 19h na Livraria Saraiva do Shopping Center Recife, o livro coletânea com a produção literária de jovens escritores, estudantes da Universidade Federal de Pernambuco. O livro traz os textos dos vencedores do Primeiro Concurso de Conto e Poesia do CUCA Recife realizado durante o mês de outubro, durante a programação do Mês da Literatura “Tu tas aonde?”, que homenageou o poeta Miro.
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A comissão julgadora foi formada por : Larissa Ribeiro, Cristhiano Aguiar, João Batista, Bruno Piffardini e Artur Rogério, todos estudantes de Letras (UFPE, de graduação ou mestrado. Na categoria Contos, Jean Santos com “Engano Seu” ficou em primeiro lugar, seguido de Bernardo de Souza “Fogo”, e Kiko Gouveia “Misterioso Conto do Chocolate Irônico”, em segundo e terceiro respectivamente. Na categoria Poesia Bernardo Sampaio “O Corpo ou Algo ao Lado”, Tiago Buarque Assunção de Carvalho “O Ser Humano”, e Smirna Maciel da Costa “Criado Mudo”, ficaram em primeiro, segundo e terceiro, respectivamente.
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CUCA Recife – O CUCA Recife ´eum Ponto de Cultura proposto pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e que trabalha no fomento à produção universitária. Hoje existem 10 CUCA’s espalhados em todas as regiões do Brasil e que se articulam através do Circuito Universitário de Cultura e Arte,
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O CUCA VAI TE PEGAR !
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Mais informações no site da UNE:
www.une.org.br
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ou na comunidade do CUCA Recife no orkut
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=17362569
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ou no blog do CUCA
www.cucadaune.blogspot.com
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SERVIÇO
Evento: Lançamento de Livro-coletânea de Contos e Poesias
Quando: Nesta quarta-feira, às 19h.
Onde: Livraria Saraiva (Shopping Center do Recife)
Entrada Gratuita

sexta-feira, 25 de maio de 2007

2ª Edição do Cultura no Ponto

Próximo domingo, 13/01/2008, às18h30, na TVU, a 2ª edição do programa Cultura no Ponto, uma iniciativa do Pontão de Cultura da UFPE e dos Pontos de Cultura do Estado de Pernambuco, com apoio da Fundarpe.

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Neste segundo programa, além dos momentos da festa de lançamento do Cultura no Ponto, que aconteceu mês passado na Concha Acústica da UFPE com shows de diversos grupos culturais ligados aos Pontos de Cultura, uma homenagem a Mãe Ivanize, rainha do Maracatu Encanto da Alegria, falecida em 2007, que teve forte atuação cultural na comunidade da Bomba do Hemetério.
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O que é o Cultura no Ponto
Com periodicidade mensal e meia hora de duração, o Cultura no Ponto cumpre um importante papel na divulgação das ações e da agenda de atividades dos Pontos de Cultura de Pernambuco, proporcionando uma visibilidade ainda maior ao trabalho desenvolvido pelos Pontos.
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O programa se constitui como mais um local de trabalho em rede dos Pontos viabilizando a a troca de informações, a ampla distribuição de conhecimento entre os Pontos e destes com a sociedade.
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O Cultura no Ponto contribui para efetivar o programa Cultura Viva, carro chefe da política cultural do MinC, cujo foco volta-se para as práticas e os valores culturais de comunidades de baixa renda, até então pouco favorecidas pelos sistemas de fomento à cultura.
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A cada programa serão abordadas as inúmeras e diferenciadas experiências dos Pontos de Pernambuco: oficinas culturais, formação educativa de jovens, empreendedorismo, promoção dos direitos humanos, inclusão digital, entre outros.
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Quem faz o Cultura no Ponto
Seguindo a filosofia de uma política cultural inclusiva e democrática, o Cultura no Ponto é elaborado num regime de produção compartilhada entre os Pontos de Cultura sob a supervisão gerencial do Pontão de Cultura da UFPE, que desde o final de 2006 atua junto aos Pontos e ao MinC na implementação da Rede de Integração e Acompanhamento dos Pontos de Cultura do Estado (RIAPC). A produção do Cultura no Ponto está a cargo de uma equipe de jovens realizadores ligados aos Pontos de Cultura de Pernambuco.
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Patrocínio
A Fundarpe, que vem atuando fortemente numa política de integração entre Cultura, Educação e Comunicação junto aos Pontos de Cultura de Pernambuco, sinalizou com apoio ao projeto Cultura no Ponto. Além da edição de 6 programas de TV , a Fundarpe financiará a produção de 24 programas de rádio.

A Fundarpe fechou uma parceria com os Pontos de Cultura, através do Projeto Células Culturais

Na Casa da Cultura, 5 Pontos (CUCA Recife, TV Capibaribe, Cais do Parto, Centro de Mulheres do Cabo e Diálogos) realizam atividades de Rádio Comunitária e Exibição de Filmes desde o dia 17 de dezembro.

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Confira a Programação:
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DIA 7/1 (segunda-feira)
A Rádio Células Culturais recebe o cordelista Allan Sales.
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Filmes: - Programa Cultura no Ponto
- Vídeo-clipe da Banda “A Irmandade”
- Bacurau, de Costa Neto
- Matrizes Africanas, de Costa Neto
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DIA 8/1 (Terça-feira)
Filmes:
- Reportagens Comunitárias de Areias
- Mosaico da 1 Feira da Música Brasil
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E participação do VJ Gê Carvalho
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DIA 14/1 (Segunda-feira)
Filmes:
- Rosas Urbanas
- O Afeto Que Se Encerra Em Nosso Peito Juvenil, de Sílvio Tendler
- Cineasta da Favela
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E participação do VJ Gê Carvalho
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A programação é gratuita !
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O CUCA VAI TE PEGAR !
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Mais informações no site da UNE:
http://www.une.org.br/
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ou na comunidade do CUCA Recife no orkut
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=17362569
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ou no blog do CUCA
http://www.cucadaune.blogspot.com/

quinta-feira, 24 de maio de 2007

EstudanteNet entrevista Silvério Pessoa





O músico falou sobre a mistura de regionalismo e recursos tecnológicos, marcas de seu trabalho, e também discutiu a democratização da cultura, as rádios livres como instrumento de descentralização e refletiu sobre o seu conceito de música


A internet é um mundo a parte. Não é a toa que é chamada por aí de "mundo virtual". Este universo abriu uma enorme gama de possibilidades para a produção cultural. Através de um clique pode-se romper fronteiras e democratizar esse bem. No embalo do debate sobre liberdade de conhecimento, o portal EstudanteNet ouviu o cantor, compositor e ativista do movimento social, Silvério Pessoa, que falou sobre rádio comunitária, direitos autorais, livre distribuição e, claro, sobre seu trabalho.

O próprio Silvério, oriundo da Zona da Mata Norte de Pernambuco, filho de Ivete Leal Pessoa, professora de acordeon e Severino Marques Pessoa, motorista de caminhão, caracterizou o seu som. "Minha música é para o meu povo, e nesse contexto eu canto e faço canções pra mudar as pessoas".

O cantor e compositor foi membro do Diretório Acadêmico da UFPE, onde cursou pedagogia. Politizado e engajado, participou de ações junto a UNE e a UBES e se diz próximo do público universitário. "A cada dia tenho a classe estudantil como referência de ideologias e utopias".

Com a experiência de quem está na contra mão da indústria cultural, o músico falou ainda sobre novas formas de veicular o rico trabalho que é desenvolvido no Brasil. "Temos que pensar canais de escoamento dessa produção, mas com incentivos através de uma nova ótica de mercado", afirmou.

Sobre a rádio livre, Silvério foi taxativo. "Acredito que em breve cada site vai ser uma rádio livre, enfraquecendo cada vez mais essa estrutura obsoleta das rádios oficiais". Quando o assunto foi o direito autoral, ele defendeu. "Eu creio que o mercado ‘futuro’, vai ser da desmaterizalização da obra de arte. A arte vai estar disponível em todos os canais de ‘apresentação’ do artista, então a propriedade da obra perderá força no mercado de vendas", disparou.

Confira a íntegra da entrevista concedida ao CUCA da UNE para o EstudanteNet:


A modernidade e a tradição fazem parte do seu repertório de forma muito marcante. Como é a experiência de misturar esses elementos?
Minha música é a síntese de uma história da qual faço parte... Um rapaz que migrou da Zona da Mata Norte de Pernambuco e que levou seu imaginário, seu inconsciente coletivo rural para a metrópole, para a cidade, onde descobriu o que denominam de "desenvolvimento", de "crescimento". A cultura urbana, tecnológica... Essa mestiçagem é para mim meu som! De raízes rurais, country, tradicional, ao mesmo tempo com acessórios tecnológicos, discretos, porém presentes.

Esses acessórios tecnológicos contribuem para descentralização e democratização da cultura?
É um projeto musical, pessoal. Confesso que quando componho, quando penso no resultado que uma canção soará, não planejo diretamente os resultados na matriz cultural, nos investimentos, no mercado... Essa análise vem depois. O que procuro, delicadamente, não fazer é repetir esteriótipos culturais, folclóricos, emblemas obsoletos em um mundo "moderno", ou seja, usar chapéu de couro, gibão, ser contra a utilização de tecnologia nas matrizes musicais, enclausurar a tradição em um invólucro sagrado, que reduz sua ação em âmbito nacional, já que sofremos esse rótulo idiota de regional. Outra coisa é que não sou puro, sou resultado de uma cultura de síntese agrícola-urbana. E atualmente, com 5 anos de tour pela Europa e Ásia, já observo o Brasil de outra maneira: local – planetária – mundial. Meu trabalho tem uma espontaneidade que não sei explicar... Se isso colabora com a possibilidade das novas gerações observarem a tradição com um olhar atual, isso, pra mim, é muito bom pra história do meu povo.

Em relação à história do seu povo que você sempre fala... Qual seu compromisso com a arte? Ou seja, por quê e pra quem você canta?
Primeiro canto para o povo de onde vim, pra minha história... Tenho um compromisso com essa história de onde vem minha família, meus antepassados, índios, europeus, africanos. Canto sem pesquisar, eu sou o que faço. E a arte junto à educação são elementos e formas de expressão que contemplo como ato político. Sem neutralidade política, porém sem panfletos. Outra coisa... A forma política já está inserida nos meus textos, nas vozes que não são escutadas na mídia oficial (rádios, novelas, etc...), no seu cotidiano, nas suas crenças, nos seus desejos... Minha música é para o meu povo, e nesse contexto eu canto e faço canções pra mudar as pessoas... Seja simbólica mudança interior, seja em ouvir a tradição de maneira nova e não saudosa!

Você canta pra muita gente, muitos tipos de público... como é a sua relação com o público universitário?
Eu venho da classe universitária, sempre atuei no DA de Pedagogia da UFPE, participei de projetos em Educação de adultos tendo o método Paulo Freire como base, fiz parte de comitês estudantis da campanha de Betinho, trabalhando em educação de jovens e adultos, atuei na área de educação e cultura do MST, na coordenação de Pernambuco, fui professor do Estado na formação de professores em área rural, auxiliando na capacitação de Universitários e participei das várias ações na Universidade junto a DAs, DCE, UNE, UBES. Não me sinto longe do público universitário. A cada dia tenho a classe estudantil como referência de ideologias e utopias. Também não me sinto longe do magistério. O palco pra mim é uma relação prazerosa e ideológica entre educação, arte e luta por um país melhor.

Nós do CUCA, procuramos fazer a produção circular pelo país... A troca é sempre enriquecedora. No cinema, estamos fazendo o cinejornal, uma forma de divulgar o que se produz nos nossos espaços... Na música, o que você acha que precisa ser feito?
Democracia e socialização dos espaços concedidos às rádios; políticas culturais ostensivas quando uma rádio receber concessão para se instalar em um Estado ou em uma cidade para executar o que se produz na região; formação de grupos de artistas em todas as áreas para discutir, elaborar propostas e ações para que o que se produz no Estado, seja em cinema, literatura, música, moda, etc... encontre um canal de promoção local/nacional. Ao mesmo tempo rever o conceito de produção cultural, propriedade autoral, e distribuição desses produtos via os vários meios possíveis... Em resumo, elaborar novos pensamentos em relação à produção humana, e focar a cultura dentro de um novo mercado, que além de capitalista, possa atuar sobre a perda da aura da obra de arte, parafraseando Benjamin. Nada de Sacralizar a produção cultural! O artista popular adoraria ver seus produtos vendidos, distribuídos, exportados. Temos que pensar canais de escoamento dessa produção sem a perda da "aura", sem produção em série, mas com incentivos através de uma nova ótica de mercado.

E as rádios livres?
Aqui em Recife o meio mais contemporâneo de distribuir uma música é através das rádios comunitárias, sementes ou matrizes das rádios livres. Como comentei, o artista, ou "novo artista", além de ser um empreendedor de idéias, é um criativo por natureza. Ele procura os meios mais significativos e menos óbvios de expor, de expressar seu mundo. As rádios livres apontam para uma nova fronteira sem fronteiras, a sintonia do futuro. Acredito que em breve cada site vai ser uma rádio livre, enfraquecendo cada vez mais essa estrutura obsoleta das rádios oficiais. O Minc já tem laboratórios variados sobre as rádios livres. E o mais contraditório quando se fala em produção e mercado em Pernambuco, principalmente após o movimento Mangue, que continua firme, é que o que se produz não é executado nem promovido em nosso próprio espaço de criação. Ou seja, somos ignorados pelas rádios locais, que recebem autorização para se instalarem aqui no Estado. É uma violência fora do comum para quem não quer utilizar a tabela do Jabá para ser tocado em seus próprios domínios. Por isso que escrevo sobre "política cultural ostensiva"!

E como você vê a questão dos direitos autorais nessa tendência, quando muitas vezes eles impossibilitam a exibição de um trabalho?
Só poderia responder essas questões envolvendo diretamente minha realidade, refletindo o mercado oficial que envolve artistas de diversas áreas. Cada cópia de CD meu nas ruas, ou nos ipods, mp3, cada cópia do meu DVD pelo mundo virtual, ou mesmo nas casas mais humildes, cada canção minha sendo reescrita, refeita, ouvida livremente pelo mundo... é um parceiro que conquisto, é minha forma de promoção. Ao mesmo tempo em que ofereço produtos para o mercado "regular" tenho a maior simpatia e refletimos, eu e minha produção, sobre como promovemos nossas ações. Nesse contexto eu só poderia ser um adepto das idéias que envolvem a livre distribuição e promoção do que produzo. Tenho uma trilha no overmundo e estudamos a possibilidade de disponibilizar meus CDs solos no Creative Commons. Vai ser uma questão de tempo esse mundo novo de socialização da obra de arte. Eu creio que o mercado "futuro" nem sei se vamos alcançar, vai ser o mercado da desmaterizalização da obra de arte. O artista vai se concentrar em expor seja no cinema, seja no atelier, seja no palco. O seu mundo e sua expressão vão ser ali... ouvidos, cores, olhares, sons, luzes, telas, interação... O espetáculo vai ser in loco, a obra de arte vai estar disponível em todos os canais de "apresentação" do artista, então a propriedade da obra perde a força do mercado de vendas. Quem obstacula a circulação do seu produto é porque ou tem vinculação com uma corporação ou não tem total administração do seu produto (como meu caso, que tenho contrato na Europa e Ásia com uma label), no meu caso específico eu não obstáculo a circulação de minha obra, deixando claro para meus distribuidores esse item em contrato. Existe um fazer idéia, de criar... que é próprio.


Vanessa Stropp
(Net repórter)

terça-feira, 22 de maio de 2007

Curta Metragem, Projeto Social - Inscrições até 29 de fevereiro de 2008

Inscrições até 29 de fevereiro de 2008
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O Ministério da Cultura - MinC, por meio da Secretaria do Audiovisual – SAV, torna público o Concurso de Apoio à Produção de Obras Audiovisuais Digitais Inéditas, de CURTA METRAGEM, dos GÊNEROS FICÇÃO, DOCUMENTÁRIO OU EXPERIMENTAL, destinado exclusivamente a pessoas físicas integrantes ou egressas de projetos sociais com foco na linguagem audiovisual, desenvolvidos por entidades sem fins lucrativos.
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Veja abaixo o edital e os anexos.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

TV Brasil: a Radiobrás conseguiu piorar a TVE - Por Antonio Brasil, para o Comunique-se

Em poucas palavras, após um mês no ar, já é possível dizer que a TV Brasil é muito, muito ruim! Pior do que as piores previsões. E o público que não é bobo, ignora solenemente a sua dispendiosa existência. Seus responsáveis conseguiram o impossível: pioraram o que já era ruim, a velha e combalida TVE do Rio de Janeiro.

Por Antonio Brasil, para o Comunique-se
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Em termos de jornalismo, a TV Brasil tem a cara de um dos piores fenômenos da comunicação brasileira: e internacional: A Voz do Brasil da Radiobrás.
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Mas há sempre os críticos otimistas, comprometidos ou engajados nos projetos do governo, que tentam diminuir a frustração. Afinal, nem tudo dá certo de cara. Vide o nosso país ou os projetos do governo. Os críticos otimistas buscam explicações no passado para justificar a falta de planejamento, a falta de pesquisas e a pressa para impor velhas idéias ou preconceitos sobre como deveria ser uma televisão. Uma televisão, muitas vezes, para quem, na verdade, não gosta de televisão.
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TV Vale Tudo
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Afinal, dizem eles, nem tudo começa bem. Os exemplos vão das novelas do passado aos governos do presente. De Roque Santeiro às atuais promessas de uma TV pública de verdade, a novela Vale tudo é o melhor argumento para explicar e garantir uma mídia mais amistosa e alguns bons empregos.
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Nos últimos dias, pude assistir à programação da TV Brasil. Estão matando uma boa idéia, uma boa proposta com o que há de pior na TV. Em plena era da Internet e opção midiática cada vez maior para um público cada vez mais exigente, a programação da TV Brasil é tudo que uma TV não deveria ser. É muito, muito chata, velha e previsível. A TV Brasil é uma antiTV. As comparações com a pior rede de TV brasileira de todos os tempos, a famigerada CNT, são inevitáveis. O problema é que nós estamos bancando esse desastre.
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A programação da TV Brasil reflete a pressa e a improvisação. Não há uma estratégia de comunicação, nada faz sentido e o público é ignorado. Uma televisão de burocratas para simpatizantes. Para quem assiste televisão desde os anos 50, a TV Brasil é um total retrocesso na linguagem do meio. Digital ou analógica, comprova as piores previsões do fim da TV nos próximos anos.
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Velhos programas com velhos apresentadores defendendo idéias ainda mais velhas. Nada, absolutamente, nada de novo, experimental ou ousado. É a televisão do previsível, do seguro, uma televisão para converter os convertidos e divulgar as propostas mirabolantes do governo.
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Jornalismo Secos e Molhados
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E o pior é o telejornal, um tal de Repórter Brasil. Uma seleção de matérias insossas, chamadas de “positivas” para garantir de forma “equilibrada” os interesses dos ministérios do governo. Um telejornal de boas notícias sobre um país que não existe. Um jornalismo de elogios com mais cara de Voz do Brasil é impossível.
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Tem matérias sobre os “avanços” no turismo, na saúde, nos transportes, na segurança em quase tudo que deveríamos ter, mas não temos. É um telejornal de “faz de conta” que vai tudo bem. Nenhuma polêmica, nenhuma denúncia, nenhuma investigação, pois afinal a proposta é fazer um jornalismo “positivo”, ou seja, irreal!
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Bem já dizia o velho Millôr, “imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”. Pelo jeito, a TV Brasil optou pelo telejornal de secos e molhados.
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E no ar, ficam as perguntas que não querem calar: será que o Congresso vai aprovar a medida provisória que criou essa tal de TV Brasil? E no próximo governo, qual será a cara dessa TV Brasil? Mais estatal, pública, educativa ou simplesmente… mais partidária?
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* Antonio Brasil é jornalista, professor de jornalismo da UERJ e professor visitante da Rutgers, The State University of New Jersey.
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Programação Cultural do Terreno da UNE - Praia do Flamengo, 132



Entrada franca para todas as atividades

Oficinas: Teatro (seg. e qua às 19hs)
Cine Jornal (ter, qui e sáb às 17hs)
Oficina de Arte (seg e qui às 17hs)
Malabares (Qui às 17hs)
Expressão corporal (qui às 17hs)

Atividades à noite!

Terças-feiras: CUCA Cine (às 19hs)
22/05 Eles não usam Black Tie
29/05 Fitzcarraldo

Quintas-feiras: Sarau de poesia (às 20hs)
24/05 corações psicodélicos
31/05 poesia marginal debate

Sábados: Forrózinho a partir das 16hs

Domingos: Roda de samba c/caldinho de feijão às 16hs

* doe livros, Cds, vinis, fantasias, para nosso acervo público!

domingo, 20 de maio de 2007

Desenho dos Smurf gera debate sobre comunismo e feminismo

A colônia dos Smurfs azuis supostamente é a concretização perfeita do comunismo que deu certo, com Papai Smurf, com barba branca e calças vermelhas, simbolizando Karl Marx. Mas onde estão todas as garotas?
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R. Jay Magill Jr. Em Berlim
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Tra-la-la-la-la-la, la-la-la-la-la. Vida livre, música e cogumelos. Para muitos, os Smurfs são a concretização perfeita da utopia de Marx e Engels.
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O dinheiro não significa nada na sociedade Smurf de 100 pessoas, onde a propriedade pertence a todos e não há moeda. O trabalho comunitário é realizado junto. As divisões de trabalho são claras: Habilidoso (comerciante), Fazendeiro (planejamento agrícola), Gênio (intelligentsia), Harmonia (as artes) e assim por diante.
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Todo mundo é igual, até mesmo na idade: ativos 100 anos (exceto, Papai, a suposta personificação de Karl Marx; ele tem 542). Apenas o maligno feiticeiro Gargamel e seu gato Cruel -considerados agentes do capitalismo global- podem perturbar a bem-aventurança socialista da sociedade.
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Só há um problema neste utopia marxista -onde estão todas as mulheres? Até agora, o refúgio coberto de musgo contava com apenas uma garota proeminente: a Smurfete, com seu cabelo loiro esvoaçante, salto alto e movimentos femininos. (Apesar de ninguém se lembrar delas, havia na verdade três mulheres Smurfs, segundo a enciclopédia online Wikipedia.)
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Mas agora tudo vai mudar. Um novo filme dos Smurfs, o primeiro de uma trilogia, apresentará uma população estrangeira ao reduto dos baixinhos: mulheres.
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"Ocorreram grandes mudanças nos valores socioculturais nos últimos 20 a 25 anos", disse Hendrik Coysman, chefe da International Merchandising Promotion & Services, a empresa que é dona dos direitos dos Smurfs, em uma coletiva de imprensa em Bruxelas, na segunda-feira. "Uma delas foi a valorização das mulheres." Coysman prosseguiu: "Haverá uma maior presença feminina na vila dos Smurfs, e isto, é claro, será uma base para novas histórias. Isto provavelmente virará de cabeça para baixo certas situações tradicionais dentro da vila".
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Malgorzata Tarasiewicz uma especialista em política da União Européia e gênero e diretora do Fórum Feminista Europeu, com sede em Amsterdã, acha que os Smurfs podem dar o exemplo. "Mesmo no mundo dos Smurfs é aceito o que muitos políticos e outros tomadores de decisões ainda não querem entender: que as mulheres necessitam de igualdade e representação igual", ela disse à "Spiegel Online" na sexta-feira. "Se tornou um fato difícil de ignorar, o de que as mulheres estão mais visíveis na esfera pública, na mídia e nos negócios -a ponto de até contos de fadas precisarem refletir este importante desenvolvimento da civilização."
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A International Merchandising está celebrando o 50º aniversário dos Smurfs em 2008 com um "Feliz Dia Smurf", que ocorrerá durante todo o ano. Coletivas de imprensa em Berlim, Bruxelas e Paris, uma exposição, um dirigível Smurf gigante, um site e uma parceria com a Unicef -que compartilhará dos lucros- tudo faz parte da comemoração.
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Detalhes de um futuro filme e outras surpresas estão sendo mantidos sob sigilo na International Merchandising. Mas se sabe que o retorno dos Smurfs às telas, em um desenho animado por computador em 3D com lançamento previsto para novembro de 2008, está sendo desenvolvido pela unidade Nickelodeon Films da Paramount Pictures, produzido por Jordan Kerner ("A Menina e o Porquinho", "Inspetor Bugiganga").
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E com rumores de que o filme dos Smurfs contará com as vozes de algumas das mulheres mais talentosas de Hollywood, incluindo Sally Field, Lucy Liu, Julia Sweeney, Jessica Simpson e Marisa Tomei, as coisas estão prestes a ficar muito mais modernas na casa de cogumelo.
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Fonte: Der SpiegelTradução: George El Khouri Andolfato / UOL Mídia Global
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Leia mais especulações ideológicas sobre os Smurfs no link: http://www.rabisco.com.br/06/smurfs.htm
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terça-feira, 15 de maio de 2007

Primeiro Nós Pós de 2008! Parte 5!

Como sempre, 8 novos escritores, apresentações de contos, trechos de romances, textos para teatro, prosa e poesia, a literatura de hoje!
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O Parte 5 conta com a presença dos 6 ganhadores do 1 ° Concurso de Conto e Poesia do CUCA (Centro Universitário de Cultura e Arte) – Recife que ocorreu em outubro/novembro de 2007, na UFPE.
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O Nós Pós - português suave - Parte 5 será com:
Susana Morais
Sérgio Leandro
Bernardo de Sousa
Kiko Gouveia
Bernardo Sampaio
Tiago Buarque
Smirna Maciel
Jean Santos
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LOCAL: Boteco Quintal do Lima (Rua do Lima, 100, Santo Amaro, próximo à rua da Aurora)
DIA: 22/01/08 (terça-feira próxima)
HORA: 20h
Couvert: R$3,00.
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Show com Julio Flávio, Sanderson Mariano, Saulo, músicos do PROJETO CORRERIA.
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É a nova literatura em PE.
É novidade em Recife.
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O Nós Pós é um movimento de literatura que tem o objetivo de popularizar a obra de novos escritores que estão em Recife/PE.
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As apresentações são quinzenais e estão acontecendo no Boteco Quintal do Lima.
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O nosso blog ATUALIZADO: http://nospos.blogspot.com/
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Vídeo do Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=vBA4bKu0TLs
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Vídeo do Parte 2: http://br.youtube.com/watch?v=oPT2F0Ol0Jk
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Vídeo do Parte 3: http://br.youtube.com/watch?v=6SSfSIUcp5c
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Comunidade no Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=39322131

Projeto Células Culturais

Casa da Cultura
18 a 31 de janeiro de 2008
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No programação de fim de ano da FUNDARPE o CUCA Recife e a TV Capibaribe realizaram uma série de exibições de filmes produzidos pelos Pontos de Cultura. O projeto deu tão certo que foi renovado e segue com a realizações de exibições diárias até o dia 31 de janeiro na Casa da Cultura
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O projeto da Rádio Células Culturais também foi renovado e continua com a programação comandada pelos Pontos de Cultura Cais do Parto, Centro de Mulheres do Cabo e Diálogos.
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A programação é gratuita !
Confira o que vem por aí:
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DIA 21/1 (Segunda-feira)
A construção do Carnaval, de Natália Lopes
Vídeo-clipe da Banda “A Irmandade”
Bacurau, de Costa Neto
Vídeo de Batalha de Hip Hop
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DIA 22/1 (Terça-feira) - O Afeto Que Se Encerra Em Nosso Peito Juvenil , de Sílvio Tendler
Vídeo do Show da Banda “A flor de um novo reggae”
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DIA 23/1 (Quarta-feira)
Ou ficar a Pátria Livre ou Morrer Pelo Brasil, de Sílvio Tendler
Vídeo Carnaval 2007 (Show Nação Zumbi)
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DIA 24/1 (Quinta-feira)
Mosaico Feira da Música 2
Vídeo do Show “The Gladiators”
Vídeo Breack in Recife
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DIA 25/1 (Sexta-feira)
Projeções do VJ Gê Carvalho
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DIA 28/1 (Segunda-feira)
Domingo no Campus 30 ´
Vídeo Dois Caminhos
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DIA 29/1 (Terça-feira)
Mosaico Feira da Música 1
Vídeo do Projeto Multicultural
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DIA 30/1 (Quarta-feira)
Não é só Passagem
Culturata
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DIA 31/1 (Quinta-feira)
A construção do Carnaval, de Natália Lopes
Vídeo Nação Breack
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O CUCA VAI TE PEGAR !

SEU CUCA É NÓIS!!!

Neste ano todos os dias a Casa terá atrações, orquestras de frevo e blocos, confiram a programação:
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Dia 02/02 (Sábado)
- Bloco Lula e o Polvo
- Afoxé Oyá Alaxé
- Orquestra de Frevo
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Dia 03/02 (Domingo)
- Bloco da UEP "Não aumenta se não eu pulo"
- D´Breck
- Orquestra de Frevo
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Dia 04/02 (Segunda-feira)
- Bloco da UNE "Seu CUCA é Nóis"
- Patusco
- Orquestra de Frevo
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Dia 05/02 (Terça-feira)
- Bloco Ai, ai, ai Titia
- Nielson Samba Show (Bateria Deixa Falar)
- Orquestra de Frevo
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Estudante com a carteira de estudante da UNE ou da UBES entra DE GRAÇA.

''A SEMANA DO HIP-HOP EM PORTO ALEGRE''

É com enorme satisfação que escrevo esta carta, com o objetivo de divulgar a todos que possa interessar, que o dia de hoje certamente será lembrado como ''O dia que o hip-hop virou lei em Porto Alegre!"
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E foi isso mesmo que aconteceu, eu vi com os meus próprios olhos aliás eu, juntamente com outros camaradas do movimento hip hop ajudamos a escrever linha por linha, o Projeto de Lei que foi apresentado para votação na ''ordem do dia'' da Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre.
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Esta conquista, faz a gente ter certeza que é possível sim continuar lutando pela causa que acreditamos, faz com que tenhamos cada vez mais força para passar por qualquer obstáculo em nosso caminho, afinal já estamos acostumados com as dificuldades diárias. A frase '' Tô na correria'' já faz parte do nosso vocabulário, assim... não desistimos nunca.
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O ano de 2007 foi um ano diferente de todos os outros aqui em nossa cidade, em nosso Estado. Estivemos na linha de frente de vários acontecimentos e por incrível que pareça, houve momentos de muita unidade, de muita união, talvez pelo fato de estarmos passando por um fase de transformação aqui no Sul. Estivemos em várias cidades no interior do estado e o que sentimos, foi a vontade de muitos manos e muitas minas, de passar uma borracha nas discórdias do passado e ajudar a salvar a cultura hip-hop.
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Durante muito tempo fiquei esperando por alguém que liderasse o movimento e mobilizasse a gente para podermos pressionar as autoridades locais, mas essas lideranças não apareceram. Assim como eu, muitos outros manos também ficaram esperando, quando percebemos que a ajuda não viria, tivemos que assumir este papel, e passar a comandar as ações em nome do que sempre almejamos: ''Colocar o hip-hop em um patamar de respeito e de credibilidade''
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Eu me perguntava: se nossa cultura é uma forma de transformação social e de protagonismo juvenil legítima, por quê a prefeitura e o governo do estado não nos respeitavam, por quê? Por quê apenas nós, que somos integrantes desta cultura acreditávamos que ela deveria ter um lugar de destaque dentro de nossa sociedade, por ser uma ferramenta de inclusão e de visibilidade de jovens que cresceram em situação de extrema vulnerabilidade social?
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Tenho certeza hoje, mais do que nunca que muitos outros irmãos, também se fizeram estas mesmas perguntas. De tanto pensarmos acabamos encontrando o caminho e como sempre, de maneira auto didata, não demorou muito para passarmos a bolar um plano! Foi aí que houve uma única fagulha e deu no que deu, se nós temos a Semana da Consciência Negra instituída como Lei, por que não construir uma lei que garantisse também a Semana Municipal do Hip-Hop?
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A partir daí, foi um mano ligando para o outro, todos sedentos por este mesmo objetivo, criar uma lei que estivesse no calendário anual da cidade de Porto Alegre, que determinasse a Semana Municipal do Hip hop e, quando percebemos, haavíamos contaminado todos os vereadores da Câmara Municipal e de forma unânime todos votaram e aprovaram pela primeira vez no Rio Grande do Sul, uma lei que garantirá uma vez por ano a começar pelo ano de 2008, no mês de maio ''A SEMANA DO HIP-HOP EM PORTO ALEGRE''.
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Essa vitoria não é minha e muito menos dos demais que protagonizaram este feito e sim, é uma vitoria de todos que fazem parte do hip hop do Brasil e do mundo. Não posso deixar de agradecer ao Vereador Sebastião Mello, a Vereadora Maristela Maffei e a todos os demais vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre, aos Rappers PX, TIRIRICA, WHITE JAY, Guibbis e a todos que acreditaram que um dia O HIP HOP VIRARIA LEI AQUI EM PORTO ALEGRE.
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É nóis !!!
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Mano Oxi - do grupo DNA MC´S, vice-presidente da Nação Hip-Hop Brasil - Porto Alegre 26 de dezembro de 2007.
FONTE - Toda sexta-feira tem Hip-Hop a Lápis no Portal de notícias www.vermelho.org.br

INTEVOZES REIVINDICA PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA TV BRASIL

Preocupado em garantir a participação da sociedade na nova TV pública, o Intervozes apresentou ao Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), no dia 22 de janeiro, um documento contendo propostas que visam fortalecer o envolvimento dos cidadãos na gestão, na produção e na avaliação da TV Brasil. Para o coletivo, o Conselho tem o papel de fortalecer a transparência da empresa e uma cultura de participação "que possa fazer com que a população brasileira se aproprie das novas mídiaspúblicas". O documento foi encaminhado a conselheiros e conselheiras por meio de seu presidente, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo. A expectativa do Intervozes é que as propostas sejam aprofundadas edebatidas com o conjunto da sociedade para que a nova empresa de comunicação cumpra o que diz seu slogan: "a TV que você escolhe, você programa e você assiste".
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De acordo com João Brant, coordenador do Intervozes, a criação da TV pública é fundamental para o fortalecimento da democracia no país, mas é importante que a Medida Provisória 398/07 – que estabelece os marcos da empresa e aprova seu orçamento – já contemple em seu texto a obrigação do Conselho Curador estabelecer mecanismos e instrumentos claros de participação e envolvimento da sociedade na EBC, firmados em um documento a ser publicado depois de processo de consultas e audiências públicas. "A TV pública será mais forte quanto mais ela corresponder aos anseios do conjunto da sociedade", diz Brant. A MP 398/07 deve ser votada no Congresso nas próximas semanas.
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O documento apresentado pelo Intervozes divide-se em quatro eixos: gestão; produção e programação; avaliação da EBC e suas emissoras; e formas de transparência e socialização de informações da EBC. Em relação à gestão, o Intervozes reafirma a importância da transparência e da participação popular para que "o sistema ou suas emissoras não sejam apropriadas por grupos particulares ou governantes de plantão". Entre os processos, o Coletivo aponta consultas e audiências públicas, como instrumentos de constante diálogo com o Conselho Curador de modo "a legitimar as decisões e fortalecer a cultura de debate sobre a comunicação pública". As audiências públicas são citadas como fundamentais, principalmente na definição de proposições estratégicas.
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Sobre a composição, a forma de escolha dos conselheiros, atribuição do Conselho e divisão das tarefas com a Direção Executiva, o coletivo reafirma as propostas já divulgadas em documento no ano passadopropondo que a escolha dos conselheiros se dê em processos participativos, seguindo o exemplo dos Conselhos Nacionais de Saúde e Habitação. Em relação à produção e da programação na nova emissora, o documento frisa a necessidade de uma programação plural e diversa, e defende, além dos já previstos editais para produção independente, a constituição de um sistema que promova a "produção independente e popular através de equipamentos públicos financiados pelo Estado", aproveitando estruturas já montadas como Casas Brasil, Pontos de Cultura e telecentros.
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O terceiro eixo do documento trata das formas como o cidadão poderá avaliar a qualidade do serviço prestado. Inspirado na proposta britânica, o Intervozes propõe a criação de conselhos de programaçãoregionais e nacional, abertos à participação da sociedade, "que discutam e sistematizem olhares sobre a programação, tanto em relação aos formatos e programas quanto em relação à diversidade demográfica(regional, étnico-racial, de gênero etc.) e de pontos de vista". Formas mais tradicionais de avaliação como Ouvidoria e Ombudsman também são elencadas. De acordo com a proposta, pesquisas quantitativas equalitativas devem estar previstas entre os processos. No seu último eixo, a proposta traz a transparência como condição básica para a participação. São reivindicados um Conselho Fiscal, que "teria a funçãode acompanhar a execução financeira do sistema e produzir balanços periódicos" e um sistema de informações com "dados, estatísticas e registros de ações executadas pelo e dentro do sistema público".
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O Intervozes pretende atuar em conjunto com os setores da sociedade que defendem a necessidade de uma TV pública no país para garantir a aprovação da MP 398 e, ao mesmo tempo, trabalhar pelo aperfeiçoamento dos mecanismos de participação social e envolvimento da sociedade em todo o sistema público de comunicação.
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segunda-feira, 14 de maio de 2007

Vídeo do Globo Online mostra retomada do terreno na Praia do Flamengo






No dia 1º de fevereiro deste ano, as ruas do Rio de Janeiro foram tomadas por estudantes de todo o país. A caminhada dos Arcos da Lapa até a Praia do Flamengo teve sabor especial: a volta da UNE e da UBES para a casa



Para quem ainda não viu, o EstudanteNet disponibiliza nesta matéria o link do vídeo "UNE volta pra casa", produzido pela repórter Hilda Badenes, do portal GloboOnline, e que está rolando na web desde o último fim de semana.

O registro audiovisual mescla cenas da retomada do terreno na Praia do Flamengo com depoimentos do presidente da UNE, Gustavo Petta; do Coordenador do CUCA, Tiago Alves; e do escritor Arthur Poerner, autor do livro O Poder Jovem, considerado a principal referência da história do movimento estudantil brasileiro.

Outras figuras que participam do vídeo são o ex-presidente da UNE, Lindberg Faria; e o ex-deputado e militante estudantil, Vladmir Palmeira. O ministro da Justiça, Tarso Genro, também aparece, declarando apoio à volta das entidades para o Rio de Janeiro.

Com pouco mais de 4 minutos, o vídeo não se atem apenas no fato do terreno e tenta fazer uma reflexão sobre a participação dos estudantes na vida política de hoje. Imagens históricas se entrelaçam a fatos atuais para contar a trajetória da UNE, que completará 70 anos de vida no próximo dia 11 de agosto. Estão lá fotos da campanha das diretas ao o impeachment de Fernando Collor, além de diversas outras manifestação encabeçadas pelos estudantes ao longo de todos este anos. Vale a pena conferir.


› COPIE E COLE NA SUA BARRA DE ENDEREÇOS PARA VER O VÍDEO:
http://oglobo.globo.com/multimidia/resultado.asp?plvchave=&tipo=V&editoria=3

* Caso não consiga visualizar o vídeo, utilize os dados abaixo:
login: une70anos@yahoo.com.br
Senha: une70anos

Fórum Mundial de Educação Baixada Fluminense 2008 na Cidade de Nova Iguaçu.

O tema central do Fórum é a "educação cidadã", que busca garantir os direitos sociais a todas as pessoas e tem como objetivo construir uma "cidade educadora", por meio de investimentos em projetos político-pedagógicos aplicados à educação formal e não formal.
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O CUCA RJ participa da organização e montagem da Marcha de Abertura, organizando apresentações culturais na concentração e em pontos fixos ao longo da marcha, bem como da Mostra Artística do Fórum que acontecerá durante os quatro dias do evento.
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Neste ano, o Fórum conta também com a participação de mais de 3000 estudantes universitários que participarão do 1º Encontro de Estudantes do Pró Uni do Rio de Janeiro, que será promovido e organizado pela UEE-RJ (União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro). O Encontro fará parte da programação geral do Fórum e contará com a participação do Ministro da Educação e diversas personalidades políticas.
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O Fórum Mundial de Educação Baixada Fluminense 2008 acontece entre os dias 27 e 30 de março na Cidade de Nova Iguaçu.
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