domingo, 20 de maio de 2007

Desenho dos Smurf gera debate sobre comunismo e feminismo

A colônia dos Smurfs azuis supostamente é a concretização perfeita do comunismo que deu certo, com Papai Smurf, com barba branca e calças vermelhas, simbolizando Karl Marx. Mas onde estão todas as garotas?
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R. Jay Magill Jr. Em Berlim
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Tra-la-la-la-la-la, la-la-la-la-la. Vida livre, música e cogumelos. Para muitos, os Smurfs são a concretização perfeita da utopia de Marx e Engels.
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O dinheiro não significa nada na sociedade Smurf de 100 pessoas, onde a propriedade pertence a todos e não há moeda. O trabalho comunitário é realizado junto. As divisões de trabalho são claras: Habilidoso (comerciante), Fazendeiro (planejamento agrícola), Gênio (intelligentsia), Harmonia (as artes) e assim por diante.
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Todo mundo é igual, até mesmo na idade: ativos 100 anos (exceto, Papai, a suposta personificação de Karl Marx; ele tem 542). Apenas o maligno feiticeiro Gargamel e seu gato Cruel -considerados agentes do capitalismo global- podem perturbar a bem-aventurança socialista da sociedade.
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Só há um problema neste utopia marxista -onde estão todas as mulheres? Até agora, o refúgio coberto de musgo contava com apenas uma garota proeminente: a Smurfete, com seu cabelo loiro esvoaçante, salto alto e movimentos femininos. (Apesar de ninguém se lembrar delas, havia na verdade três mulheres Smurfs, segundo a enciclopédia online Wikipedia.)
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Mas agora tudo vai mudar. Um novo filme dos Smurfs, o primeiro de uma trilogia, apresentará uma população estrangeira ao reduto dos baixinhos: mulheres.
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"Ocorreram grandes mudanças nos valores socioculturais nos últimos 20 a 25 anos", disse Hendrik Coysman, chefe da International Merchandising Promotion & Services, a empresa que é dona dos direitos dos Smurfs, em uma coletiva de imprensa em Bruxelas, na segunda-feira. "Uma delas foi a valorização das mulheres." Coysman prosseguiu: "Haverá uma maior presença feminina na vila dos Smurfs, e isto, é claro, será uma base para novas histórias. Isto provavelmente virará de cabeça para baixo certas situações tradicionais dentro da vila".
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Malgorzata Tarasiewicz uma especialista em política da União Européia e gênero e diretora do Fórum Feminista Europeu, com sede em Amsterdã, acha que os Smurfs podem dar o exemplo. "Mesmo no mundo dos Smurfs é aceito o que muitos políticos e outros tomadores de decisões ainda não querem entender: que as mulheres necessitam de igualdade e representação igual", ela disse à "Spiegel Online" na sexta-feira. "Se tornou um fato difícil de ignorar, o de que as mulheres estão mais visíveis na esfera pública, na mídia e nos negócios -a ponto de até contos de fadas precisarem refletir este importante desenvolvimento da civilização."
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A International Merchandising está celebrando o 50º aniversário dos Smurfs em 2008 com um "Feliz Dia Smurf", que ocorrerá durante todo o ano. Coletivas de imprensa em Berlim, Bruxelas e Paris, uma exposição, um dirigível Smurf gigante, um site e uma parceria com a Unicef -que compartilhará dos lucros- tudo faz parte da comemoração.
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Detalhes de um futuro filme e outras surpresas estão sendo mantidos sob sigilo na International Merchandising. Mas se sabe que o retorno dos Smurfs às telas, em um desenho animado por computador em 3D com lançamento previsto para novembro de 2008, está sendo desenvolvido pela unidade Nickelodeon Films da Paramount Pictures, produzido por Jordan Kerner ("A Menina e o Porquinho", "Inspetor Bugiganga").
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E com rumores de que o filme dos Smurfs contará com as vozes de algumas das mulheres mais talentosas de Hollywood, incluindo Sally Field, Lucy Liu, Julia Sweeney, Jessica Simpson e Marisa Tomei, as coisas estão prestes a ficar muito mais modernas na casa de cogumelo.
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Fonte: Der SpiegelTradução: George El Khouri Andolfato / UOL Mídia Global
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Leia mais especulações ideológicas sobre os Smurfs no link: http://www.rabisco.com.br/06/smurfs.htm
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